Comunicado aos associados sobre o funcionamento da SBD



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12 de janeiro de 2022 0

Em virtude do aumento do número de casos de COVID-19 e de Influenza, nossa equipe está trabalhando em home office. Durante esse período, e até o retorno à normalidade, não será possível fazer pesquisa usando o acervo físico da Biblioteca da SBD. Os e-mails da SBD continuam funcionando normalmente e os telefones para contato são: (21) 2253-6747, (21) 98563-8063 e (21) 98880-4295 (somente whatsapp).

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30 de dezembro de 2021 0

Como forma de apoiar o socorro às vítimas das enchentes que atingiram vários municípios do sul do Estado da Bahia, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) anunciou sua adesão à campanha de arrecadação de donativos para atender a população afetada que está sendo coordenada por entidades médicas locais. Em ofício enviado na quinta-feira (30), a SBD informa que contribuirá com a ação sob responsabilidade da Associação Bahiana de Medicina (ABM), do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) e do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed).

Para tanto, a SBD pretende sensibilizar empresas que atuam no segmento farmacêutico para que doem insumos e produtos que estão sendo distribuídos entre as vítimas das cheias. Neste primeiro momento, o foco é a arrecadação de água mineral, alimentos não perecíveis e materiais de higiene e limpeza. O esforço conta com o suporte das Regionais da SBD, sobretudo da SBD-Regional Bahia, que por meio de sua presidente, Ana Lísia Nascimento Giudice, capitaneou a mobilização.

“Acreditamos que a solidariedade expressa pelo povo brasileiro, assim como por meio de instituições públicas, empresas e grupos organizados da sociedade, será fundamental para superação desse momento”, pontuou o presidente da SBD, Mauro Enokihara. Ele ressaltou que os dermatologistas brasileiros se colocam à disposição para auxiliar as vítimas desta tragédia.

Doações – Toda a entrega dos donativos será acompanhada pela SBD, por meio de sua regional na Bahia. Em agradecimento às entidades e empresas apoiadoras da campanha, as doações serão divulgadas aos dermatologistas e à população em geral. Os interessados em participar da ação podem encaminhar os donativos aos seguintes endereços:

ABM – Rua Baependi, 162, Ondina, Salvador. Horário: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Antigo Clube dos Médicos – Av. Dom Eugênio Sales, s/n, Boca do Rio, Salvador. Horário: de segunda a sábado, das 8h às 18h.

CREMEB – Rua. Guadalajara, 175, Barra, Salvador. Horário: a partir do dia 3 de janeiro, de segunda a sábado, das 8h às 17h.

SINDIMED – Rua Macapá, 241, Ondina, Salvador. Horário: a partir do dia 3 de janeiro, de segunda a sábado, das 8h às 17h.

Depósitos –  Até o momento não está prevista a arrecadação de recursos em dinheiro dentro desta campanha. A SBD aguarda a abertura de uma conta oficial para o recebimento dos depósitos. Segundo o Conselho Regional de Medicina da Bahia, este processo está sendo articulado junto ao Governo do Estado. Assim que os dados estiverem disponíveis, serão repassados a todos os associados.

A Defesa Civil da Bahia contabilizava, na quinta-feira (30), 24 mortes por conta das enchentes. O total de desabrigados já era de 37.324, além de 53.934 de desalojados. O número de atingidos passa de 629.000 pessoas. Dos 141 municípios afetados pelas chuvas, 132 declararam situação de emergência.


16 de setembro de 2021 0

Um dos maiores especialistas em hanseníase do Brasil passou a figurar com destaque no ranking divulgado pela consultoria Expertscape que enumera os cientistas de diversos países que mais contribuíram com estudos relacionados a doenças negligenciadas no mundo na última década. O médico dermatologista Gerson Penna, docente do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical (PPGMT) da Universidade de Brasília (UnB) e ex-diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Brasília, figura na oitava posição. O professor também alcançou a primeira colocação no ranking entre profissionais desta área.

“Estar entre os dez cientistas que lideram este ranking e ser o primeiro colocado entre os dermatologistas me honra. Mas não trabalho sozinho. Para o nosso grupo de pesquisa, é um reconhecimento à entrega e ao trabalho diários", ressalta o professor sobre os esforços de pesquisadores da UnB e da Fiocruz em estudos sobre a hanseníase.

