Coordenadores do 13º Teraderm fazem balanço positivo do evento focado na terapêutica dermatológica




13 de julho de 2021 0

“O nível da participação dos inscritos mostrou que o 13º Teraderm se mantém altamente relevante para a especialidade”. Essa é a avaliação de John Veasey, um dos coordenadores da Comissão de Organizadora do evento ao fazer o balanço da atividade. O encontro aconteceu no período de 2 a 4 julho, no formato online, sob organização da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Além desse fator, dentre os motivos que levaram ao êxito do encontro está o cuidado no preparo da programação científica. Para Jayme de Oliveira Filho, outro dos coordenadores do 13º Teraderm, trata-se de um evento já tradicional entre os médicos dermatologistas, sempre muito aguardado e bem recebido pelos associados por conta do seu dinamismo e do elo com a prática diária.

Terapêutica – A fórmula que deu certo, lembra Jayme Filho, passa pela abordagem de diversas áreas da terapêutica dermatológica (cirúrgica, cosmiátrica, clínica, entre outras) de forma didática, com foco em problemas do cotidiano de clínicas e hospitais. “As aulas são sempre conduzidas por palestrantes experientes que, em poucos minutos, detalham condutas úteis a todos os dermatologistas”, ponderou Ricardo Shiratsu, outro dos quatro coordenadores.

Diante do que ocorreu, Clarisse Zaitz, que completa o time da Coordenação do 13º Teraderm, já está animada para a próxima edição, em 2022. “A torcida é para que esse novo encontro aconteça presencialmente. Assim, estaremos num ambiente capaz de estimular o aprendizado pelo acesso à atualização de técnicas e abordagens terapêuticos e de proporcionar momentos de confraternização e troca de experiências”, concluiu.


13 de julho de 2021 0

A defesa da segurança do paciente uniu esforços de três das maiores sociedades médicas do Brasil. Com o objetivo de barrar práticas que têm causados danos à saúde e à autoestima de milhares de pessoas, essas instituições que congregam cerca de 25 mil especialistas passarão a agir, sistematicamente, contra abusos e irregularidades praticados. O foco é o combate à atuação de não médicos, sobretudo nos campos da estética e da cosmiatria.

Por meio de manifesto público, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) anunciaram a união inédita das entidades para agir contra situações que têm causado grande prejuízo, com inúmeros relatos de intercorrências graves, mutilações e sequelas em diferentes cantos do país.

“A imprensa tem divulgado reiteradamente casos que mostram os quão deletérios são os efeitos da ação de não médicos que se apresentam para a população como detentores de conhecimento e preparo que não possuem. Entendemos ser necessário alertar sobre esses riscos e impedir a atuação dessas pessoas”, disse o presidente da ABORL-CCF, Eduardo Baptistella.

Ato médico – As entidades argumentam que a Lei do Ato Médico (nº 12.842/2013) precisa ser respeitada, pois estabelece claramente os campos de atuação que são exclusivos dos profissionais da medicina. Em seu artigo 4º, o texto cita expressamente que apenas os médicos podem fazer a “indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo os acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias”.

Para o presidente da SBD, Mauro Enokihara, ao aprovar essa lei o Congresso Nacional criou mecanismos importantes para a proteção dos brasileiros que devem ser preservados.  “Inúmeras audiências públicas antecederam a elaboração desse texto. Em todas, ficou provado que esses procedimentos exigem um profissional com habilidade, capacitação e atitudes específicas. É o médico que preenche esse perfil, pois com seus atos consegue oferecer maior segurança e eficácia em benefício do paciente”.

Diante desse cenário e com a união de esforços definida, a ABORL-CCF, a SBD e a SBCP devem buscar sensibilização dos brasileiros, dos membros do Poder Judiciário e dos tomadores de decisão com respeito ao tema. A intenção é conscientizar a todos sobre os riscos à vida e à saúde que têm sido causados pelas práticas de não médicos ao realizarem procedimentos estéticos invasivos e coibir essas práticas.  

“O médico especialista é o profissional que detém a indivisível autorização e competência para exercer procedimentos médicos. Ao unirmos esforços, nossas entidades firmam um pacto pela defesa do ato médico, das boas práticas da medicina e da valorização do título de especialistas. Irmanadas, nossas três sociedades médicas manifestarão uma resposta firme contra os excessos”, concluiu Dênis Calazans Loma, presidente da SBCP.


