Até o momento, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Mohran) recebeu 103 relatos, distribuídos por 18 estados de todas as regiões, que acusam falta ou insuficiência de medicamento para tratamento da doença em unidades da rede pública. As informações foram compartilhadas nesta sexta-feira (29/1) com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Os dados se referem às seguintes regiões e estados: Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo), Centro-Oeste (Mato Grosso e Goiás), Norte (Amazonas, Acre, Pará e Tocantins), Nordeste (Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Ceará e Alagoas) e (Rio Grande do Sul e Santa Catarina).
O dado chama a atenção, pois revela a urgência da chegada de novos lotes do medicamento poliquimioterapia (PQT), produzido pelo laboratório Novartis, utilizado no tratamento da hanseníase em nível global. Na quinta-feira (28/1), essa empresa respondeu ao ofício enviado pela SBD que já foram superados os problemas que atrasaram a entrega de novos lotes da droga ao Brasil.
Segundo informou a Novartis, que a demora decorreu da necessidade de verificar a adequação da produção do medicamento poliquimioterapia (PQT), distribuído gratuitamente à Organização Mundial da Saúde (OMS), em razão das novas diretrizes de padrão e limite toxicológico de qualidade impostos pelo FDA (Food and Drug Administration – agência reguladora dos EUA).
Na explicação encaminhada à SBD, a empresa atribuiu a esse processo a demora do embarque de novos lotes do PQT. “Entendendo a necessidade do medicamento para o tratamento da doença no Brasil, a Novartis tem colaborado com o Ministério da Saúde para encontrar soluções logísticas junto à OMS que possam suprir essa demanda”, cita o ofício.
A Novartis relatou ainda a entrega ao Ministério da Saúde do Brasil mais de 145 mil blisters, em 2020, e de outros 51 mil blisters, em janeiro de 2021. Há, ainda, 103 mil blisters adicionais aguardando a aprovação da autoridade sanitária para embarque até março de 2021. A empresa também acrescentou que vem tratando com a OMS sobre a possibilidade de fornecimento de quantitativos adicionais à Organização e à programação regular de entrega anual aos países aderentes ao programa de distribuição