Nota Técnica: Uso Dermatológico de Exossomos



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13 de setembro de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia vem se manifestar em relação ao uso dermatológico de exossomos. Os exossomos são vesículas extracelulares que contêm lipídios, proteínas e ácidos nucleicos e desempenham um papel crucial na comunicação entre células e no transporte de biomoléculas através das membranas celulares. Os exossomos podem ser encontrados em diversos fluidos corporais, incluindo sangue, urina, leite materno e saliva. Com uma estrutura composta por uma bicamada lipídica, proteínas e ácidos nucleicos, eles estão envolvidos em muitos processos fisiológicos, como a expressão gênica, a sinalização celular, além da progressão de doenças, crescimento tumoral e doenças autoimunes.

Recentemente, os estudos com produtos à base de exossomos tem crescido na dermatologia, atraindo atenção pelo seu potencial terapêutico na reparação e regeneração da pele, na redução da Inflamação e na cicatrização de feridas. No Brasil, esses produtos são classificados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como cosméticos, o que significa que seu uso é restrito ao uso tópico. Isso implica que tais produtos não podem ser aplicados em terapias injetáveis, independentemente da técnica, da indicação, da competência técnica do prescritor ou da qualidade do produto.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) segue a legislação vigente e as determinações da ANVISA e com base em evidências científicas robustas sobre a eficácia e segurança dos produtos à base de exossomos, estará em contínua interlocução com a ANVISA e o Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo é garantir a melhor assistência aos pacientes e assegurar o direito ao exercício profissional dos dermatologistas, promovendo uma prática baseada em evidências e alinhada com as regulamentações em vigor.

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4 de julho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lamenta o óbito ocorrido no Distrito Federal após a injeção de Polimetilmetacrilato (PMMA) para correção estética de glúteos com profissional não habilitada.

A SBD alerta que antes de realizar qualquer procedimento estético invasivo, é preciso certificar-se se o profissional escolhido é médico, habilitado e com situação regular no Conselho Regional de Medicina (CRM), evitando situações de risco decorrentes de possível atendimento por pessoas sem a devida qualificação e sem competência legal para tanto. Vale ressaltar que biomedicina e medicina são profissões distintas, ambas regulamentadas e com suas competências estabelecidas por lei.

Procedimentos que necessitam da utilização da substância PMMA devem ser indicados e realizados por médicos, pois podem produzir resultados imprevisíveis e indesejáveis, incluindo reações incuráveis e persistentes. O uso da substância pode causar reações imediatas ou em curto prazo, como: edemas locais, processos inflamatórios, reações alérgicas e formação de granuloma; e tardias, muitos anos após a realização da injeção.

É essencial ressaltar que o PMMA não é recomendado para fins estéticos generalizados por diversas entidades médicas. A Sociedade Brasileira de Dermatologia reconhece que, apesar dos efeitos adversos, o PMMA continua a ser uma ferramenta valiosa para o tratamento de lipoatrofias severas, como por exemplo em alguns pacientes que convivem com HIV/AIDS, desde que administrado por profissionais qualificados. A importância de procedimentos estéticos invasivos realizados por médicos capacitados é enfatizada como medida crucial na prevenção e manejo de complicações potenciais.

Ressalta-se ainda que os procedimentos estéticos invasivos envolvem avaliação prévia do paciente e não podem estar separados de um atendimento médico responsável. Do ponto de vista da saúde pública, vale destacar que a prática da medicina e realização de tratamentos devem ser feitos em estabelecimentos de saúde, como consultórios médicos, clínicas e hospitais, locais onde é possível observar os quesitos de biossegurança dos procedimentos.

Quanto à regulamentação, todos os produtos utilizados em procedimentos médicos e estéticos no Brasil devem possuir registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), garantindo segurança, eficácia e qualidade. A aplicação do PMMA é restrita a profissionais médicos habilitados, seguindo rigorosas orientações de dosagem e técnicas de aplicação estabelecidas pela Agência.

Por fim, este parecer destaca a responsabilidade dos médicos na avaliação criteriosa dos pacientes, na indicação, aplicação e seguimento adequado da injeção de PMMA, visando sempre a segurança e o bem-estar dos indivíduos submetidos a esses procedimentos estéticos.