10 de junho de 2021 0

As mais recentes descobertas nas áreas de cosmiatria e tricologia, bem como novas abordagens no tratamento de doenças, serão destaque na programação do 13º Teraderm, organizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O encontro acontece de 2 a 4 de julho, ainda em formato virtual, mas com a proposta de manter o tradicional dinamismo nos debates, mas sem abrir mão da qualidade das abordagens.

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Dentre os temas em perspectiva no 13º Teraderm estão:  gestão de consultório na pandemia, uso de minoxidil oral nas alopecias, a relação entre covid-19 e manifestações cutâneas, transtorno dismórfico corporal e transgêneros; e prescrição de imunobiológicos. No total, serão abordados mais 20 temas relacionados à vivência em consultório. Além disso, haverá simpósios satélites diariamente disponíveis aos inscritos.

Dúvidas – Para estimular a interação, serão disponibilizados canais para que os participantes enviem perguntas aos palestrantes e coordenadores. “O objetivo é garantir que haja efetivamente a possibilidade de sanar dúvidas, em tempo real”, complementa John Veasey, coordenador do 13º Teraderm.

O presidente da SBD, Mauro Enokihara, ressalta que a organização do encontro sinaliza o compromisso da Gestão 2021-2022 com a qualificação do médico dermatologista. “Apesar da do distanciamento físico, a SBD oferece opções de educação continuada. Neste sentido, o Teraderm é um exemplo de como unir a modernidade das tecnologias de comunicação à melhor tradição do ensino médico”, disse.

A Comissão Organizadora lembra ainda que o conteúdo gravado durante o 13º Teraderm ficará disponível por mais 30 dias aos inscritos, após a realização do evento. Isso permitirá aos interessados rever apresentações preferidas. Além de John Veasey compõem o grupo de coordenadores, os seguintes dermatologistas: Clarisse Zaitz, Jayme de Oliveira Filho e Ricardo Shiratsu. A coordenação científica da SBD está a cargo de Flávia Vasques Bittencourt.

 


10 de junho de 2021 0

Os dermatologistas têm três grandes encontros marcados com o aperfeiçoamento técnico científico nos meses de junho e de julho. O informe foi dado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mauro Enokihara, no encerramento do Simpósio de Cabelos e Unhas, realizado entre os dias 27 e 29 de maio, em conjunto pela SBD e SBD Regional São Paulo (SBD-RESP).

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Segundo ele, os associados devem reservar espaço em suas agendas para participarem do Conexão SBD – Edição especial sobre biológicos, em 5 de junho; do II Simpósio de Cirurgia Micrográfica, em 19 de junho; e do 13º Teraderm, de 2 a 4 de julho. “Estas atividades oferecem aos especialistas acesso a conteúdo atualizado e relevante neste momento de pandemia. Independentemente dos problemas em curso, os dermatologistas precisam estar preparados para responder às necessidades dos pacientes”, disse.

O Simpósio de Cabelos e Unhas abordou avanços e atualizações da especialidade sobre estes temas, a partir da análise de pesquisas e novas abordagens terapêuticas. Mais de 80 palestrantes brasileiros e estrangeiros, com experiência em doenças capilares e ungueais, trouxeram nesta nova edição discussões sobre questões relacionadas a essas duas áreas fundamentais à dermatologia.

Cursos de aprofundamento – Biópsia de leito ungueal com punch leito, envelhecimento capilar e doenças inflamatórias foram alguns dos temas abordados. Além disso, seis cursos de aprofundamento também fizeram parte da programação científica, lançando luzes sobre aspectos da alopecia areata, dermatoscopia nas unhas, alopecia frontal fibrosante, alopecia androgenética masculina e feminina e cirurgia de unhas em consultório.

Durante o encontro, também merecem destaque as homenagens feitas a três especialistas que atuam na área de cabelos e que possuem as maiores publicações internacionais: Rodrigo Pirmez, Paulo Muller Ramos e Daniel Fernandes Melo; além do dermatologista Ival Peres Rosa, chefe do Serviço do Hospital do Servidor de São Paulo, pela sua contribuição à dermatologia brasileira. Ao final, a dermatologista Aline Donati recebeu agradecimento especial pelo trabalho desenvolvido na organização do Simpósio. Além dela, participaram desse processo de coordenação do evento: Fabiane Brenner, Alessandra Anzai, Priscila Kakikazi, Nilton Gioia Di Chiacchio e Nilton Di Chiachio.