Levantamento – Para apontar este resultado, a Expertscape realizou levantamento em 3.489 artigos publicados na base de dados Publimed. Os textos foram publicados entre 2010 e 2021. Ao longo de sua trajetória, Gerson Penna registra mais de 200 artigos divulgados sobre hanseníase, numa produção relacionada a pesquisas sobre novos tratamentos e medicamentos, determinantes sociais e determinação genética de transmissão da doença.

Ao longo dos anos, Gerson Penna tem trabalhado em sintonia com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), colaborando em iniciativas para aperfeiçoar a assistência oferecida à população brasileira. Isso inclui a elaboração de relatórios que subsidiam a formulação de políticas públicas para doenças negligenciadas, coordenadas pelo Ministério da Saúde. 

Sua contribuição repercute também na formação dos dermatologistas e mesmo na capacitação de médicos de outras especialidades e de equipes de saúde para atuarem na prevenção, diagnóstico e tratamento da hanseníase no País. No entanto, ele alerta: “ainda existe um longo caminho a ser percorrido no combate às doenças negligenciadas”.

Carreira – Membro do Comitê Assessor em Hanseníase do Ministério da Saúde, Penna tem extensa trajetória dentro do serviço público, com participação em atividades nas áreas de ensino e de gestão em saúde, em especial na alta complexidade. Essa experiência tem reflexos em sua atuação, por conhecer as diferentes realidades e o impacto das medidas adotadas na ponta. “Costumo dizer que as pessoas pelas quais a gente trabalha nem sabem e nunca sequer saberão que existimos. Isso nos dá a humildade necessária [para atuar] nesses momentos”, ressaltou. 

Doutor em Medicina Tropical, pela Universidade de Brasília, e com pós-Doutoramento em Saúde Pública, pelo Instituto de Saúde Coletiva na Universidade Federal da Bahia, Penna também é Deputy Editor do PLOS Neglected Tropical Diseases. Para a SBD, o reconhecimento alcançado pelo professor é exemplo do compromisso com a luta contra as desigualdades na área da saúde. 

“Gerson Penna é um profissional que serve de exemplo para a dermatologia brasileira, pela forma como tem atuado, sempre preocupado em criar condições para impedir o surgimento de novos casos de hanseníase e dar atendimento digno aos pacientes com diagnóstico. Esperamos contar com sua contínua colaboração para reforçar essa frente de batalha no campo da saúde pública”, avaliou o vice-presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves. 

Eliminação – Considerada uma doença negligenciada, a hanseníase esteve, por volta dos anos 2000, próxima da eliminação. Atualmente, ela tem avançado em muitos países, incluindo o Brasil, que perde apenas para a Índia em número de novos registros. Os dados do Ministério da Saúde apontam uma média de 30 mil novos casos da doença por ano no País. 

“Estamos atuando fortemente para prevenir o avanço da hanseníase. O professor Gerson Penna, juntamente com vários outros especialistas, tem oferecido conhecimento essencial a adoção de protocolos e práticas que beneficiam, em especial, o paciente. Trata-se de trajetória brilhante e digna de reconhecimento”, concluiu Sandra Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD. (Com informações das assessorias da UnB e Fiocruz)

 


16 de setembro de 2021 0

As alopecias são um importante tema no cotidiano do dermatologista. Por isso, são permanente motivo de debates em eventos da especialidade, com a apresentação de novas formas de tratamento. Para manter os associados atualizados, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) convidou o professor Celso Sodré, que tem uma extensa trajetória relacionada ao tema, para fazer alguns esclarecimentos no SBDcast, divulgado em 04 de agosto. 

Ele é responsável pelo Ambulatório de Alopecias do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos coordenadores do Centro de Estudo dos Cabelos do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay, também no Rio de Janeiro.

Em sua participação no projeto SBDcast, o expert conversou com a coordenadora científica da SBD, Flávia Vasques Bittencourt, sobre o uso de antiandrógenos nas alopecias, aspectos relacionados à segurança do tratamento, efeitos colaterais, contraindicações, interface com médicos de outras especialidades, como ginecologistas, por exemplo, e perspectivas para o futuro. Confira abaixo este bate-papo. 

Flávia Bittencourt – Em quais alopecias os antiandrógenos podem ser usados? Em quais há evidência científica?

