Para assegurar transparência às suas ações no campo da defesa da qualidade na formação dos especialistas, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou nesta quarta-feira (24/6) o resultado de iniciativas que adotou, recentemente, junto à Associação Médica Brasileira (AMB) e à Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). O objetivo é contribuir para a manutenção dos padrões de formação dos futuros profissionais em tempos de Covid-19.
Dentre as ações, destaca-se a coleta de dados junto a residentes, especializandos e chefes de Serviços Credenciados à SBD. Foram encaminhados questionários a cada um desses segmentos para colher a percepção de cada um sobre o impacto que o novo coronavírus tem tido sobre o processo de ensino-aprendizagem e qual a melhor alternativa para superar eventuais problemas.
Decisões – Os dados, que foram consolidados pela Comissão de Ensino da SBD, presidida por Carmélia Santiago Reis, foram repassados à AMB e à CNRM como subsídios a futuras tomadas de decisões. Participaram da enquete realizada em junho residentes, especializandos e chefes de 89 Serviços Credenciados, sendo que foi assegurado aos participantes o tratamento de suas opiniões sob critérios de sigilo e anonimato.
O relatório final desse trabalho apontou que a maioria dos Serviços Credenciados (57%) consultados optou por finalizar os programas de Residência e Especialização em 28 de fevereiro de 2021 (data regular para a formação das turmas concluintes). Já a outra parte (43%) optou pela reposição de um período de treinamento para além desta data, sendo que a maioria deste grupo considerou três meses como um período necessário e suficiente para a complementação.
Diante do resultado apertado, a SBD enviou às entidades três sugestões. A primeira delas foi encerrar as atividades letivas dos discentes (residentes e especializandos) do último ano em 28 de fevereiro de 2021, nos Serviços que entendem que a formação não precisaria receber um acréscimo, mesmo com a pandemia.
Estágio – A segunda foi sugerir o fechamento das atividades letivas após 28 de fevereiro do ano que vem, com complementação de três meses de estágio e bolsa de residente garantida, nos Serviços que entendem que o prejuízo pela pandemia foi importante e, portanto, os concluintes deveriam complementar seu treinamento. No caso dos especializandos, a proposta é de que eventual prorrogação não implique em ônus financeiro aos alunos.
Além disso, a SBD recomendou que o Ministério da Educação utilize as bolsas ociosas, em caráter excepcional. Desta forma, cada bolsa que, em média, é de 36 meses poderia contemplar até 12 residentes durante esse período de complementação de práticas para desenvolvimento de suas habilidades e competências. Para a Sociedade, como se trata de medida temporária, não haveria novos gastos públicos.
O presidente da SBD, Sérgio Palma, considera que a pandemia da Covid-19 impactou todas as atividades no país e a retomada da formação no pós-pandemia exige cuidados que devem ser planejados previamente. “A SBD trabalha para manter as melhores práticas no ensino, independentemente da atual crise sanitária. Todos os esforços estão sendo implementados pela Gestão 2019-2020 para evitar lacunas que comprometam o ensino e a aprendizagem dos futuros especialistas”, enfatiza.