“Foram três dias de aprendizado contínuo e dinâmico, com espaço para muita troca de experiências e acesso a conteúdo repleto de inovações úteis à prática médica”, sintetizou Fabiane Brenner, que fez um lembrete aos que participaram: o conteúdo gravado ficará disponível aos inscritos por mais 30 dias, após o encerramento do evento.

 


10 de junho de 2021 0

Mais de 800 inscritos, 28 palestrantes e uma programação científica multidisciplinar e aprimorada. Esse é o saldo do 43º Simpósio de Dermatologia Tropical (Dermatrop). O evento, realizado em formato online pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), nos dias 21 e 22 de maio, discutiu as principais novidades a respeito do diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas, parasitárias e outros temas que impactam a saúde pública do país. “A aceitação do público foi a melhor possível”, sintetizou o presidente da SBD, Mauro Enokihara.

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Numa avaliação direta sobre a relevância do Dermatrop, ele também fez questão de frisar que o evento atende justamente à preocupação da SBD com o ensino, o aprendizado e a pesquisa em dermatologia em todos os campos da especialidade, sendo direcionado aos profissionais de todas as gerações. A coordenação do 43º Dermatrop da SBD ficou a cargo dos especialistas Mauro Enokihara; Heitor de Sá Gonçalves (vice-presidente da SBD); Sinésio Talhari (um dos idealizadores do evento); e Sérgio Palma.

“O evento acontece há mais de 40 anos, com apenas duas interrupções ao longo desse período. Sem dúvida é um dos encontros mais tradicionais da dermatologia brasileira, com contribuições para o aprimoramento do atendimento e para a ampliação dos estudos das dermatoses que tanto acometem as populações negligenciadas do nosso país”, disse.

Tropical – O vice-presidente da SBD, Heitor Gonçalves de Sá, salientou que a atual gestão da SBD tem trabalhado em diversas frentes para promover o resgate da dermatologia tropical aplicada às doenças negligenciadas. O esforço visa fortalecer o especialista da entidade e reforçar a dermatologia clínica e sanitária do Brasil.

Segundo adiantou, ao longo deste ano serão implementadas diferentes ações voltadas às doenças tropicais. Entre elas, a capacitação em hanseníase para dermatologistas que atuam nesta área, por meio do programa de atenção básica e estratégia de saúde da família de diferentes estados brasileiros; a criação de nova Campanha de Hanseníase; e ainda a realização do Simpósio Internacional de Hanseníase, programado para agosto.

“São projetos que visam cumprir uma das muitas vocações técnicas científicas da entidade, que é a área de doenças tropicais, bem como seu papel como instituição civil responsável por apoiar a saúde pública brasileira”, salienta Heitor Gonçalves de Sá.

Temas – O total de 31 temas sobre micologia, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), hanseníase, doenças virais, bacterianas e outros ganharam destaque durante os seis blocos de programação científica do 43° Dermatrop. O encontro também contou com duas sessões de discussão de casos clínicos dos Serviços Credenciados.

Nelas, os especialistas trocaram experiências e ampliaram sua capacidade diagnóstica e terapêutica das doenças tropicais. Além disso, durante todo o evento os participantes puderam esclarecer as dúvidas dos congressistas por meio de um chat exclusivo.

“A importante adesão dos dermatologistas neste evento mostrou o alto interesse em aprimorar conhecimentos a respeito de atuais tratamentos e condutas de dermatoses mais prevalentes nas populações negligenciadas. Nosso compromisso, ao promover eventos de alta qualidade técnica como este, é de incentivar a educação médica continuada, sempre pensando em oferecer o melhor tratamento possível ao paciente”, disse o presidente da SBD.

 


10 de junho de 2021 0

Os biomédicos não devem invadir a competência do profissional da medicina, devendo ficar restritos aos atos privativos de sua profissão. Esse argumento foi utilizado em decisão anunciada pela 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a qual reafirmou decisão judicial anterior, proferida em primeira instância. O resultado representa uma vitória para a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que, por meio de seu Departamento Jurídico, apresentou denúncia de invasão de competência junto ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, a partir de um caso específico.

