A uma semana do dia Mundial da Luta Contra a Hanseníase, o Brasil não tem motivos para comemorar.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o remédio para o tratamento da doença já está em falta em Mato Grosso, Pernambuco, Ceará e Amazonas.
A situação é preocupante, já que em média 30 mil novos casos da doença são diagnosticados por ano.
O problema começou no ano passado, quando a Coordenadoria Geral de Doenças em Eliminação (CGDE) do Ministério da Saúde alertou em uma reunião pública que haveria redução dos estoques dos medicamentos.
Entre os argumentos descritos estavam dificuldades de logística de transporte das drogas, que são fabricadas apenas num laboratório na Índia, e falta de insumos básicos para sua produção em nível global.
Apesar dessas justificativas, grupos que reúnem especialistas e pesquisadores internacionais sobre a hanseníase não identificam situações semelhantes na maioria dos países.
Após o diagnóstico da hanseníase, o acesso a estas drogas, que são fornecidas gratuitamente pelo SUS, é fundamental para o êxito do tratamento.
A falta dos medicamentos (clofazimina, dapsona e rifampicina) pode comprometer a recuperação dos casos diagnosticados, que já recebem os remédios periodicamente.
“Há milhares de pacientes que aguardam a entrega dessas cartelas para darem seguimento aos seus tratamentos. Sem uma solução imediata, essa doença que há muito deveria ter sido erradicada continuará a trazer sofrimento para os brasileiros”, disse o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Heitor de Sá Gonçalves.
Fonte: Época.
Foto: Berg Silva/Agência O Globo