A assembleia estadual dos médicos de São Paulo, realizada em 30 de junho e que reuniu mais de 500 profissionais, decidiu suspender o atendimento a 10 operadoras de planos e seguros de saúde que ignoraram as propostas de negociação apresentadas pela Comissão Estadual de Honorários Médicos, composta pelo Conselho Regional de Medicina, Associação Paulista de Medicina, Academia de Medicina, sindicatos médicos e sociedades de especialidades.
Serão alvo da paralisação as seguintes operadoras: Notredame e Porto Seguro ( seguradoras); Intermédica, Gama Saúde e Green Line ( Medicina de Grupo); ABET – Telefônica, Caixa Econômica Federal, Cassi – Banco do Brasil, Companhia de Engenharia de Tráfego – CET e Embratel ( autogestões) .
Outras seis empresas. que responderam com propostas aquém das reivindicações (Amil, Golden Cross, Medial, Geap, Marítma e Amico), terão um prazo de 30 dias para novas negociações.
Os médicos reivindicam recomposição do valor da consulta médica para R$ 80,00 e valores de procedimentos atualizados de acordo com a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Além disso, pedem a regularização dos contratos entre médicos e operadoras com a inserção de cláusula de reajuste anual.
PARALISAÇÃO ESCALONADA
Para não prejudicar o atendimento ao usuário, a assembleia decidiu paralisar o atendimento de forma escalonada, uma especialidade médica por vez.
Por exemplo: em uma semana, durante três dias, oftalmologistas deixarão de atender os convênios. Na semana seguinte seria a vez dos cardiologistas, e assim por diante.
O cronograma de paralisação será definido e amplamente divulgado nos próximos 20 dias.
IMPACTO DA PARALISAÇÃO
Os 10 planos de saúde que terão o atendimento paralisado reúnem cerca de três milhões de usuários no estado. Funcionam em São Paulo 327 operadoras de planos de assistência médico-hospitalar com registro ativo na ANS.
Além dos 16 planos de saúde inicialmente contatos pelas entidades médicas outras empresas serão selecionadas no mês de julho para início de negociações, considerando aquelas com maior número de usuários e as que praticam os menores valores de honorários.
Cerca de 58.000 médicos atendem planos e seguros de saúde em São Paulo ( dentre os 106 mil médicos em atividade no Estado)