Nos últimos tempos, a doença chamada varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, passou a ocupar espaço no noticiário, suscitando inúmeras dúvidas junto à população. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) preparou um episódio especial no seu canal de podcast Palavra de Dermato com objetivo de trazer esclarecimentos ao público sobre formas de contaminação da doença, reconhecimento de sinais e sintomas e compreensão da importância do dermatologista no diagnóstico e tratamento desse problema de saúde pública.
No bate-papo entre o coordenador do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da SBD, Egon Daxbacher, e o 2º secretário da SBD, Beni Grinblat, esses e outros temas são abordados em linguagem informal e acessível. A intenção é deixar os ouvintes bem-informados sobre o tema, evitando a proliferação de boatos e fakenews.
A varíola do macaco ou monkeypox é uma doença viral já conhecida há algum tempo no continente africano, mas que adquiriu um comportamento diferente no surto atual que está ocorrendo em vários países. A transmissão ocorre em virtude de um contato próximo e direto com lesões de pele de alguém infectado.
Sinais e sintomas – A característica mais marcante tem sido o aparecimento de lesões na pele. No entanto, há também sintomas gerais, que incluem febre, dor muscular, aumento de gânglios (também chamados de ínguas) e dores no corpo, por exemplo. Conforme explicam os especialistas da SBD, há diferentes tipos de lesões que podem ser consideradas suspeitas até o médico conseguir chegar ao diagnóstico final.
Neste surto em específico, os dermatologistas ouvidos contam que a doença apresenta as seguintes formas de manifestação: a formação de uma lesão sólida, que depois variará para uma lesão com conteúdo líquido (vesículo-bolha). Essas lesões coçam e/ou doem. Após, há um rompimento, com a formação de pequenas feridas e crostas no local.
Os relatos dão conta de que, no surto atual, as lesões têm ocorrido principalmente em áreas genitais, anal, na boca e em mucosas. Como são sinais e sintomas gerais e variados, os especialistas enfatizam a necessidade de passar por avaliação médica para diagnóstico correto.
Por isso, a ida a um médico em caso de suspeita é essencial. A partir daí, ele fará o encaminhamento do paciente para fazer o PCR, que é um exame capaz de identificar se ele tem, ou não, o vírus da varíola do macaco.
Prevenção e cuidados– Mesmo com a suspeita da doença é necessário que o paciente seja isolado. Essa medida será prorrogada com a confirmação do diagnóstico por cerca de três semanas. Isso porque a doença é de fácil transmissibilidade, podendo, inclusive, ocorrer por meio de contato com uma peça de roupa que tenha sido usada pela pessoa infectada.
Nesse período de isolamento, recomenda-se que as lesões fiquem cobertas. É considerado que não há mais risco de transmissão da doença quando não surgem novas feridas e as crostas das antigas já caíram. Em relação aos cuidados no cotidiano, os especialistas recomendam manter os hábitos que surgiram com a pandemia de covid-19: lavar com frequência as mãos com água e sabão e fazer uso de álcool gel. Se o doente conviver com outras pessoas, recomenda-se também o uso de máscara e cuidado redobrado com roupas pessoais e de cama.
Podcast – O Palavra de Dermato é o podcast voltado à população da SBD e lança um novo episódio todas as sextas-feiras no Spotify e em outras plataformas de streaming. A cada semana é discutido de maneira informal um assunto relevante para o cotidiano das pessoas, trazendo esclarecimentos e respostas para dúvidas sempre com base científica. O projeto conta com o apoio institucional da Vichy, Skinceuticals, La Roche Posay e Cerave.