Mais cuidado sob o sol
Uma onda laranja vai pairar sobre o Rio hoje. O Cristo Redentor recebe uma iluminação especial no tom, por conta do #DezembroLaranja, campanha criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Este é o mês do verão, do calor e do sol, mas é também um período para lembrar dos cuidados fundamentais para se ter uma pele bonita e saudável. Pensando nisso, a SBD escolheu o slogan “Câncer de pele é coisa séria!” e montou uma ação em que os porta-vozes são crianças, que passarão as informações de maneira descomplicada e bem didática, mas sem subestimar o perigo da doença.
“Queremos trazer leveza em um ano tão difícil para todos, mas sem minimizar a importância de prevenir e cuidar da pele. Um diagnóstico precoce pode melhorar a qualidade de vida do paciente e até salvar vidas. Além disso, como é preciso começar desde a infância, desejamos dialogar diretamente com as crianças, que assimilam informações e criam rotinas com facilidade. Queremos elas engajadas desde cedo”, explica Sérgio Palma, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Os números são alarmantes. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os cânceres de pele correspondem a 27% dos casos da doença no país, liderando o ranking. Paradoxalmente, é também aquela que se pode evitar com medidas simples de autocuidado. Usar filtro com FPS igual ou superior a 30 (e reaplicá-lo a cada duas horas ou sempre que tiver contato com a água ou suor), preferir sempre a sombra, evitar a exposição solar das 9h às 15h e ainda usar roupas, chapéus com abas largas e óculos com proteção UV são medidas fáceis e que já minimizam a ação dos raios ultravioleta e devem ser seguidos o ano todo. “Sem esquecer de áreas como mãos, orelhas e pés. Não existe bronzeamento realmente saudável. O tom da pele muda por causa de uma inflamação e, com o tempo, perdemos a capacidade de regeneração”, destaca Palma.
Rugas e manchas são também causadas pela ação do sol na cútis. As peles mais claras sentem com maior intensidade, mas todas precisam de cuidados. “Isso de que a pele negra não mancha ou sofre com os raios solares não é verdade. Ela é naturalmente mais resistente por ter mais melanina, mas ainda assim queima e é preciso seguir todos os protocolos de proteção. Há produtos feitos especialmente para os diversos tipos de pele”, comenta Palma.
Estar de olho em todas as pintas e sinais do próprio corpo é outra medida indicada. Conferir com frequência se houve alguma alteração na coloração e no tamanho é importantíssimo. “Usamos o método ‘ABCDE’, uma espécie de checklist que verifica a assimetria, a borda, a cor, o diâmetro e a evolução de uma pinta ou sinal que caracterizam um possível melanoma”, ensina ele.
A partir dos seis meses de idade, os bebês já devem usar os protetores indicados para eles, que são os físicos. A ideia é fazer do seu uso um hábito diário, como escovar os dentes. A regra é clara: é preciso comunicar desde cedo a importância das medidas de fotoproteção e praticá-las. Afinal, câncer de pele é coisa séria!