O que é?
A dermatite herpetiforme ou dermatite de Duhring-Brocq é uma doença bolhosa da pele. Na verdade, não se sabe exatamente o que provoca seu surgimento. O que se observa é uma reação do sistema imunológico contra uma região da pele, o que leva ao surgimento de lesões de origem imunológica, associadas a uma doença intestinal por sensibilidade ao glúten (doença celíaca). O glúten é uma proteína presente no trigo, centeio, cevada, aveia, malte e painço, assim como em seus derivados, como a farinha. É uma doença crônica, de longa duração, oscilando entre períodos de exacerbação dos sintomas e de melhora. Acomete principalmente crianças, adolescentes e adultos do sexo masculino. Em geral, não apresentam as manifestações intestinais da doença celíaca.
Sintomas
Na dermatite herpetiforme a diversidade (ou variedade) com que a erupção se apresenta pode tornar muito difícil o diagnóstico. Assim, a opinião de um especialista em pele (dermatologista) é normalmente requerida. O aparecimento da doença é geralmente gradual e se caracteriza pela formação de lesões, inicialmente papulosas avermelhadas, que evoluem para vesículas (pequeninas bolhas), progredindo para grandes e tensas erupções com arranjo semelhante ao aspecto do herpes, daí o nome herpetiforme, mas sem ter relação alguma com esta outra doença.
O quadro se acompanha de coceira variável, muitas vezes bastante intensa. A escoriação pode causar feridas e crostas, devido ao ato de coçar, que as rompe, deixando cicatrizes hipercrômicas ou hipocrômicas (mais escuras ou mais claras que a cor da pele, respectivamente).
As lesões podem aparecer em qualquer local da pele, mas são mais frequentes nas superfícies extensoras dos cotovelos, joelhos, coxas, nádegas e no dorso do tronco.
Tratamento
O tratamento consiste em eliminar da dieta o glúten, evitando alimentos como: pães, bolos, biscoitos, massas, salgadinhos, leite maltado e outros produtos que contenham farinha de trigo, cevada, aveia e centeio. É importante a orientação médica sobre a doença, recidivas, exames complementares a serem seguidos e controle da patologia. Quanto à medicação, há diversos medicamentos que podem ser indicados como sulfa (dapsona, sulfapiridina), com acompanhamento médico rigoroso por longo período de meses ou anos.
Muitos pacientes que seguem uma dieta sem glúten atingem períodos prolongados de inatividade da doença. O mesmo ocorre com aqueles em uso de dapsona ou de sulfapiridina. Porém, com a interrupção da medicação ou o retorno a uma dieta normal, a doença pode acabar voltando. E essa recidiva é imprevisível, isto é, pode não ocorrer logo após a suspensão do tratamento. Por isso a dermatite herpetiforme é considerada uma doença crônica, para a qual não há uma cura conhecida.
Prevenção
Embora se encontre alguns genes com maior frequência nos pacientes portadores de DH, esta doença não possui relação familiar. Uma parte dos pacientes portadores de dermatite herpetiforme possui uma alteração no intestino indicando destruição do sistema imune similar àquela que ocorre na pele. Esta alteração intestinal pode ser provocada experimentalmente nesses pacientes, quando são submetidos a uma dieta rica em glúten. Não se sabe exatamente qual a relação desses achados com a doença da pele, porém, em muitos pacientes com dermatite herpetiforme (DH), há uma melhora grande das lesões quando eles seguem uma dieta sem glúten.