Como resultado dessa representação, o MP ajuizou ação civil pública para impedir uma biomédica acusada de realizar procedimentos estéticos. Já no pedido de liminar, a Justiça havia se manifestado favoravelmente ao pleito da SBD. Naquela decisão já ficava determinado que a profissional não-médica se abstivesse, em sua clínica ou qualquer outro local de atendimento ao público, de ofertar procedimentos estéticos invasivos sem supervisão médica. De acordo com o Departamento Jurídico da SBD, apesar da decisão ser aplicada apenas o caso analisado, ela serve de parâmetro para denúncias e julgamentos.

Multa – Dentre os serviços que ela ficou proibida de oferecer estavam: preenchimento facial e labial, toxina botulínica, mesoterapia, escleroterapia, depilação a laser, radiofrequência, peeling de diamante, peeling químicos, ultrassom, carboxiterapia, máscara de LED, drenagem linfática, laser CO2 fracionado, luz intensa pulsada, criolipólise e fio de sustentação. No caso de descumprimento da determinação da Justiça, a biomédica ficou sujeita à multa de R$ 2 mil para cada hipótese de descumprimento.

Diante da liminar favorável à SBD, a biomédica recorreu ao Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, sendo que o juiz Sérgio Renato Tejada Garcia negou o pedido de recurso. Na sua argumentação, o magistrado destacou que os atos administrativos do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), que permitem a realização de procedimentos estéticos por profissionais desta categoria, desrespeitam leis federais.

Extrapolação – O magistrado destaca que a Resolução nº 241/14 e as Normativas nº 03, 04 e 05/2015, todas da CFBM, não observam o que está previsto na Lei nº 6.684/79, que condiciona o biomédico a realizar atividades para as quais está legalmente habilitado sob a supervisão de um médico. Além disso, pontuou o juiz, a Lei nº 12.842/2013 preceitua que os procedimentos estéticos invasivos são atividades privativas de profissionais da medicina. No entendimento dele, os atos publicados pelo CFBM extrapolam seu limite de regulamentação.

“A SBD tem se mantido vigilante contra abusos cometidos por profissionais de outras categorias, numa ação contínua de combate ao exercício ilegal da medicina, especialmente na área da estética. Desde 2017, a entidade já protocolou mais de 1,2 mil denúncias contra profissionais não médicos pela prática de irregularidades, sendo que muitas delas se transformaram em ações civis públicas, como a que foi julgada pelo TRF4”, ressaltou o Geraldo Magela Magalhães, 1º secretário da SBD da Gestão 2021-2022.  

 


10 de junho de 2021 0

Para esclarecer dúvidas recorrentes a respeito da suplementação oral de colágeno e, desse modo, auxiliar os dermatologistas brasileiros a conseguirem melhores resultados no tratamento de seus pacientes, o Jornal da SBD convidou para um bate-papo aprofundado UMA referência no assunto: Lília Guadanhim, colaboradora da Unidade de Cosmiatria da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Na conversa, a especialista discorreu sobre: diferença entre os tipos de colágeno disponíveis; doses diárias recomendadas; associação da suplementação para tratamentos reumatológicos e para a pele; uso em pacientes com doenças preexistentes; suplementação combinada de colágeno com vitaminas; entre outros tópicos.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Jornal da SBD – Todos os colágenos são iguais ou existem diferenças em função do formato (cápsulas, pó e outros)? Existe uma opção mais indicada?
Lília Guadanhim – Quando o tema é colágeno, torna-se relevante sempre distinguir se estamos lidando com colágeno propriamente dito ou colágeno hidrolisado. O colágeno, em si, é uma molécula de alto peso, obtida a partir da gelatina. Em sua forma original, como colágeno não hidrolisado, ele tem 450 kilodaltons. Uma molécula com massa atômica que não consegue ser absorvida pelo organismo e, assim, não desempenha papel biológico. Costumo brincar: os pacientes que tomam colágeno não hidrolisado estão pagando caro para tomar gelatina. Para fins terapêuticos, é fundamental que primeiro ocorra o processo de hidrólise do colágeno, para sair dos 450 kilodaltons a um peso molecular que varia de três a seis kilodaltons. Nessa forma, sim, haverá peptídeos de colágeno, que conseguem ser bem absorvidos e desempenham papel biológico. Em relação à sua formulação, tanto faz se ele vem em forma de comprimido, balinha ou pó. A atenção deve estar voltada à dose. Os produtos que existem no mercado variam de 2,5g a 10g, o que é uma quantidade grande. É difícil conseguir colocar tudo isso em cápsula, por exemplo. Eu já ouvi depoimentos de pacientes que compraram colágeno fora do País e na embalagem a recomendação era tomar várias cápsulas ao dia, e eles não tomavam, por acharem excessivo. Isso é o que não pode. Tanto faz a forma de administração, desde que seja um produto com patente estudada e que o paciente respeite a prescrição indicada. É preciso saber qual é a característica de cada um dos produtos. Não necessariamente quanto mais, melhor.

