Defesa profissional foi destaque em reunião da Diretoria da SBD com presidentes de Regionais



Defesa profissional foi destaque em reunião da Diretoria da SBD com presidentes de Regionais

14 de junho de 2020 0

A apresentação de relatório com ações de defesa profissional coordenadas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) foi um dos destaques de reunião dos presidentes de regionais com a diretoria da Gestão 2019-2020, realizada no sábado (13/6). Por mais de três horas, o grupo discorreu sobre os desafios nesta área, pontuando conquistas obtidas nos últimos e dificuldades enfrentadas com relação às outras categorias profissionais, dentre outros aspectos. 

O encontro foi acompanhado por representantes das regionais e pelo presidente da SBD, Sérgio Palma (PE); pelo vice-presidente, Mauro Yoshiaki Enokihara (SP); pelo tesoureiro, Egon Daxbacher (RJ); pela secretária-geral, Cláudia Alcantara Gomes (RJ); pela 1ª secretária, Flávia Vasques Bittencourt (MG); e pelo 2º secretário, Leonardo Mello Ferreira (ES). Assessores e colaboradores também participaram no apoio aos trabalhos.  

De acordo com levantamento apresentado, nos últimos meses, a SBD contabilizou inúmeros atendimentos realizados aos seus associados relacionados à defesa profissional. Os casos, acolhidos pela assessoria jurídica, tiveram múltiplos desdobramentos, resultando em orientações ou encaminhamentos para tomada de providências. 

De forma geral, entre os Ministérios Públicos e Vigilâncias Sanitárias do país estão ativos aproximadamente 360 ações nas esferas criminal, cível e administrativa.  Apenas nos Conselhos Regionais de Odontologia (CROs) tramitam aproximadamente 260 processos éticos-disciplinares, além de queixas em outras instituições de classe nos âmbitos da enfermagem, farmácia, biomedicina e fisioterapia. 

Conselhos – No relato feito pelo presidente da SBD, Sergio Palma, foi dado destaque a alguns dos processos judiciais envolvendo resoluções divulgadas pelos Conselhos Federais de Biomedicina, Enfermagem e Odontologia, por exemplo. Esses textos possuem teor que fere prerrogativas legais dos médicos. Em vários desses recursos, a SBD é parte propositiva juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e outras entidades médicas, sendo que na maioria a tramitação ainda está em curso. 

Contra o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), os dermatologistas questionam a edição das suas Resoluções nº 197/2011 e nº 214/2012 e da normativa nº 01/2012. Nestes documentos, os biomédicos estabelecem de forma infralegal parâmetros para exercício de suas atividades no campo da saúde estética. O processo aguarda julgamento de recurso. 

Liminar – Outro processo em andamento está relacionado à Resolução nº 529/2016, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que prevê, também desrespeitando a legislação em vigor, que os enfermeiros possam executar oito tipo de procedimentos típicos da dermatologia, como a laserterapia e peelings. Nesse caso, a SBD obteve liminar favorável ao seu pedido, o que suspendeu os efeitos da norma, mas houve apresentação de recurso pela outra categoria. 

Outra decisão da Justiça favorável à SBD foi a concessão de liminar pedida pela entidade contra a resolução nº 669/2018, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que reconhece, também de forma ilegal, a possibilidade de que seus associados possam atuar no campo da saúde estética. Além desses casos, há outros dois que aguardam avanços e estão sendo monitorados de perto pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

Resultados – O primeiro é o questionamento contra a Resolução nº 1.981/2019, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que prevê a criação da chamada harmonização orofacial como área de atuação para os dentistas. O segundo está relacionado à Resolução nº 293/2012, do Conselho Federal de Fisioterapia (Coffito), que define as bases do que essa categoria classifica como fisioterapia dermatofuncional. 

“Temos alcançado bons resultados, porém é preciso ter consciência de que o rito no Judiciário é longo, sendo garantido a ambas partes o direito ao recurso e à ampla defesa em todas as etapas processuais. Por isso, muitas vezes, as decisões são demoradas ou ficam à mercê de novos julgamentos. Porém, de uma coisa os dermatologistas podem estar convictos: a SBD não tem baixado a guarda e está atenta a todos as brechas e possibilidades para defender os interesses da especialidade”, ressaltou Palma. 

Telemedicina – Em sua exposição sobre defesa profissional, o presidente da SBD ainda pontuou junto aos representantes das regionais o trabalho que a entidade tem feito no que se refere à prática da telemedicina. A Sociedade Brasileira de Dermatologia já encaminhou propostas com critérios para o exercício dessa prática ao CFM, o qual deve elaborar novo marco regulatório específico antes da decretação do fim da pandemia de Covid-19. 

Além disso, a SBD acompanha as discussões junto aos planos de saúde sobre a remuneração das teleconsultas. De acordo com nota técnica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras devem assumir o pagamento desses procedimentos, os quais possuem cobertura obrigatória. O cumprimento dessa norma pelas empresas está sendo cobrado pelos dermatologistas. 

Finalmente, Sergio Palma abordou o envolvimento da SBD em ações pela manutenção do padrão de qualidade nos programas de residência médicas dos serviços credenciados à entidade. Segundo informou, tendo em vista do impacto da pandemia nas atividades, já houve rodadas sobre o assunto com representantes da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e da Associação Médica Brasileira (AMB). 

“Inclusive, encaminhamos questionários a residentes, especializandos e chefes de serviços credenciados para que enviem suas considerações sobre o tema. Todos os subsídios ajudarão nossa entidade a firmar sua posição a ser defendida junto à CNRM e à AMB em encontros já agendados”, afirmou o presidente da SBD. 





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