Um parecer técnico conjunto a partir do entendimento entre SBD e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica está em andamento e será apresentado ao Conselho Federal de Medicina para definir os rumos desse procedimento estético, sempre visando a segurança dos pacientes.

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5 de junho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reconhece que o peeling de fenol em toda a face é um procedimento estético que demanda extrema cautela, considerando sua natureza invasiva e agressiva. É essencial que seja conduzido por médicos habilitados, preferencialmente em ambiente hospitalar, com o paciente devidamente anestesiado e sob monitoramento cardíaco.

Este tipo de peeling é especialmente indicado para tratar casos de envelhecimento facial severo, caracterizados por rugas profundas e textura da pele consideravelmente comprometida. No entanto, é importante ressaltar que o procedimento apresenta riscos e tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período estendido.

Devido ao uso de um composto tóxico absorvido pela pele e, consequentemente, pela corrente sanguínea, o procedimento exige precauções rigorosas. É possível que ocorram complicações, como dor intensa, cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e até mesmo problemas cardíacos imprevisíveis, independentemente da concentração, do método de aplicação e da profundidade atingida na pele. Contudo, quando criteriosamente indicado e executado, os resultados obtidos são incomparáveis a outros métodos esfoliativos, proporcionando uma renovação intensa da pele, estimulando a produção de colágeno e reduzindo significativamente rugas e manchas.

Antes de se submeter a qualquer procedimento clínico ou cosmiátrico, a SBD recomenda que o paciente busque a orientação de um dermatologista. Este profissional está capacitado para preparar a pele, avaliar adequadamente suas condições e indicar a melhor abordagem individualizada para cada caso, além de orientar sobre os cuidados necessários para evitar as possíveis complicações.

A SBD reitera seu compromisso com a saúde e a segurança da população, alertando que procedimentos estéticos invasivos devem ser realizados exclusivamente por médicos habilitados. Profissionais não qualificados podem desconhecer princípios básicos destes tratamentos. Para mais informações sobre cuidados com a saúde da pele, cabelo e unhas, acesse www.sbd.org.br e siga @dermatologiasbd nas redes sociais.

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29 de abril de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia destaca os cuidados necessários ao realizar tratamentos em áreas da pele que apresentem pintas ou sinais pigmentados a fim de garantir a segurança e minimizar os riscos de danos à saúde do paciente.

O melanoma é o câncer de pele mais grave no Brasil e o diagnóstico diferencial com sinais benignos de pele pode ser difícil. Antes de qualquer procedimento, é essencial analisar todas as pintas presentes na área a ser tratada. As pintas podem variar em tamanho, cor e forma, e algumas podem indicar condições médicas subjacentes.

Recomenda-se que um médico dermatologista avalie todas as pintas antes do início destes tratamentos.As pintas que apresentam características atípicas, como variações na cor, tamanho, forma ou sintomas como coceira, dor ou sangramento, devem ser avaliadas quanto ao risco de malignidade.

Todo o profissional não médico deve evitar manipular ou aplicar tratamentos diretamente sobre as pintas, a menos que seja especificamente indicado por um médico assistente. Dispositivos de proteção, como protetores cutâneos ou gaze estéril, podem ser necessários para cobrir as pintas durante o tratamento, protegendo-as contra danos físicos ou químicos.

As pintas devem ser monitoradas quanto a qualquer alteração, como sangramento, aumento de tamanho ou mudanças na cor. Caso essas mudanças sejam percebidas, é recomendável uma reavaliação com o dermatologista. Recomendações claras ao paciente, incluindo a proteção das pintas e a observação constante quanto às alterações no local devem ser reforçadas por todos os profissionais de saúde.

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26 de abril de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia esclarece os princípios do tratamento cientificamente respaldado para o Melasma. Essa condição cutânea é caracterizada por manchas escuras, principalmente no rosto, desencadeadas por fatores genéticos, metabólicos, hormonais e ambientais, como a exposição solar. Outras áreas da pele também podem ser acometidas.
O tratamento é complexo e contínuo, compreendendo:

1. Proteção Solar: A exposição solar agrava o melasma. Recomenda-se o uso diário de protetor solar de amplo espectro, mesmo em dias nublados.
2. Agentes Clareadores: Tratamentos tópicos específicos são essenciais para clarear as lesões de melasma. A escolha de clareadores adequados depende de características individuais do paciente. O tratamento com despigmentantes é prescrito e monitorado por um dermatologista.

