Não é difícil encontrar crianças e adultas que manifestam quadros de lesões avermelhadas na pele, acompanhadas de coceira intensa. Essas pessoas podem estar apresentando sinais e sintomas de dermatite atópica, uma doença que afeta milhões de brasileiros.
Para ajudar você a entender um pouco mais sobre este problema de saúde de origem genética, que não pode ser transmitido por contato direto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) desenvolveu este espaço, onde estão disponíveis informações relevantes sobre o tema.
A característica principal da doença é a pele seca com prurido constante o que leva a ferimentos pelo ato de coçar-se. O quadro é variável dependendo do tempo de doença e da gravidade, deste modo pode haver, por exemplo: áreas avermelhadas com ferimentos ou até áreas espessas, que surgem após períodos de coceira prolongada. Geralmente, trata-se de uma dermatose com recaídas frequentes, podendo haver intervalos de semanas, meses ou anos, entre uma crise e outra.
A coceira pode levar a ferimentos na pele, o que facilita a contaminação das feridas por bactérias, principalmente o Staphylococcus aureus. Entretanto, infecções por outros agentes podem ocorrer, como as causadas por vírus, principalmente do Herpes simples, causando um quadro denominado erupção variceliforme de Kaposi. Infecções fúngicas também podem ocorrer na pele do portador de dermatite atópica.
1 - Sudorese excessiva (ambiente quente, variações repentinas de temperatura e roupas quentes).
2 - Baixa umidade no ambiente (aumenta o ressecamento da pele).
3 - Roupas de lã, tecidos sintéticos e ásperos (aumentam o prurido).
4 - Banhos longos com água quente (ressecam a pele).
5 - Uso de sabonetes em excesso associado ou não ao uso de buchas.
6 - Situações de estresse (aumentam o prurido).
A relação da dermatite atópica com a alimentação não está bem estabelecida. Pode estar associada a alimentos, principalmente leite, nos casos graves e de início precoce.
Na maioria dos casos o tratamento envolve o uso de medicamentos tópicos, ou seja, aqueles aplicados diretamente sobre a pele ou couro cabeludo do paciente. Normalmente, é empregado um creme ou uma pomada de cortisona (ou esteroide), mas seu uso deve restrito, devido aos seus efeitos colaterais. Em algumas situações, são usados cremes com diferentes concentrações de esteroide para as áreas distintas da pele e para idades diferentes. Crianças devem utilizar corticosteroides de menor potência, pela sua capacidade de absorvê-los e causar problemas internos.
Outras medicações que não envolvem os corticosteroides podem ser utilizadas em associação a eles, ou separadamente, como os derivados da calcineurina, especialmente em áreas de pele muito fina (pálpebras, dobras axilares e região genital). A fototerapia, tratamento com raios ultravioleta (principalmente a ultravioleta de banda estreita), é bastante eficaz no controle do eczema, porém pode não estar facilmente disponível.
Nos casos mais graves, os pacientes poderão precisar de medicações orais, incluindo corticoides, imunossupressores, como ciclosporina e metotrexate, entre outros. Já em casos de complicações, como infecções secundárias, é indicado o uso de antibióticos. Alguns casos necessitam de internação hospitalar para controle adequado da dermatose.
Veja as principais notícias da campanha