Jornal da SBD – Uma dúvida frequente sobre o colágeno vem de pacientes que já usam o produto para tratamento das articulações. Se o paciente já utiliza esse tipo de colágeno, ele pode tomar também o colágeno para a pele?
LG – Sim. É possível fazer essa associação para pacientes que já usam o produto com foco no tratamento de articulações, ossos ou doenças reumatológicas. Essa associação não gera efeitos deletérios. É importante esclarecer que, quando o colágeno passa pelo processo de hidrólise, ele já pode gerar peptídeos com ação otimizada para pele, articulações e ossos. A partir daí, há formulações que direcionam efeitos mais específicos em algum dos tecidos. Só que não existe nada na literatura sobre benefícios de efeito cruzado. Mas, com base na minha experiência, acredito, sim, que os peptídeos usados com foco na saúde da pele também podem influenciar positivamente nas articulações, e vice-versa.

Jornal da SBD – Um grupo específico de pacientes cada vez maior é o de pessoas veganas. Existe algum colágeno que não seja de origem animal para atender esse público?
LG – Infelizmente, ainda não. O colágeno disponível no mercado é sempre obtido a partir de fonte animal. Vem da pele ou dos ossos de porcos, bois e peixes. No Brasil, há duas patentes principais e as origens são bovina e suína.   

Jornal da SBD – A partir de qual idade a reposição é recomendada?
LG – Essa é uma das dúvidas mais frequentes. Eu ancoro a recomendação com base na literatura médica. Apesar de sabermos que o processo de envelhecimento começa de forma mais intensa em torno dos 25 anos, em geral, as pesquisas disponíveis sobre a suplementação oral de colágeno avaliam a faixa etária de 35 até 65 anos. Num estudo específico, há a análise de um subgrupo mostrando que, talvez, existam melhores resultados em pacientes acima dos 50 anos. Mas só um estudo aponta isso. Desse modo, de 35 a 65 anos, é o período com respaldo. De todo modo, não há contraindicação se quisermos começar a suplementação em pacientes mais velhos.

Jornal da SBD – E por quanto tempo se mantém a suplementação?
LG – O processo de envelhecimento é contínuo. Mas ressalto: segundo os estudos disponíveis na literatura, os acompanhamentos dessa suplementação são de oito a 12 semanas. Seguimentos mais longos acompanham os pacientes por até seis meses. Por isso, minha indicação é em torno de ao menos 12 semanas, para conseguir avaliar a terapêutica. Se a resposta for satisfatória, mantemos por mais tempo.

Jornal da SBD – Existe algum risco para saúde? E restrição por interação medicamentosa?
LG – Esse é um cuidado relevante. O colágeno é considerado um suplemento alimentar sem contraindicação. Ele é seguro, uma vez que não contém gorduras, carboidratos, colesterol e possui baixo risco alergênico. Inclusive, o Food and Drug Administration (FDA, nos Estados Unidos) classifica o colágeno como um produto Generally Recognized as Safe (GRAS). Eles partem do princípio que a suplementação é segura. Não há problema fazer em pacientes com doenças reumatológicas, doenças renais, nada disso.

Jornal da SBD – A vitamina C ajuda na absorção? Há uma oferta considerável no mercado de produtos que associam o colágeno a outras vitaminas. Qual a recomendação?
LG – Precisamos observar esse ponto com atenção. Existe muito boato na internet e no boca a boca. A resposta científica é que a vitamina C é um fator importante para a síntese de colágenos, no entanto, a enorme maioria dos estudos só avalia a suplementação isolada de colágeno. Há pouquíssimas pesquisas que analisam essa suplementação combinada com outras vitaminas. Logo, não há na literatura essa recomendação. Além disso, sempre há o risco de hipervitaminose. Se fizer a reposição por um tempo maior, tem que estar atento a isso. Também precisamos lembrar que a suplementação de determinadas vitaminas em pacientes com predisposição a algumas doenças pode aumentar o risco de deflagração. Isso é válido para doenças cardiovasculares, alguns tumores. Por isso, é fundamental estar sendo acompanhado por um médico e avaliar a dose e o tempo.