3. Procedimentos Dermatológicos: Peelings químicos, microagulhamento e terapias a laser podem ser úteis em casos específicos, mas devem ser realizados por um dermatologista treinado para evitar complicações.

A recidiva do melasma é comum. A influência hormonal, especialmente em mulheres durante a gravidez, o uso de terapia hormonal ou mesmo alterações intrínsecas de cada indivíduo na síntese e metabolismo da melanina devem ser considerados na avaliação das possíveis causas, o que exige uma abordagem multidisciplinar.

O tratamento do melasma requer persistência e tempo, com resultados individuais. A SBD destaca a importância da avaliação dermatológica para diagnóstico preciso e plano de tratamento personalizado. Expectativas realistas, consistência no tratamento e acompanhamento adequado são fundamentais devido à complexidade terapêutica e necessidade de abordagens específicas para cada caso.

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21 de abril de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por meio desta nota, junta-se às outras entidades de classe que compartilham a preocupação com a formação médica de qualidade, incluindo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a Federação Brasileira de Academias Médicas (FBAM), a Federação Médica Brasileira (FMB), a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) e a Associação Médica Brasileira (AMB), para expressar nosso veemente repúdio ao Decreto Nº 11.999, de 17 de abril de 2024, publicado no Diário Oficial da União em 18 de abril de 2024.

Entendemos que a regulamentação da especialização médica é essencial para garantir a segurança e qualidade no atendimento à saúde da população brasileira. Nesse sentido, o mencionado decreto interfere nas funções de regulação, supervisão e avaliação dos programas de residência médica, modificando a estrutura da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), sem a devida consulta às entidades médicas e especializadas em educação médica. A nova composição da CNRM, com o aumento significativo de representantes do Governo Federal e a criação de Câmaras Técnicas Regionais, amplia o poder da influência governamental em decisões desta comissão, comprometendo a autonomia e imparcialidade necessárias para garantir a qualidade da formação médica.

A falta de diálogo com as entidades que compreendem as necessidades de uma formação médica especializada, ética e inovadora fragiliza a estrutura de especialização médica no país, colocando em risco a qualidade do atendimento aos pacientes brasileiros.

Ressaltamos que a educação médica continuada e a especialização são fundamentais para o avanço das práticas médicas e para a promoção de um atendimento à saúde de excelência. Portanto, decisões que afetam tais processos devem ser baseadas em ampla discussão com todos os setores envolvidos nos mesmos.

Apelamos ao Poder Executivo que reconsidere a implementação deste decreto, sugerindo um diálogo colaborativo com as entidades médicas e acadêmicas, com o objetivo de garantir que a regulamentação da especialização médica no Brasil mantenha-se com o padrão de excelência, segurança e progresso imprescindíveis, em prol da saúde de todos os brasileiros.

Sociedade Brasileira de Dermatologia – Diretoria Nacional 2023/2024

21 de abril, 2024

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18 de março de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) vem a público se manifestar quanto a prática da SOROTERAPIA devido aos inúmeros questionamentos que temos recebido de veículos de imprensa e dos próprios pacientes nos consultórios dermatológicos.

Nos últimos anos, observamos uma crescente divulgação entre a população de novos métodos terapêuticos baseados no emprego de suplementos (como vitaminas, minerais, aminoácidos e outros compostos) para fins estéticos, de melhora da imunidade e desempenho esportivo, além de tratamentos, que deveriam ser prescritos por médicos dermatologistas, como o tratamento de alopecias (calvície). É importante dizer que esses métodos não possuem evidências clínico-científicas consistentes que comprovem a sua segurança e eficácia.

A soroterapia não faz parte do rol de procedimentos médicos. A prática da soroterapia com fins dermatológicos carece de estudos científicos na literatura médica.

Os medicamentos e nutrientes endovenosos podem ser muito úteis em casos específicos de prescrição para reposição em pacientes com deficiências. A reposição de vitaminas e minerais endovenosa deve ser realizada apenas quando o paciente não responde à reposição oral, sendo um procedimento aplicado em pacientes crônicos portadores de má absorção intestinal, além de outras condições e doenças clinicas e laboratorialmente diagnosticadas. O emprego de doses em excesso pode ser tóxico ao organismo do paciente, causando uma série de efeitos adversos indesejáveis.

