A Sociedade Brasileira de Dermatologia vem se manifestar em relação ao uso dermatológico de exossomos. Os exossomos são vesículas extracelulares que contêm lipídios, proteínas e ácidos nucleicos e desempenham um papel crucial na comunicação entre células e no transporte de biomoléculas através das membranas celulares. Os exossomos podem ser encontrados em diversos fluidos corporais, incluindo sangue, urina, leite materno e saliva. Com uma estrutura composta por uma bicamada lipídica, proteínas e ácidos nucleicos, eles estão envolvidos em muitos processos fisiológicos, como a expressão gênica, a sinalização celular, além da progressão de doenças, crescimento tumoral e doenças autoimunes.
Recentemente, os estudos com produtos à base de exossomos tem crescido na dermatologia, atraindo atenção pelo seu potencial terapêutico na reparação e regeneração da pele, na redução da Inflamação e na cicatrização de feridas. No Brasil, esses produtos são classificados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como cosméticos, o que significa que seu uso é restrito ao uso tópico. Isso implica que tais produtos não podem ser aplicados em terapias injetáveis, independentemente da técnica, da indicação, da competência técnica do prescritor ou da qualidade do produto.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) segue a legislação vigente e as determinações da ANVISA e com base em evidências científicas robustas sobre a eficácia e segurança dos produtos à base de exossomos, estará em contínua interlocução com a ANVISA e o Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo é garantir a melhor assistência aos pacientes e assegurar o direito ao exercício profissional dos dermatologistas, promovendo uma prática baseada em evidências e alinhada com as regulamentações em vigor.