Caracterizada como relativamente comum, crônica e não contagiosa, a psoríase é uma doença inflamatória da pele, na qual por predisposição genética, junto com fatores ambientais ou de comportamento, causam o aparecimento de lesões avermelhadas e que descamam. Com o objetivo de orientar e esclarecer as dúvidas da população sobre essa dermatose que acomete de 3 a 5 milhões de pessoas no país, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove campanha de conscientização.
Entre as ações está uma live no Dia Mundial da Psoríase, em 29 de outubro, às 19h, no instagram @dermatologiasbd. O coordenador da Campanha Dr. Ricardo Romiti irá participar junto com a cantora e influencer Kelly Key, portadora da doença.
“As campanhas, já marcas registradas da SBD, são fundamentais para promover esclarecimentos sobre doenças, muitas vezes, negligenciadas apenas por falta de conhecimento, então, procuramos alertar incentivando a busca pelo profissional correto, que é o médico dermatologista, para o diagnóstico precoce e tratamento adequado. Além disso, também temos como missão coibir o preconceito, que afeta muitos pacientes. A psoríase não é contagiosa e o contato não precisa ser evitado”, explica Dr. Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.
O coordenador da campanha, Dr. Ricardo Romiti, conta que não se conhece a causa da psoríase, mas sabe-se que apresenta relação com fatores genéticos e imunológicos. Além disso, alguns gatilhos podem desencadear ou agravar o quadro, como estresse, infecções, banhos longos e muito quentes, uso de certas medicações e mesmo o tempo frio.
“Formas graves podem estar associadas à obesidade, hipertensão e outras manifestações da síndrome metabólica, aumentando o risco de infarto e acidente vascular cerebral (derrame). Além de acometer a pele, mais ou menos um terço dos pacientes pode ter uma inflamação articular, conhecida como artrite psoriásica, que, se não tratada adequadamente, pode desencadear deformidades”, ressalta o médico dermatologista.
O diagnóstico das lesões é eminentemente clínico, mas, em alguns casos, também pode ser necessária a realização de uma biópsia da pele para confirmação da psoríase e afastar a possibilidade de outras doenças.
“Ainda não tem cura, porém é possível tratar essa dermatose de maneira eficaz obtendo controle completo ou quase completo de seus sinais e sintomas”, diz Romiti.
Tratamentos
A escolha do tratamento depende da extensão do quadro. De acordo com o médico dermatologista Ricardo Romiti, 70 a 80% dos pacientes possuem a forma mais leve da doença, ou seja, placas nas regiões do cotovelo, joelho ou couro cabeludo, podendo aparecer em qualquer parte do corpo, mas de forma limitada. “Essas formas nós manejamos com tratamentos tópicos, como cremes, pomadas e loções que vão ter um efeito anti-inflamatório para regredir o quadro”, explica.
Já os casos mais graves, extensos e disseminados pelo corpo, necessitam dos tratamentos convencionados, que vão desde a fototerapia até medicação oral.
“Se o paciente não responder ou tiver alguma contraindicação, temos ainda os tratamentos imunobiológicos que são direcionados contra a inflamação específica da psoríase. São medicamentos muito eficazes para as formas mais graves da doença, com um perfil de segurança favorável mas de custo mais elevado e, portanto, indicados para pacientes que tiveram alguma falha ou contraindicação aos tratamentos convencionais”, detalha o médico.
Fique por dentro da campanha através do Instagram @dermatologiasbd.