Em campanha de conscientização, a SBD esclarece o que é mito e o que é verdade na abordagem da hanseníase



Em campanha de conscientização, a SBD esclarece o que é mito e o que é verdade na abordagem da hanseníase

27 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Janeiro é o mês dedicado à conscientização, combate e prevenção da hanseníase. E a SBD aproveitou este momento para divulgar informações sobre a doença, que, por diferentes motivos, ainda hoje representa um problema de saúde pública no Brasil. Este ano, a campanha de esclarecimento coordenada pela médica dermatologista Sandra Durães destacou o que é mito e o que é verdade sobre a hanseníase por meio de vídeo informativo e de fácil compreensão disponibilizado no site institucional. Dermatologistas da SBD também abordaram o tema em matérias publicadas em diversos meios de comunicação do país.

Assista ao vídeo:

O Jornal da SBD conversou com a médica Sandra Durães sobre a importância da conscientização das pessoas sobre essa doença tropical negligenciada. Também quis saber sua opinião sobre a abordagem da hanseníase na campanha deste ano que esclarece o que é mito e o que é verdade na abordagem da doença.

“Crenças populares ainda predominam sobre a enfermidade, que continua suscitando muito preconceito pela sua imagem negativa, de doença estigmatizante e causadora de incapacidades físicas. No entanto, essa imagem não corresponde mais à atual realidade da hanseníase, para a qual existe uma terapêutica mais eficaz, o que a tornou doença curável. Aproveitar este jargão “mitos x verdades” para desmitificar ideias falsas é uma estratégia atual de comunicação rápida para esclarecer e informar a população”, explica.

A hanseníase é uma infecção curável e, na maioria dos casos, com bom prognóstico, que, no entanto, está ligado ao tempo de evolução da doença, já que com o passar dos anos as chances de danos neurais aumentam. E esses danos são irreversíveis. “A estratégia básica para seu controle é a diminuição da carga bacilar da população com o tratamento de todos os casos. Portanto, é muito importante que a população seja informada sobre os principais sinais e sintomas da doença e procure assistência médica o mais rápido possível, e a campanha do Janeiro Roxo tem um papel importante nessa ação”, frisa Sandra Durães.

A médica afirma que a fim de alcançar o controle da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) promoveram a integração da atenção à pessoa acometida por hanseníase na rede de atenção primária à saúde, ampliando a cobertura dos atendimentos de hanseníase.

“Atualmente cerca de 70 % dos casos são diagnosticados na atenção primária. Durante esse processo a colaboração dos médicos dermatologistas da SBD, que possuem acurácia mais desenvolvida para o diagnóstico das lesões cutâneas, foi fundamental no treinamento desses profissionais para o diagnóstico precoce. No entanto, a alta rotatividade das equipes treinadas na atenção primária gera a necessidade contínua de novos treinamentos”, explica.

Sandra Durães informa que este ano haverá um aumento dessas ações por meio de parceria da SBD com o Ministério da Saúde para a realização de campanhas visando ao diagnóstico precoce e à capacitação dos profissionais da rede básica de saúde nas áreas endêmicas. A intenção é oferecer um atendimento integral aos pacientes.

“Após o diagnóstico, além da antibioticoterapia e das orientações para prevenção de incapacidades, os pacientes terão acesso ao atendimento especializado por médicos neurologistas, neurocirurgiões, oftalmologistas, ortopedistas, além de psicólogos. Haverá ainda uma rede adequada de referência e contrarreferência para casos de difícil diagnóstico diferencial, efeitos adversos dos medicamentos e reações hansênicas, essenciais para o atendimento completo. Além dessas ações são fundamentais outras formas de controle, como o exame dos contactantes dos pacientes e aplicação da vacina BCG”, complementa.

Cabe frisar que para o controle efetivo da hanseníase, além dessas importantes ações que envolvem ampliação de cobertura para atendimentos e treinamento de equipes de saúde, é preciso pensar também nos determinantes sociais da doença.

 





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