Dermatologia sem testes é possível?




5 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Vanessa Cunha

Nos últimos anos, o número de pessoas vegetarianas – que não consomem nada que derive de animais – aumentou em todo o mundo. Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo do Ibope realizado no início de 2019, em seis anos o número de brasileiros que se dizem vegetarianos praticamente dobrou, representando 14% da população, ou seja, quase 30 milhões de pessoas. O estilo de vida tem feito empresas mundiais repensarem seus valores e modus operandi – não à toa, aliás, grandes marcas começaram a estampar o selo de crueltyfree em seus produtos e embalagens. E mais: pesquisas mostram que a preocupação em consumir produtos que privilegiem o bem-estar animal e não sejam testados não é prerrogativa apenas de quem não consome carne e derivados.
 
A dermatologista Vanessa Cunha explica que, apesar de entender essa nova forma de alimentação que muitos procuram, ter uma dieta completa e saudável sendo vegano é algo complexo. “É difícil alcançar a quantidade de proteínas que precisamos em dietas sem qualquer alimento de origem animal. Assim, é comum termos doenças e, especialmente, manifestações cutâneas pela falta de vitaminas e proteínas”, pontua, acrescentando, ainda, que muitas vezes são necessários suplementos, principalmente de vitamina B12 e proteínas, com exceção da vitamina D, que não tem sua absorção comprometida pelos que não comem carnes e afins.
 
Outro ponto importante a ser levantado sobre o tema diz respeito à prescrição de alguns medicamentos: vegetarianos e veganos, normalmente, também são bastante reticentes quanto ao uso de qualquer produto que seja testado em animais. Sobre isso, a médica diz que, atualmente, vários dermocosméticos não são testados em animais. Isto porque seus ativos já foram testados no passado e se mostraram seguros e eficazes. Entretanto, lembra, “é pouco provável que tenhamos ativos eficazes novos, sem testes de segurança”. “Os produtos não testados têm grande possibilidade de não ser eficazes e, pior ainda, de provocar efeitos colaterais graves”, complementa.


 
O futuro

Estudos sobre o impacto do vegetarianismo na sociedade são cada vez mais comuns em todos os segmentos. A população mundial vem-se moldando sob um novo estilo de alimentação, e a medicina também tem-se atualizado e acompanhado. Por isso, é importante conhecer o que os mercados farmacêutico e cosmético dispõem para que possam, de alguma maneira, tentar alinhar o tratamento a ser prescrito à expectativa do paciente. Isso não quer dizer que médicos tenham que abrir mão de seus diagnósticos e recomendações, mas, sim, que podem tentar se adequar a essa demanda – ao indicar um xampu, por exemplo, é possível escolher entre opções sem testes em animais. Em situações de gravidade, porém, o médico deve pontuar a importância do tratamento indicado.

“É difícil lidar, mas quando se trata de uma doença grave, dificilmente eles negam o tratamento convencional. Em situações de gravidade, nunca tive pacientes que se recusaram a usar algo da medicina tradicional”, diz Vanessa.
 
A médica dermatologista diz ainda que hoje não há na literatura científica séria algo que relacione o vegetarianismo/veganismo com o aumento da expectativa de vida. É importante lembrar, porém, que existem pesquisas demonstrando o resultado da adoção desse estilo de vida na saúde. Em uma análise da Universidade de Florença na Itália, por exemplo, chegou-se à conclusão de que uma alimentação de base vegetal ajuda a diminuir a incidência de câncer e problemas no coração. Em outra pesquisa sobre o assunto, realizada pela Universidade de Loma Linda, da Califórnia, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica The Journal of Nutrition, foram analisados biomarcadores no sangue, na urina e no tecido adiposo de 840 adultos, de ambos os sexos, agrupados pelo tipo de alimentação, e chegou-se a conclusão de que a dieta vegana se mostra a mais saudável sob o ponto de vista da saúde.
 
Ainda não é possível prever o futuro. As evidências, contudo, mostram que, ao contrário do que muitos acreditavam há alguns anos, o estilo de vida vegetariano/vegano veio para ficar. E a comunidade médica tem-se, aos poucos, adequado a essa nova realidade.
 


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Criado em 2016 e credenciado pela SBD em 2017, o Serviço de Dermatologia da Santa Casa de São José dos Campos recebeu recentemente o aparelho de fototerapia UV-B narrow band, que irá beneficiar os pacientes locais do SUS que apresentem psoríase, vitiligo e dermatite atópica. Passa a realizar também dermatoscopia corporal digital com mapeamento para pacientes com nevos e história de melanoma. Semanalmente o Serviço promove dez cirurgias oncológicas com retalhos para câncer da pele, referências para a cidade e região.
 
