Um em cada três pacientes que sofrem com doenças de pele sofre com problemas emocionais, como estresse, ansiedade e depressão. É a estimativa da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Na avaliação de dermatologistas, com a maior expectativa de vida da população e o dia a dia mais corrido, a tendência é de aumento do número de pessoas com esses problemas.
O fenômeno, chamado de psicodermatose, é percebido em qualquer doença de pele, como vitiligo, acnes, manchas, psoríase e dermatite atópica.
Para a diretora do Instituto Superior de Medicina e Dermatologia, Roberta Motta, diversos estudos já comprovaram que ‘a pele é o espelho do alma’. Segundo a médica, o problema atinge todas as faixas etárias.
– Estresse, depressão e ansiedade podem ocasionar distúrbios sérios, podendo chegar até a automutilação, como a tricotilomania, que é quando o paciente arranca os próprios cabelos.
Roberta afirma que o primeiro passo para o tratamento é identificar o problema na pele e, em seguida, o fator psicológico provocador.
– Fizemos um estudo com dois grupos de crianças que tinham vitiligo. Um fazia tratamento com medicamento e com acompanhamento psicológico, o outro grupo não. Identificamos que a taxa de cura foi 80% maior no primeiro grupo. Entre as crianças, muitas vezes, o nascimento de um irmão, entrada na escola ou até separação dos pais eram desencadeadores da doença.
Um dos casos que chamaram a atenção da dermatologista é de uma mulher que tinha vitiligo desde jovem e nunca havia tratado a doença, pois dizia não acreditar na cura. Mas, quando a filha dela, de seis anos, manifestou a doença e melhorou com tratamento, a mãe também começou a melhorar, devido ao apoio psicológico.
Ana Regina Coelho de Andrade, dermatologista e coordenadora Estadual de Dermatologia Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, observa que os tipos mais comuns de doenças na pele provocadas por problemas emocionais são a acne, caspa, irritações, psoríase, queda de cabelo, e lesões em joelhos e cotovelos.
– Percebemos nos exames que não se trata de problema imunológico e, sim, sentimental. Então, encaminhamos para tratamento psicológico, paralelamente ao da pele. A pele e o sistema nervoso se originam do mesmo folheto embrionário. Por isso, um influencia tanto o outro. O importante é tratar o mais rapidamente possível, antes que vire um problema crônico.
O analista de suporte Leandro Lacerda Ruppo, 33 anos, conta que descobriu a psoríase há dez a…