Além de desencadear problemas emocionais, devido, sobretudo, ao isolamento social, a pandemia do novo coronavírus também tem agravado problemas de pele. O estresse e a falta de sol, causados pelo tempo dentro de casa, são um gatilho para desencadear um aumento e o agravamento de doenças de pele, principalmente a psoríase, doença inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta diretamente milhares de pessoas no Brasil e pode atingir todas as idades. A prevalência da psoríase na população brasileira é de aproximadamente 1,3% e na população mundial é de cerca de 2%.
— A tensão emocional e a ansiedade, relacionadas à pandemia do novo coronavírus, tendem a agravar doenças psicodermatológicas, como a psoríase. Medicações como a cloroquina, por exemplo, também podem exacerbar a doença. Além disso, por estarem em casa, muitas pessoas não se expuseram ao sol ou a atividades ao ar livre, mesmo sabendo que a luz UVB é benéfica para controle da doença — apontou a Dra. Renata Magalhães, médica dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A causa da psoríase ainda não é totalmente conhecida, mas sabe-se que é uma doença imunomediada (quando o sistema de defesa do organismo ataca células saudáveis do próprio corpo) que tem relação com fatores genéticos. Alguns gatilhos podem desencadear ou agravar o quadro, como estresse, tabagismo, infecções e uso de algumas medicações.
Geralmente, a doença é percebida através do aparecimento de lesões avermelhadas e elevadas, com escamas esbranquiçadas na superfície. Coceira e dor associada a rachaduras na pele são outros sintomas. Os locais mais atingidos são o couro cabelo, cotovelos, joelhos e as costas, podendo também aparecer em outras regiões do corpo como nas unhas (ungueal), mãos e pés (palmo-plantar) e articulações (artropática ou artrite psoriásica). Existem também variantes graves com lesões com pus (pustulosa) e aquelas que se espalham por todo corpo (eritrodérmica).
De acordo com a Dra. Renata Magalhães, a melhor forma de prevenir ou melhorar o quadro de psoríase é manter hábitos de vida saudáveis, usar hidratantes, tomar banhos de sol — de forma moderada —, evitar o traumatismo da pele, além de se consultar com um dermatologista periodicamente.
— Um terço dos pacientes com psoríase desenvolve artrite psoriásica. Além disso, obesidade, diabetes, hipertensão, enfermidades coronarianas e doença inflamatória intestinal, como a Doença de Crohn, podem estar associadas à psoríase. Condições psiquiátricas, como ansiedade, depressão e abuso de substâncias, também podem acometer grande parte dos pacientes — declarou a especialista.
A escolha do tratamento é feita pelo dermatologista, tendo em vista a gravidade e o tipo do quadro. Existem tratamentos tópicos com pomadas e cremes para formas leves e localizadas, fototerapia com luz UV controlada, medicamentos orais e medicamentos injetáveis (imunobiológicos).
Dia Mundial de Combate à Psoríase
No dia 29 de outubro, é comemorado o Dia Mundial de Combate à Psoríase. Tendo em vista a data, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) começou mais uma campanha de conscientização para a população.
Neste mês de outubro, estão sendo divulgadas informações sobre a psoríase, doença crônica inflamatória, não contagiosa e que tem tratamento, apesar de ser recorrente. Coordenada pelo médico dermatologista Ricardo Romiti, Coordenador da Campanha Nacional de Psoríase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a iniciativa tem como objetivo orientar e esclarecer as dúvidas da população. Este ano, a campanha foi pensada para dar dicas, as #TopTipsemPsoríase, para pacientes com a doença. A psoríase provoca alterações na pele, nas unhas, no couro cabeludo e até nas articulações (artrite psoriásica).
Mesmo não sendo contagiosa, os pacientes com a doença sofrem muito preconceito por causa das lesões aparentes na pele. O impacto da doença não fica restrito ao corpo e também pode causar depressão, ansiedade e ganho de peso. “Um acompanhamento multidisciplinar é importante para a melhora da qualidade de vida do paciente”, reforça Dr. Ricardo Romiti.
Não deixe de procurar um médico dermatologista para diagnóstico e tratamento no site da SBD (www.sbd.org.br) ou nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Mais informações em www.psoriasetemtratamento.com.br.
Fonte: Observatório da Saúde do RJ