Jornal da SBD – Em relação ao horário de uso do colágeno? Deve ser tomado em jejum?
LG – Quanto a esse ponto, não há recomendação técnica. Ele pode ser tomado depois do almoço, em jejum, tanto faz.

Jornal da SBD – Os pacientes que já fazem uso de outros procedimentos que estimulam a produção de colágeno têm melhores resultados se associam à sua terapêutica a suplementação oral?
LG – Racionalmente, faz todo sentido realizar um procedimento para estimular a produção de colágeno e associar a isso a suplementação oral. Há um estudo feito na Coréia, que avaliou esse resultado em oito pacientes submetidos ao laser fracionado não ablativo. Nessa pesquisa, o autor explica, inclusive, que no pós-procedimento de laser não ablativo os pacientes têm muita queixa de ressecamento e eritema. Logo, ele resolveu avaliar essa diferença entre quatro pacientes que receberam a suplementação, e outros quatro que não receberam. Ele introduziu a suplementação com peptídeos de colágeno duas semanas antes de realizar o procedimento e continuou duas semanas após. Apesar desse ter sido um estudo bem pequeno, a conclusão do autor é que a satisfação dos pacientes que receberam a suplementação foi bem maior e houve menores efeitos de ressecamento e eritema. Logo, essa associação faz sentido, mas ainda há poucos casos descritos. É um tema aberto.

Jornal da SBD – Como é realizada triagem de pacientes para iniciar a suplementação? Qual a expectativa do tratamento?
LG – A expectativa é algo fundamental a se alinhar com o paciente, antes de iniciar o processo. Há pacientes que se queixam de flacidez e celulites intensas no rosto. Nesses casos, a suplementação com colágeno hidrolisado não vai resolver o problema. Por isso, eu gosto de demonstrar pontualmente o que existe reportado em termos de evidências para cada patente disponível no mercado. A partir daí, chegamos a uma conclusão em conjunto. Os registros indicam melhora em cerca de 28% da hidratação e 9% da densidade do colágeno dérmico, além de redução de 30% na fragmentação desse colágeno. Também há publicações indicando aumento da elasticidade, em média 7; diminuição do volume de rugas na região periocular; e em um estudo específico, com viés de condução, mas que faz biópsia por sucção da região periocular, mostra 65% de aumento do pró-colágeno tipo 1 e aumento de 18% da elastina. Esses são os benefícios que podemos esperar, pensando em envelhecimento. Há ainda um estudo sobre celulite, que costumo citar, porque mostra redução de 11% do relevo da pele. Entre melhorar 11% e olhar no espelho e enxergar isso de forma objetiva existe uma lacuna. Por isso, realmente é preciso alinhar muito bem com o paciente as expectativas. Se ele estiver de acordo com as evidências descritas do benefício, a suplementação surge, então. como opção.

 


10 de junho de 2021 0

A covid-19 pode gerar manifestações cutâneas em pacientes afetados pelo novo coronavírus, o que já pode ser comprovado por meio de exames como PCR, imunohistoquímica e microscopia eletrônica. As lesões de pele surgem em até quatro semanas depois do início dos sintomas gerais da covid-19, mas principalmente nas duas primeiras. Os quadros de exantema e urticária costumam ser mais precoces, com início concomitante aos sintomas gerais ou nos dois primeiros dias, embora existam relatos de surgimento tardio, até um mês depois. As manifestações vasculares, como pseudo-eritema pérnio, púrpura e necrose são tardias, ocorrendo em geral após a segunda semana de infecção.

As conclusões fazem parte de documento divulgado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que fez uma revisão ampla de estudos científicos dedicados ao tema. O trabalho, que será disponibilizado aos especialistas, ressalta que as manifestações cutâneas, apesar de possíveis, são menos específicas do que outros sinais clínicos relacionados à covid-19, exigindo sempre uma avaliação criteriosa dos dermatologistas antes de sua classificação final.

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A assessora do Departamento de Medicina Interna da SBD, Camila Seque, responsável pela revisão, explica que a frequência das manifestações dermatológicas nos pacientes com covid-19 ainda é um dado bastante variável na literatura internacional. “Diferentes pesquisas estimam prevalências entre 0,2% e 45%. São inúmeros fatores que influenciam essa ampla variabilidade, tais como: a metodologia do estudo científico; o perfil epidemiológico das amostras; a avaliação presencial ou por telemedicina; a exclusão ou não dos diagnósticos diferenciais; entre outros”, enumera. Segundo ela, no Brasil, até o momento não há estatística sobre esses achados.

