Discursos emocionantes, homenagens e fortalecimento da dermatologia marcaram presença nos discursos de abertura do 75º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (CSBD), que ocorreu na noite de quinta-feira (25), no Tokio Marine Hall, em São Paulo (SP). O evento, que está sendo realizado no São Paulo Expo e vai até o domingo (28), reúne experts nacionais e internacionais abordando temas da especialidade.
A mesa de abertura foi composta pelo presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mauro Enokihara; pelo presidente do Congresso, Cyro Festa; pelo presidente de honra desta edição, Evandro Rivitti; e pelos especialistas homenageados, Margarida Gonçalo e Luiz Carlos Cucê.
A possibilidade de reencontro no maior evento da dermatologia foi o que ditou o tom das conversas e das apresentações. O primeiro a falar foi Mauro Enokihara, que abordou em sua participação a importância do trabalho em equipe, da união e de se fazer amigos. “Agradeço aos congressistas, à equipe da SBD, aos colaboradores e à comissão organizadora pelo árduo trabalho para fazer esse Congresso acontecer. Foram muitos percalços, mas a equipe do Dr. Cyro nunca desistiu de fazer um grande evento”, disse.
Rivitti e Festa trouxeram emoção em suas falas. Evandro Rivitti focou na história da dermatologia, da SBD e do próprio Congresso, mostrando como a especialidade mudou ao longo das décadas no País. Outro ponto bastante citado pelo professor foram as questões éticas que permeiam a dermatologia atualmente. Ele pediu que os profissionais não abandonem a área clínica e as questões relacionados ao tratamento de doenças da pele.
Cyro Festa homenageou a cidade de São Paulo, que é a sede desta edição. Em seu discurso, o especialista relatou a trajetória de sua família, que é imigrante da Itália, e como ela está relacionada com a história da cidade, que é conhecida por ser um local com pessoas de todo mundo. Além disso, agradeceu à gestão atual, presidida por Mauro Enokihara, e a gestão passada, presidida por Sérgio Palma, pelo apoio na organização do Congresso, que enfrentou os desafios de uma pandemia e foi adiado diversas vezes.
Homenagem – Também teve destaque na solenidade uma homenagem ao especialista mineiro Bernardo Gontijo, que faleceu em junho passado. Com mais de 40 anos dedicados à dermatologia, ele ocupou inúmeros cargos. Dentre eles, os de presidente da SBD (Gestão 2001), de presidente da SBD-MG, presidente do Congresso Brasileiro de Dermatologia (1999), e editor-chefe dos Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD), entre 2004 e 2008; e editor associado dos ABD, entre 2016 e 2020.
Em virtude de sua dedicação e exímio trabalho, a diretoria-executiva da SBD decidiu homenageá-lo através da constituição de um prêmio anual denominado Bernardo Gontijo para o artigo dos ABD com maior impacto. “Bernardo foi grande educador e dedicou e prestou grandes serviços à dermatologia brasileira. Apesar de ter feito parte de diversos cargos e comissões na SBD. As funções das quais tinha mais orgulho eram as de editor-chefe e de editor associado dos Anais Brasileiros de Dermatologia. Por isso, para marcar definitivamente a sua estada entre nós, criamos essa premiação”, explicou Enokihara.
Congresso – A programa científica do 75º Congresso inclui assuntos dos mais relevantes para a prática dermatológica, com palestras de experts nacionais e internacionais. Entres os nomes estrangeiros presentes ao evento estão: Antonella Tosti (EUA); Deniz Seckin (Turquia); Gustavo Caminmo (Peru); Hans Stettler (Suíça); Johannes Ring (Alemanha); Margarida Gonçalo (Portugal); e Rolf Szeimes (Alemanha).
O Congresso contará ainda com palestras, simpósios e cursos sobre cosmiatria, monkeypox, atualização terapêutica, marketing médico, oncologia cutânea, dermatologia pediátrica, dermatologia cirúrgica, laser e outras tecnologias, dermatoscopia, drogas emergentes em dermatologia, dermatite atópica, atualização em vitiligo, e mais. No último dia de Congresso, haverá a premiação dos melhores trabalhos científicos e a apresentação dos destaques da programação, com um resumo dos quatro dias.
Além da parte científica, o CSBD conta também com duas atividades sociais. Uma delas será a mostra Humanae, da fotógrafa Angélica Dass. O outro é projeto é “Costurando Sonhos”, sediado na comunidade de Paraisópolis (SP) e vinculado ao G10 Favelas, que responde pela produção de bolsas do evento. Durante o CSBD os especialistas que quiserem poderão fazer a doação de bolsas do Congresso para que sejam reutilizadas em atividades em prol da própria comunidade.
Após os discursos na solenidade de abertura, houve ainda a apresentação da orquestra regida pelo maestro João Carlos Martins e shows dos Paralamas do Sucesso e do bloco de carnaval Acadêmicos do Baixo Augusta.