“Estamos em plenos preparativos para realizar a nossa 1a Jornada Dermatológica e a 4a Reunião Científica do Serviço de Dermatologia. No dia 8 de novembro, teremos Curso de Micologia com Prof. Dr. Silvio Marques da Unesp Botucatu.
Em 9 de novembro, acontecerá a 1a Jornada Dermatológica, que contará com os doutores Silvio Marques, Mauro Enokihara e Helena Müller. Reservem as datas em suas agendas!”, convida o chefe do Serviço, Samuel Mandelbaum.

 

Na foto, estão residentes e preceptores do Serviço de Dermatologia da Santa Casa de São José dos Campos com o Prof. Dr. Nelson Proença

 


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

No mês de maio o Serviço de Dermatologia da Universidade de Taubaté recebeu o certificado de recredenciamento da SBD para o período de cinco anos, e com autorização de ampliação para cinco vagas anuais na residência. Ainda em maio, foi realizada a 88a Reunião Científica da Unitau, com a participação do Prof. Nilton Di Chiacchio, que ministrou o curso teórico e prático sobre cirurgia das unhas, e a 22a Jornada Dermatológica da Unitau, com a presença da Profa. Dra. Helena Müller, discutindo lâminas, e do Prof. Dr. Mauro Enokihara, da Unifesp, debatendo sobre o dez casos clínicos apresentados pelos residentes do Serviço. Cinquenta médicos dermatologistas de toda a região participaram dos encontros no Hospital Municipal Universitário de Taubaté.
 

Na foto, estão os residentes e assistentes da Universidade de Taubaté junto com o vice-presidente da SBD, Mauro Enokihara, e da dermatologista Helena Müller em frente à histórica capela do Hospital Municipal Universitário de Taubaté

 


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

No dia 9 de agosto, o Serviço realizou o Curso de Dermatoscopia, ministrado pelos professores da Faculdade de Medicina de Botucatu Vinicius de Souza e Anna Carolina Miola. “Esses professores possuem muita didática e têm percorrido vários Serviços do estado, sempre com sucesso. Foi realmente um dia produtivo e de aprendizado para todos os participantes”, salienta a chefe do Serviço, Sandra Dinato. Na manhã do 21 de setembro, o Serviço realizará a 17a Jornada Dermatológica Prof. Dr. Ney Romiti, no Serviço de Dermatologia de Santos, com discussão de casos clínicos. Na ocasião serão estudados ao vivo casos de 20 pacientes.


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Em 2019, o Serviço de Dermatologia da Unisa completa 40 anos. Nesse período, colaborou na formação de mais de 120 dermatologistas com título de especialista da SBD. “A Universidade de Santo Amaro, de 50 anos dignos de história, muito se orgulha de nossa disciplina, iniciada com os professores Luis Carlos Cucé e Jamil Auada. Hoje dispomos de cinco vagas ao ano com o total de 15 residentes reconhecidos pelo MEC e pela SBD. Além disso, dez professores constituem o corpo docente. Parabéns a todos!”, ressalta Jayme de Oliveira Filho, professor titular da Unisa.


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04
Na foto, a chefe do Serviço de Residência Médica em Dermatologia do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), Lucia Martins Diniz, a presidente da SBD-ES, Karina Demoner, o membro da Comissão Científica da SBD-ES, Maria Helena Sandoval, e a vice-presidente da SBD-ES, Karla Spelta, durante a Jornada Capixaba de Dermatologia realizada em maio.


18 de junho de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.02 – MARÇO-ABRIL

 

Catarinense de Balneário Camboriú, o jovem Gerson Dellatorre já pensava na medicina ainda na fase escolar. Filho de cardiologista, a predileção pelas matérias biologia e química já davam indícios do caminho que seguiria. Hoje, com 34 anos, enveredou pelo campo da produção científica, após concluir residência médica em dermatologia no Hospital Santa Casa de Curitiba, onde é preceptor há mais de cinco anos. Suas descobertas, até agora, que ele classifica como feitas por acaso, na verdade causaram bastante empolgação no meio acadêmico. Não à toa três artigos seus foram aceitos no JAAD e um no British Journal.

Com publicações em várias áreas de dermatologia, Gerson ultimamente tem veiculado casos inéditos na temática do transplante de melanócitos, como o primeiro caso da aplicação da técnica em paciente com lúpus eritematoso cutâneo subagudo (Journal of Cosmetical Dermatology) e também em paciente transplantado de órgão sólido com vitiligo (Anais Brasileiros de Dermatologia).