Celso Sodré – Certamente, nas androgenéticas, tanto masculina quanto feminina. Também tem sido demonstrado uma ação muito interessante na alopecia fibrosante frontal. Recentemente, uma publicação sobre a dutasterida mostrou ser possível controlar em torno de 90% dos casos de fibrosante frontal, depois de um ano de uso. A finasterida já tinha se mostrado útil antes e na alopecia fibrosante frontal. 

FB – Quais são os anticoncepcionais antiandrógenos? E qual seria a sua condução? 

CS – Os contraceptivos que têm ação antiandrógena são aqueles em que o componente progestágeno tem ação antiandrogênica. Os principais são ciproterona, drospirenona e clormadinona. A ciproterona, que é talvez o melhor, é associada a uma quantidade de estradiol mais alta: 35 microgramas. Os outros apresentam 30 microgramas e 20 microgramas. De qualquer modo, o que recomendo é solicitar ao ginecologista que prescreva, preferencialmente, um desses, com ação antiandrógena.

FB – Os antiandrógenos podem ser utilizados em mulheres em idade fértil? Quanto tempo após a suspensão de cada um deles que a mulher pode engravidar?

CS – Desde que a mulher esteja em esquema de contracepção eficiente e eficaz, eles podem ser usados. Dentre os antiandrógenos que mais se usa, estão: anti 5-alfa redutase, finasterida, dutasterida e espironolactona, que é um bloqueador de receptor de andrógeno. A ciproterona se utiliza muito pouco e tem ainda a bicalutamida, que parece ocupar um espaço importante, que foi o da flutamida, proibida por sua toxidade. Então, pode-se usar esses antiandrógenos, desde que a mulher não engravide. O problema da gestação está no risco de má formação do aparelho geniturinário do feto masculino, que é formado por volta da 12° semana de gestação, o que oferece uma margem de manobra. Assim, é razoável manter a espironolactona até dois meses antes da gestação, depois suspende. Já a finasterida também está adequada dois meses antes. Por sua vez, como a dutasterida permanece mais tempo no sistema, então é interessante suspendê-la quatro ou seis meses antes do projeto de gravidez.

FB – Qual sua rotina em relação aos exames? Quais solicita antes de cada anti-andrógeno? No caso da espironolactona, pede-se só avaliação cardiológica? Se a droga é finasterida, solicita-se testosterona, espermograma? Quando se faz PSA e avaliação ginecológica? É necessário exame de controle depois do início do uso? Compartilha com a gente a sua rotina.

CS – Acredito que para qualquer medicamento usado cronicamente é interessante uma avaliação laboratorial basal antes do seu início. Então, os primeiros seriam hemograma, hepatograma, ureia e creatinina. Esse é o mínimo. Depois, para cada um dos antiandrógenos, há uma orientação. Testosterona e di-hidrotestosterona vale a pena? Não é necessário, mas, às vezes, é interessante para acompanhar a ação do medicamento no organismo. Sabe-se que dutasterida e finasterida causarão aumento na testosterona, com diminuição da di-hidrotestosterona. É útil ver se isso realmente está acontecendo. A espironolactona é um poupador de potássio que pode, eventualmente, levar à hipercalemia, com suas toxidades cardiológicas. Mas, de fato, não se observa isso acontecer. Pelo menos em mulheres saudáveis é bastante seguro o uso, mas se vai ser pedido exame de sangue para ver o hepatograma, não tem nada demais também em colocar sódio, potássio e cloro. Quanto ao PSA, a mesma coisa foi falada antes. Por exemplo, se for uma pessoa de mais idade considero mais necessário. Contudo, ter um valor basal, muitas vezes é interessante, pois sabe-se que finasterida e dutasterida produzirão queda do PSA circulante à metade. Então, para sentir se houve aumento, se o PSA se manteve alto, apesar do anti 5-alfa redutase, é interessante ter o acompanhamento.

FB – Com qual frequência se faz os exames?

CS – Inicialmente, seis meses e depois um ano. Não acho necessário fazer exames com muita frequência, pois são drogas bastante seguras.

FB – Em relação a efeitos colaterais, quais são os principais?

