A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) pediu à Prefeitura de Salvador que anule o trecho do Decreto Municipal nº 33.688, publicado na terça-feira (29/3), que determina o fechamento de clínicas e consultórios de dermatologistas por um período de dez dias como uma das medidas de contenção do avanço da covid-19. A solicitação consta de nota divulgada pela entidade na qual são relacionados aspectos que sustentam a necessidade de mudança urgente dessa medida. .
CONFIRA A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO DA SBD
Em sua argumentação, em apoio à Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Bahia, a entidade nacional lembra às autoridades locais que a atuação desses médicos é necessária para o atendimento de milhares de pacientes que enfrentam doenças de diferentes tipos, como infecciosas (hanseníase, tuberculose cutânea, leishmaniose), autoimunes (lúpus), alérgicas e neoplásicas (câncer de pele), dentre outras.
Também foi alertado aos autores que o Decreto Municipal prejudica o tratamento, inclusive, de pacientes com covid-19 ou se recuperam dessa doença e apresentaram manifestações dermatológicas. “A assistência a esses pacientes, e outros que apresentam diferentes manifestações dermatológicas, exige acompanhamento em consultas, exames e procedimentos realizados em clínicas e consultórios da especialidade”, diz trecho da nota divulgada pela SBD.
Cuidados médicos – Segundo o posicionamento da SBD, ao determinar a suspensão das atividades dos consultórios e clínicas dermatológicas, a Prefeitura interfere nos resultados esperados na assistência aos pacientes e os priva de acesso a cuidados médicos, com impactos em seu bem-estar e qualidade de vida. Além disso, lembram os especialistas da SBD, a suspensão contribui para o congestionamento dos serviços (hospitais, prontos-socorros e UPAs) que deveriam estar com sua atenção voltada aos casos de covid-19, bem como aumenta o fluxo de pessoas nestes locais, indo contra o preconizado distanciamento social.
“Os consultórios e clínicas dermatológicas ao atenderem pacientes com manifestações cutâneas de diferentes tipos ajudam a desafogar os serviços de urgência e emergência das redes pública e privada neste momento de crise epidemiológica”, ressalta o documento da SBD que ressalta, em seu encerramento, ser a revisão da medida adotada pela Prefeitura “importante para milhares de pacientes de Salvador e da Bahia”.