Sintomas – Alguns estudos apontam a possibilidade das lesões cutâneas surgirem antes dos sintomas gerais da covid-19, ou seja, de serem os primeiros sinais da infecção. “Isso pode ocorrer entre 8 a 17% dos pacientes que desenvolvem quadro cutâneo”, alerta Camila Seque.

Segundo informa a nota técnica da SBD, nesses casos, as lesões de pele precedem em média três dias os sintomas gerais e os quadros de urticária são os mais relatados. “Tal dado é relevante, pois aponta para as manifestações cutâneas como possíveis marcadores iniciais da infecção por SARS-CoV-2, e ainda na fase pré-clínica, o que contribuiria para o diagnóstico precoce da covid-19”, complementa o texto.

A coordenadora Científica da SBD, Flávia Bittencourt, adverte que outro ponto controverso na literatura científica é a presença de lesões de pele como manifestação única da covid-19, ou seja, lesões cutâneas sem qualquer outro sintoma geral. “Até o momento, há poucos estudos que sustentem essa afirmação”.

Outro dado importante da nota técnica é sobre a relação entre as manifestações cutâneas e as formas leves e graves da doença. Segundo a especialista, elas podem se apresentar em ambas as formas, pois acometem diferentes perfis de pacientes. A nota técnica da SBD também aponta que as manifestações cutâneas mais comuns encontradas na literatura internacional como possível infecção pelo SARS-CoV-2 são: erupções máculo-papulares; urticariformes; tipo pseudo eritema pérnio; vesico-bolhosas; e livedo/necrose.

“Vale ressaltar que até mesmo a frequência de cada um desses padrões é variável de acordo com cada estudo. Grande parte das pesquisas de revisão sistemática relata maior frequência das erupções maculo-papulares (até 70%), seguida das lesões vasculares (incluindo pseudo eritema pérnio), enquanto outros relatam que o padrão mais comum seriam as lesões tipo eritema pérnio (até 75%). Já os quadros urticariformes, vesiculares e livedo/necrose parecem ser mais raros”, salienta o texto.

Alopécia – A revisão divulgada pela SBD aborda uma questão que pode ter relação com a maior susceptibilidade de adoecimento dos homens em relação às mulheres, inclusive com chance de evolução para a forma mais grave da doença, com risco de internação e óbito.

De acordo com a dermatologista Camila Seque, uma possível explicação para essa predisposição do sexo masculino à infecção e ao pior prognóstico seria a associação entre a via dos andrógenos e a infectividade do SARS-CoV-2. Ele explica que um dos marcadores clínicos da expressão dos andrógenos é justamente a alopécia androgenética (AGA), que pode ser um possível fator de risco para a covid-19, uma vez que estudos observaram elevada frequência de AGA entre os homens internados por covid-19.

Além disso, o uso de medicações antiandrógenas, amplamente indicadas nos casos de AGA, parecem ter um efeito protetor na doença, com redução dos sintomas e menores chances de necessitarem de cuidados em UTIs. Porém, a pesquisadora salienta que ainda não há estudos, com metodologia adequada, que demonstrem efetivamente se a introdução dessas medicações após o diagnóstico de covid-19 teria algum benefício terapêutico ou, até mesmo, risco adicional.

Evolução – O tema deve gerar novos documentos. Segundo especialistas que acompanham a evolução da pandemia, por se tratar de uma doença recente, cujo conhecimento ainda está em construção, as informações sobre a covid-19 podem mudar em semanas ou meses. No caso das manifestações cutâneas, ainda há dúvidas sobre a real frequência das manifestações dermatológicas na covid-19, quais as mais relevantes e mecanismos fisiopatológicos envolvidos, entre outros.

“Acompanhar o crescimento diário do conhecimento sobre a covid-19 em todas as áreas da medicina, inclusive na dermatologia, é uma excelente oportunidade de aprendizado e contribuição para sua construção, sempre com a esperança de que a ciência traga mais respostas que se reflitam em benefícios, tanto para os pacientes quanto para a sociedade”, concluiu Camila Seque.