“Meu interesse dentro da dermatologia é amplo, mas, em especial, em cirurgia dermatológica (câncer da pele, transplante de melanócitos, vitiligo etc.).  Gosto muito de pérolas, sejam clínicas ou cirúrgicas; são de fácil reprodução e provocam grande impacto prático na vida do leitor, pois mudam sua rotina na prática”, comenta Delatorre. Quatro de suas publicações recentes, aliás, foram nesse formato: “Reliable head bandage”; “Syringe pen: an alternative skin-marking tool in dermatologic surgery”; “Wide area digital dermoscopy” e “Stamped adhesive ruler”, todas no Blue Journal.

Gerson começou a publicar ainda na graduação, mas por acaso. Quando acadêmico, sofreu um acidente por um tipo específico de água-viva, a Linuche unguiculata. Ao consultar seu professor e incentivador na dermatologia André Luiz Rossetto, este o informou que estava registrando casos para um estudo clínico-epidemiológico. “No final das contas, acabei entrando para a casuística do estudo e fui convidado para ser co-autor desse artigo, que foi publicado na Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (“Seabather's eruption: a clinical and epidemiological study of 38 cases in Santa Catarina State, Brazil”)”, comenta. Mais tarde, já na época da residência, um conselho fundamental foi dado pelo amigo Caio Castro: a importância do ineditismo antes de pensar em fazer qualquer estudo.

Para seus papers, além do ineditismo já citado, a inspiração parte da vontade incessante de responder a dúvidas e tentar arranjar soluções para problemas da prática dermatológica. “Já tive ideias até dormindo. Acho que uns dos pontos que favorecem esse surgimento é a curiosidade interminável. Isso acaba fazendo com que sempre estejamos com a cabeça em funcionamento. Acredito muito também em serendipidade (descobertas feitas por acaso). Duas de nossas últimas publicações internacionais sobre uma nova técnica de dermatoscopia vieram de uma ideia que tive enquanto estava buscando uma solução para uma questão de edição de imagens num software de computador. E dali saiu o conceito de dermatoscopia digital de campo amplo (wide area digital dermoscopy)”, explica. E esse modus operandi tem dado certo. Prova disso é que, nos últimos 12 meses, foram publicados sete trabalhos, sendo quatro deles em seis meses. “Não considero um número expressivo, mas no Brasil, infelizmente, acabamos publicando por paixão e não por profissão. Ou seja, para nos debruçar sobre um paper, temos que acabar sacrificando tempo da vida pessoal ou de consultório para conseguir produzir artigos de qualidade”, complementa.

Para o futuro, mestrado e doutorado estão em seus planos. Mas com um porém: que o tema central seja empolgante e traga impacto para a sociedade científica. “Estou aguardando surgir uma boa ideia”, pontua. Ninguém duvida de que ela logo aparecerá.


18 de junho de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.02 – MARÇO-ABRIL

O Serviço de Residência Médica em Dermatologia do Hospital Carlos Macieira, no Maranhão, é o mais novo Serviço Credenciado da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Localizado no maior hospital público do estado, está em seu terceiro ano, sendo oferecidas duas vagas anualmente. Os residentes, além de exercer suas atividades curriculares, praticam ações sociais com apoio dos professores, atuando em municípios e comunidades carentes e participando de campanhas como a do câncer da pele. Na foto estão professores Adelson, Raimunda, Eduardo e Gisele com os seis residentes, José Ricardo, Ana Clara, Doroth, Marcelo, Ana Rafaela e Ana Carolina, na reunião do Serviço.

 

 

 

 


18 de junho de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.02 – MARÇO-ABRIL

No dia 13 de abril o Serviço realizou o curso teórico-prático sobre preenchedores, ministrado pela Profª. Dra. Samira Yarak, da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Pela manhã, a professora abordou as substâncias usadas nos preenchimentos e suas complicações, com ênfase na prevenção e na indicação correta. O período da tarde foi reservado a demonstrações práticas com transmissão ao vivo para os telões no auditório. Houve intensa interação com a plateia. O curso contou com a presença dos médicos residentes e assistentes dos Serviços de Dermatologia da Santa Casa de São José dos Campos e da Universidade de Taubaté, bem como de médicos de toda a região do Vale do Paraíba paulista. Na foto a Profª. Dra. Samira Yarak, da Unifesp, demonstra ao vivo procedimento de preenchimento com transmissão simultânea para a plateia de médicos dermatologistas e residentes de dermatologia.





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