CS – Nos casos da anti 5-alfa redutase, finasterida e dutasterida está, sem dúvida, a diminuição da libido, tanto entre homens quanto em mulheres, onde esse quadro é muito, muito menos frequente. A espironolactona também não costuma gerar grandes efeitos colaterais, mas, às vezes, há queixa de mastodinia, alteração do ciclo menstrual com escape. Porém, se a paciente estiver bem no seu esquema de contracepção com anticoncepcional oral, as chances desse problema aparecer são pequenas. Com respeito à bicalutamida, ainda não tenho experiência para falar sobre efeitos adversos, mas as publicações apontam segurança e poucas reações. 

FB – Quais as principais contraindicações para uso dos antiandrógenos?

CS – Nos casos da finasterida e dutasterida, basicamente depressão. É preciso ficar muito atento, pois há pacientes que ficam bem depressivos. Nestas situações, isto implica em grande risco de efeitos adversos permanentes ou persistentes em pessoas com este padrão. Não me parece uma contraindicação absoluta, mas eu evito se o paciente é depressivo, está em tratamento ou superou um quadro depressivo. Eu compartilho a situação com o psiquiatra para podermos evoluir, juntos, no acompanhamento. No entanto, não acredito ser absolutamente necessário expor o paciente a um medicamento que faz quadro depressivo e, eventualmente, diminui a libido. Para a espironolactona, quando o paciente é hipertenso e já usa medicamentos anti-hipertensivos ou diuréticos, entre outros, eu prescrevo, mas peço que a pessoa converse com seu cardiologista e explique sobre a substituição, por exemplo, de algum outro diurético (clortalidona, hidroclorotiazida) para passar para espironolactona.

FB – A finasterida vem sendo usada em mulheres de forma off-label. Sabe-se que isto gera muita ansiedade. Seria importante a indústria investir na mudança da bula para incluir a população feminina?

CS – Seria muito bom, mas percebo que a indústria não tem muito interesse nisso. Lembro que no lançamento do Propecia® para a alopecia androgenética masculina, o laboratório responsável apresentou junto com uma pesquisa sobre o tema um outro trabalho que apontava a ineficácia da finasterida no tratamento da androgenética feminina, mas na dose de 1mg/dia. Esta não é a dose que se usa para a mulher, por exemplo. Eu uso sempre 5mg, eventualmente 2,5mg, mas 1mg para androgenética feminina é igual a nada. Não funciona mesmo. Na minha avaliação, isso já impactou a indústria para não correr atrás disto. A pesquisa para mudança de bula para a mulher, sobre risco na gestação, mereceria um investimento que, pelo montante exigido, deixaria a indústria em dúvida, já que não haveria retorno financeiro suficiente que justificasse a aposta. Assim, como não se tem isso, nos cabe explicar para a paciente na hora da prescrição que na bula está escrito o que é certo. Ou seja, que a droga é de uso exclusivo para o sexo masculino no tratamento de hiperplasia prostática benigna e que mulheres e crianças não devem fazer uso. Acrescente-se ainda que, mesmo assim, o medicamento é seguro, desde que a paciente não engravide. Se ficarmos à espera do que é label para prescrever, não se indica sulfona para dermatite herpetiforme e nem hidroxicloroquina em caso de erupção polimorfa à luz solar. Temos que saber superar a falta de interesse da indústria farmacêutica com um bom relacionamento médico-paciente.

FB – Em relação às doses, quais que seriam as de finasterida e de dutasterida para homens e mulheres? 

CS – No caso da dutasterida para a hiperplasia prostática, a dose é de 0,5mg, que é o que existe industrializado e equivale à finasterida 5mg. Então, não é 1mg. Finasterida 1mg na alopecia androgenética masculina e só. Quanto à dutasterida 0,5mg, uso naturalmente no homem e na mulher. Sabe-se que tem sido demonstrada alguma evidência de superioridade clínica na eficácia do tratamento da androgenética com a dutasterida em relação à finasterida. Quanto à percepção dos exames laboratoriais é nítido que a dutasterida é muito mais potente em inibir 5-alfa redutase, reduzindo muito a di-hidrotestosterona circulante e aumentando a testosterona circulante. Esse resultado é muito superior ao da finasterida. Assim, indico para homem 1mg de finasterida e 0,5mg  de dutasterida. Já para a mulher, 5mg de finasterida e 0,5mg de dutasterida também.

