Preenchedores e bioestimuladores são destaques do segundo dia de encontro
Um auditório lotado presenciou as atividades do segundo dia do 10º Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser e 22ª Radesp, que começou com o bloco de laser “Tratamentos com agulhas e drug delivery”, coordenado de Paulo Barbosa e Renato Soriani Paschoal. A aula ministrada por Alexandre Filippo teve como objetivo mostrar como o microagulhamento combinado ou não com a radiofrequência alterou a prática diária do dermatologista para rejuvenescimento e cicatrizes.
Na programação da Radesp, o fórum “Carcinoma espinocelular, basocelular e melanoma” contou com a participação de especialistas no assunto, que se aprofundaram no debate do câncer da pele, o tipo de maior incidência no país. “Enfocou-se, especialmente, o modo não cirúrgico do câncer da pele, com a discussão de suas indicações e contraindicações. A não realização da cirurgia é um recurso também importante em alguns casos, sobretudo nas formas mais superficiais e menos agressivas do câncer da pele, visando a um melhor resultado cicatricial do ponto de vista estético”, explicou o dermatologista Francisco Macedo Paschoal, um dos debatedores.
Também foi reforçada a importância da dermatoscopia, recurso de diagnóstico imprescindível para o dermatologista na avaliação das lesões e classificação da doença e sua benignidade. “Seu uso é fundamental no diagnóstico do câncer da pele, bem como no auxílio da estratégia da melhor opção de tratamento a ser empregado.”
O dermatologista Walmar Roncalli Pereira de Oliveira, um dos debatedores do fórum “Dermatoviroses”, comentou a atual medida do Ministério da Saúde em prorrogar temporariamente o prazo de vacinação contra a infecção pelo papilomavírus (HPV) para homens e mulheres entre 15 e 26 anos de idade.
“Todos os municípios com vacinas em estoque e com prazo de validade até março de 2018 poderão aplicar essas doses. A infecção pelo HPV é considerado um problema de saúde pública, e a vacinação é um mecanismo eficaz para a prevenção de diversos tipos de câncer”, salienta.
São cerca de 23 mil novos casos anualmente, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Além do HPV, o bloco debateu as principais condutas para o tratamento do herpes simples, herpes-zóster e molusco contagioso.
Preenchedores e bioestimuladores
No último bloco do dia, de cosmiatria, especialistas sob a coordenação dos dermatologistas Ada Regina de Almeida e Daniel Coimbra discorreram sobre os preenchedores e bioestimuladores. Os palestrantes falaram desde sobre como se faz uma avaliação tridimensional da face quanto à anatomia, até as áreas de risco e as novidades na literatura com relação aos preenchimentos do terço superior da face, médio e inferior, além da influência da reposição de volume na movimentação da face.
“Os dermatologistas Vinicius Figueiredo e Luciana Lourenço comentaram a procura maior de bioestimuladores, que não só repõem o volume perdido na face e reposicionam sua estrutura, mas também melhoram a qualidade da pele, reduzindo a flacidez. Com o estímulo do colágeno, que pode ser produzido tanto pelo ácido poliláctico como pela hidroxiapatita de cálcio, há uma melhora de sustentação da face, produção de colágeno e melhora da aparência da pele como um todo”, afirmou. Ela explica que isso ocorre porque essas substâncias são biorreabsorvíveis e, quando injetadas, produzem reação inflamatória capaz de estimular a produção de fibras de colágeno. Em sua apresentação, Ada Regina falou sobre o terço superior da face e de correções de áreas consideradas perigosas, mas que são necessárias para o tratamento do rejuvenescimento facial, desde que sejam seguidas as orientações corretas.
No mesmo bloco, o dermatologista Daniel Coimbra mostrou casos de paralisia facial tratados com preenchedor, com boa melhora da musculatura. E na última aula do dia, o dermatologista André Braz comentou artigo do Consenso Brasileiro e Latino-Americano, a ser publicado no próximo volume da revista Surgical & Cosmetic Dermatology, da SBD/SBCD, sobre o manejo de complicações com preenchedores, separando-as em imediatas, precoces e tardias. Esse consenso foi realizado há um ano com experts em preenchedores da América Latina e vai orientar os médicos que trabalham com a técnica, auxiliando no manejo desses pacientes.