30 de março de 2021 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou no início de março mais uma iniciativa exclusiva para os associados. Trata-se do Conexão SBD, uma série de lives sobre temas de interesse da especialidade que serão realizadas sempre na primeira e na terceira terças-feiras de cada mês, às 20h. Até então, foram debatidos os seguintes assuntos: aspectos dermatológicos e especificidades da saúde da população LGBT; o manejo da acne vulgar e na mulher adulta; e fototerapia: principais indicações, mecanismo de ação, manejo e lançamento do manual prático da SBD.

Clique para acessar o Conexão SBD na área restrita do associado

Departamentos – Os programas têm em média cerca de uma hora e meia cada e formato de pequenas exposições, debates e abordagem de casos clínicos. Outra característica do Conexão SBD é que o público é convidado para interagir com os especialistas por meio de um chat.

Segundo coordenadora Científica da SBD, Flavia Vasques Bittencourt, a proposta consiste em envolver os 21 departamentos da SBD na condução da iniciativa, de forma que durante o ano, todos possam estar presentes nas lives, abordando temáticas pertinentes ao enriquecimento científico dos associados. “Pretendemos, assim, transitar pelas grandes áreas da dermatologia: clínica, cirúrgica e cosmiátrica”, ressaltou.

Por meio do Projeto Conexão SBD a entidade consegue “promover a educação médica continuada, fortalecendo cada vez mais o conhecimento científico dos nossos associados e mantendo-os sempre atualizados”, afirmou Flavia Vasques Bittencourt que, em conjunto com a Diretoria Executiva, trabalha na definição dos temas que serão abordados nas próximas edições.

 


11 de fevereiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Aproxima-se o momento da escolha dos novos dirigentes da SBD, num rito de passagem que marca o momento de renovarmos nossos compromissos e de buscarmos o Norte desejado com ainda mais energia e afinco.

Ao entrar em seu segundo século, a instituição maior dos dermatologistas brasileiros exibe invejável vigor. Já nos aproximamos dos 10 mil associados e nossos congressos rivalizam-se aos mais importantes conclaves mundiais da especialidade atraindo conferencistas e participantes dos principais centros internacionais.

Caminhamos, portanto, um longo caminho desde que nossos primeiros dermatologistas reuniram-se para fundar uma das primeiras sociedades médicas do país.

Temos muito do que nos orgulhar e a responsabilidade de consolidar a obra que vem sendo construída por nossos antecessores, para avançar mais.

A meta permanente é a manutenção de uma entidade forte, densa de conteúdo científico e representativa da especialidade.

Para isso mobilizamos uma equipe de colegas empenhados em contribuir para a atividade associativa. Consolidaremos as conquistas obtidas e avançaremos para novos objetivos.

• Ampliaremos as atividades de educação médica continuada com eventos científicos de qualidade nas regionais e em nossos tradicionais congressos.

• Manteremos vigilância ativa quanto à defesa profissional com ações de fiscalização e valorização do dermatologista em suas áreas de atuação e dimensão mais ampla, clínica, cirúrgica e cosmiátrica.

• Fortaleceremos nosso sistema de comunicação com novas mídias e ampliaremos a presença em redes sociais para que a voz da Dermatologia mobilize formadores de opinião e ajude a consolidar nossos pleitos.

• Buscaremos o alinhamento da matriz de competências da residência em Dermatologia nos serviços credenciados para a formação de excelência e estimularemos residentes e especializandos à uma participação maior em atividades da SBD.  

Novos processos de gestão serão introduzidos com a adoção de boas práticas de governança corporativa (compliance) consagradas por organizações modernas. Nosso compromisso é ir além dos códigos e regulamentos e ampliar o debate sobre práticas e condutas referentes a conflitos de interesse, marketing pessoal e exposição à mídia visando à consolidação de uma sólida imagem institucional.

Nosso programa está aberto às contribuições de todos os associados. Sugestões e propostas são bem-vindas e serão consideradas, num processo aberto e participativo.

Enobrecer o papel do dermatologista na sociedade e contribuir para a formação do Brasil melhor desejado por todos faz parte do projeto institucional da SBD neste seu segundo século.

É fundamental o apoio da Comunidade Dermatológica por meio de um maciço comparecimento às urnas para conferir um sólido mandato à equipe dirigente.

Consolidar e Avançar
Mauro Enokihara, presidente.
Heitor Sá Gonçalves, vice-presidente.
Cláudia Alcantara Gomes, secretária geral.
Carlos Baptista Barcaui, tesoureiro.
Geraldo Magela Magalhães, 1º Secretário.
Beni Grinblat, 2º Secretário.

 





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