FB – Qual sua experiência com a bicalutamida? Considera uma droga promissora? 

CS – Acho que é extremamente promissora para o sexo feminino, pois ela atua como bloqueadora de receptor de andrógeno. No homem, provocaria uma feminilização, que não tem interesse para tratamento de androgenética, mas na mulher vem substituir a flutamida com perfil de segurança muito melhor. Então, para as pessoas mais novas, sem experiência com a flutamida, vale lembrar que a flutamida é um espetáculo, sendo usada como a bicalutamida é também: para câncer prostático metastático. Desta forma, para castração química a flutamida é indicada na dose de 250 mg 3 x por dia. O problema da flutamida é que, em algumas pessoas, desenvolve hepatite fulminante, levando a óbito ou mesmo transplante hepático. Com isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, recomendou aos dermatologistas evitar o seu uso em ação cosmética, o que fez a flutamida ser substituída pela bicalutamida, que tem perfil de segurança hepático muito bom, com baixa incidência de efeitos adversos, sendo usado o comprimido de 50mg, três vezes ao dia, para câncer metastático de próstata. O pessoal de Madrid tem publicado uma dose de 10mg a 50mg por dia para a alopecia de androgenética com resultado bastante interessante e bom perfil de segurança. Então, se tem um comprimido de 50mg, quebra-se, dando meio comprimido por dia, 25mg, o que está na média. Esta é uma boa opção, embora eu não tenha experiência suficiente para informar minha vivência com o assunto. Porém, teoricamente, se preenche um lugar muito interessante, com retorno não só para androgenética, mas também para o hirsutismo, seborreia, acne. 

FB – Quais são perspectivas quanto a tratamentos futuros para a alopecia? 

CS – Pois é, eu fico impressionado, como se investe nisso! Realmente, há muita demanda da população em geral. A parte cosmética do cabelo parece ser fundamental, vital para o ser humano, por conta dos pelos terem função importante de fotoproteção, de isolamento térmico, de sensibilidade. Fazer a moldura da cabeça é extremamente impactante para os indivíduos, para nossa sociedade, pelo menos nesse momento. Deste modo, está se investindo em fator de crescimento, plasma rico em plaquetas e engenharia genética futura. Existe muita procura de soluções definitivas. O que vejo é cultura de células tronco, de folículo da região central para ser transplantado. Há muita coisa, mas nada para agora. Estou um pouco desanimado também com tanto investimento só no visual. Claro que a gente tem que pensar sobre a importância deste aspecto, considerando que as pessoas querem ter aspecto que consideram ideal e que o cabelo tem importância fisiológica de proteção. Contudo, deve-se ter um limite também no quanto se investe nisso.
 


8 de setembro de 2021 0

O Brasil acumulou mais de 360 mil casos de sífilis entre janeiro de 2018 e junho de 2020, revelam os últimos dados disponíveis sobre o assunto. O problema é que este quadro pode não retratar a realidade do País. Especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que fizeram o levantamento a partir de bases do Ministério da Saúde, com a pandemia de covid-19, que tem impactado negativamente na realização de consultas e de exames de prevenção, estima-se que milhares de pacientes não procuraram os serviços de saúde ao manifestarem sinais e sintomas dessa doença.

CONFIRA OS DADOS COMPLETOS DE 2010 A 2020

Para os dermatologistas, são altas as chances de um quadro instalado de subnotificação, o que compromete as estratégias de enfrentamento desse problema de saúde pública. Os últimos números disponibilizados pelo Ministério da Saúde, referentes ao intervalo de janeiro a junho de 2020, dão conta de 49 mil ocorrências de sífilis adquirida. Isso corresponde a uma média de 8,2 mil casos registrados por mês, ou seja, uma queda de 36% em comparação ao que foi informado a cada 30 dias em 2019.

Vigilância – Já entre janeiro e dezembro de 2019, o sistema de vigilância epidemiológica apontou a existência de 152,9 mil casos de sífilis adquirida, o que representa uma média mensal de 12,8 mil registros. Em 2018, o acumulado no ano havia sido de 158,9 mil ocorrências, ou 13,2 mil por mês. Apesar da constatação de uma tendência de queda – de um ano para outro -, essa variação não chegou a 4% no pré-pandemia (2018-2019).