As intervenções médicas sempre devem ter por base as melhores evidências clínico-epidemiológicas disponíveis, que indiquem que o efeito terapêutico benéfico é superior a potenciais efeitos adversos, preferencialmente através de estudos prospectivos e controlados. É vedado ao médico usar experimentalmente qualquer tipo de terapêutica ainda não liberada para uso em nosso país sem a devida autorização dos órgãos competentes e sem o consentimento do paciente ou de seu responsável legal, que devem estar devidamente informados da situação e das possíveis consequências.

Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

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26 de janeiro de 2024 0

A SBD vem a público ressaltar que nos últimos meses, notou-se um aumento do número de casos de escarlatina. Mais de 40 surtos ocorreram em São Paulo em 2023 com notificação de 164 casos. Em 2022 foram 5 surtos com 12 casos notificados, em 2021 apenas 1 surto e nenhum em 2020. Um surto é o nome que se dá ao aumento repentino de casos de uma doença em uma localidade restrita. A escarlatina é um exantema agudo micropapuloso, geralmente associado à faringite por Streptococcus pyogenes, que acomete principalmente crianças em idade escolar e adolescentes. As lesões de pele não são perigosas, mas são um marcador de infecção pelo agente que pode levar a complicações. Desenvolve-se 2, 3 até 7 dias após a infecção, inicia com febre, mal estar e a dor de garganta, seguindo com uma erupção papulosa, eritematosa e de aspecto áspero. Inicia-se pelo tronco, axilas e depois as extremidades, poupando as palmas e plantas. A área ao redor da boca também é poupada, tornando-se pálida. Alterações na mucosa da boca incluem a  “língua em morango”  com papilas hiperplásicas. As linhas de Pastia são sugestivas da doença e aparecem como lesões lineares mais intensas em torno dos pontos de pressão. Elas são encontradas nas dobras, como pescoço e dobras do cotovelo. Um período de descamação da pele pode perdurar até duas semanas depois do quadro inicial.

O diagnóstico é clínico e, em alguns casos, pode-se recomendar a cultura da orofaringe.

O quadro é atribuído ao Streptococcus pyogenes, que libera uma toxina responsável pela manifestação cutânea. O mecanismo mais aceito atualmente é de que se trate de hipersensibilidade tardia aos antígenos do estreptococo e liberação de citocinas inflamatórias. O GAS tem seu reservatório na mucosa nasal, adenoides e amígdalas. 3

Os sintomas de faringite aguda inicial são: febre, dor de garganta, dor ao engolir e adenopatia cervical. Este agente é responsável por 20 a 40% dos casos de faringite em crianças e em 5 a 15% em adultos. Os surtos podem ocorrer em domicílios, escolas, instalações militares e outros ambientes onde haja contato próximo entre humanos. O contato direto ou indireto com uma pessoa infectada é a fonte da infecção, acredita-se que a transmissão ocorra principalmente por grandes gotículas de secreções respiratórias, embora a propagação através de objetos e alimentos contaminados sejam vias

alternativas de transmissão. A fonte da infecção pode ser também uma ferida ou queimadura infectada com GAS.

Surtos de escarlatina são mais frequentes no início do ano letivo e com as temperaturas mais frias. A incidência da doença tem aumentado em vários países e há suspeita de cepas resistentes do GAS.O diagnóstico diferencial deve ser feito com algumas doenças virais como sarampo, rubéola, arboviroses e exantema por drogas.

A escarlatina pode ser evitada com boa higiene das mãos e desinfetando regularmente os fômites compartilhados. A recuperação geralmente é concluída em 3 a 6 dias de tratamento, mas os sintomas cutâneos podem levar de 14 a 21 dias para desaparecer.

Penicilina ou amoxicilina são o tratamento de primeira linha e, em casos de alergia, podem ser usadas cefalosporina, clindamicina ou eritromicina. O uso de antibióticos reduziu a morbidade da escarlatina em comparação com o início do século 20, quando a mortalidade era de aproximadamente 30%, para menos de 1%.

O dermatologista é o médico capaz de diagnosticar e tratar as doenças de pele na infância e vida adulta.

1. https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-respiratoria/2024 https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/11/22/sao-paulo-tem-alta-de-casos-de-escarlatina.ghtml

2. Wessels MR. Streptococcus pyogenes Pharyngitis and Scarlet Fever. 2022. In: Ferretti JJ, Stevens DL, Fischetti VA, editors. Streptococcus pyogenes: Basic Biology to Clinical Manifestations [Internet]. 2nd ed. Oklahoma City. University of Oklahoma Health Sciences Center; Chapter 22. PMID: 36479768.

3. Pardo S, Perera TB. Scarlet Fever. 2023. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023. PMID: 29939666.

4. Belda Jr. W, Di Chiachio N, Criado PR. Tratado de Dermatologia. Ed Atheneu, 4ª Edição 2022, pg. 1315.

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15 de janeiro de 2024 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia esclarece que a acne vulgar é uma das doenças mais comuns tratadas por dermatologistas, afetando aproximadamente 80% da população em algum momento de suas vidas. A evolução da acne pode levar a cicatrizes inestéticas e afetar autoestima dos pacientes. O tratamento precoce e eficaz pode prevenir esses problemas. A isotretinoína oral está disponível para este fim desde 1982 e tem contribuído  com melhora significativa na qualidade de vida de numerosos pacientes com acne.

É atualmente o único tratamento disponível para acne com efeito potencialmente curativo a longo prazo. Seu mecanismo de ação envolve atrofia definitiva das glândulas sebáceas da pele impedindo novas lesões na pele após o uso de doses individualizadas baseadas nas características e evolução de cada paciente. A isotretinoína não apresenta efeitos deletérios em outras glândulas do organismo.

Apesar de sua eficácia incomparável, a isotretinoína apresenta riscos, fazendo com que o acompanhamento dermatológico ao longo do tratamento seja fundamental. Revisões recentes em larga escala têm contribuído para esclarecer os riscos associados. A prevenção de gravidez durante o tratamento é fundamental para mulheres em idade fértil, dado que consta do termo de consentimento.

Os efeitos colaterais exigem acompanhamento dermatológico frequente durante e logo após o tratamento: alterações de função hepática, aumento de colesterol e triglicerídeos podem ocorrer.  Há ainda relatos de depressão e suicídio durante o tratamento. A taxa de ansiedade, depressão, suicídio e ideação suicida já é elevada em adultos jovens, coincidindo com a população mais comumente afetada pela acne que requer tratamento com isotretinoína. Não obstante, os escores de depressão melhoraram com o tratamento da acne. É importante ressaltar que devido a possíveis reações individuais à isotretinoína podem ocorrer é uma história clínica cuidadosa é necessária antes da indicação s no seguimento. A comunicação aberta entre o dermatologista prescritor de isotretinoína, o paciente e a família, e o provedor de cuidados de saúde mental é imprescindível.

O dermatologista é o especialista indicado para orientar o paciente, prescrever e acompanhar o tratamento da acne.

Fonte:

Landis MN. Optimizing Isotretinoin Treatment of Acne: Update on Current Recommendations for Monitoring, Dosing, Safety, Adverse Effects, Compliance, andOutcomes. Am J Clin Dermatol. 2020 Jun;21(3):411-419.Huang YC, Cheng YC. Isotretinoin treatment for acne andrisk of depression: a systematic review and meta-analysis. J Am Acad Dermatol. 2017;76(6):1068–1076.e9.

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13 de julho de 2023 0

 

Alerta da Agência para Cuidados está no link abaixo, na íntegra:

“Anvisa publicou uma nota técnica sobre serviços de estética e embelezamento. A Nota Técnica GGTES/DIRE3/Anvisa 15/2023 tem como objetivo orientar os profissionais de vigilância sanitária sobre o que verificar nas inspeções e fiscalizações sanitárias, para garantir a segurança e a qualidade dos produtos e serviços oferecidos nesses estabelecimentos.

A Agência recebe e monitora denúncias recebidas sobre os serviços de saúde e os serviços de interesse à saúde. Nos últimos anos, a Anvisa constatou que os serviços de estética e embelezamento aparecem como os mais denunciados e reclamados, com uma média de 60% das denúncias”.

 

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2023/nota-tecnica-orienta-sobre-fiscalizacao-sanitaria-em-servicos-de-estetica-e-embelezamento

 

Na imagem: Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)/ Foto: EBC





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