“Mesmo que os números continuassem a cair, que é o desejado por todos, dificilmente isso ocorreria numa proporção em torno de 30%. A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que tem preocupado muito os médicos pela forma endêmica como se instalou no Brasil, muito em função de padrões de comportamento e de lacunas nas políticas de prevenção e tratamento”, afirma Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD. 

O quadro da sífilis se agrava quando se amplia a série histórica. Entre 2010 e 2020, o Brasil alcançou a soma de 783 mil casos de sífilis adquirida, seguindo uma proporção de crescimento exponencial. Há 11 anos (2010), foram registradas 3.925 ocorrências dessa infecção. Uma década depois, esse número foi 39 vezes maior (152,9 mil). A taxa de detecção seguiu o mesmo ritmo. Ela cresceu 34 vezes: foi de 2,1 registros por grupo de 100 mil habitantes, em 2010, para 72,8, em 2019.

Mulheres grávidas – Pelos dados do Ministério da Saúde, essa infecção afeta principalmente a população masculina. Entre 2010 e 2020, dos quase 800 mil casos registrados 59,8% eram homens. As mulheres representavam 40,2%. No entanto, mesmo com um percentual menor, elas agregam um fator a mais de preocupação, pois muitas manifestam sintomas durante a gestação, com alto risco de contaminação dos recém-nascidos, dando origem à sífilis congênita. 

No período de 2010 a 2020, foram 357,1 mil mulheres diagnosticadas com sífilis adquirida durante a gravidez. A maioria delas estava na faixa etária dos 20 aos 29 anos (53% dos casos). Na sequência, apareciam, respectivamente, pacientes de 15 a 19 anos (25%); e de 30 a 39 anos (19%). Outros períodos etários somavam apenas 3%.  Outro indicativo relevante é a baixa escolaridade das infectadas. 

Ensino e poder aquisitivo – Do total de mulheres grávidas com sífilis, 29% tinham o ensino fundamental incompleto, o que sugere a maior prevalência em populações socioeconomicamente mais vulneráveis. Em seguida, estavam os grupos com ensino médio completo (17%); médio incompleto (14%); e fundamental completo (10%). Aquelas com ensino superior representavam apenas 2% e as analfabetas 1%. No entanto, 27% não informaram escolaridade.

Outro dado que reforça o maior risco ao qual a população com menor poder aquisitivo ou grau de instrução está exposta é o de origem étnica das infectadas. Mais da metade (55,9%) das mulheres com sífilis adquirida, entre 2010 e 2020, eram pardas e 9,9% pretas. Por sua vez, as grávidas da cor branca somavam 23,7% dos registros; amarelas e indígenas, juntas, eram apenas 0,4% do total. As que não fizeram declaração de cor/raça chegam a 9,7%.

Segundo os dados oficiais, a sífilis congênita – relacionada diretamente à contaminação de mulheres – também é um problema em crescimento. Nos primeiros seis meses de 2020, o País registrou 8,9 mil diagnósticos da doença em recém-nascidos, ou seja, 1,5 mil pacientes a cada mês. Onze anos antes, em 2010, a média era bem menor e girava em torno de apenas 579 registros mensais. Na comparação do período de 2010 a 2019, os casos saltaram de 6.946 para 24.130 diagnósticos ao ano.

Subnotificação – Para o coordenador do Departamento de IST & Aids da SBD, Márcio Soares Serra, o quadro de subnotificação deve ser observado com bastante atenção, uma vez que pode agravar a situação em longo e médio prazos. "Muita gente não tem conseguido ou tem receio de agendar consultas por causa da covid-19. Há, por exemplo, a diminuição de pré-natal entre as mulheres. Outro ponto é que não temos uma busca ativa de contactantes no Brasil. Além disso, apesar da sífilis ser uma doença de notificação obrigatória, nem sempre isso é feito. Somados, todos esses fatores podem complicar ainda mais nossa situação epidemiológica”, disse. 

Segundo Márcio Serra, o diagnóstico precoce faz com que o paciente tenha mais chances de não desenvolver formas mais graves da doença. "A sífilis primária e a secundária podem evoluir sem tratamento. Caso o paciente permaneça com síndrome latente por muito tempo, vai continuar transmitindo. Acho que esse é um dos piores fatores que pode agravar ainda mais o que temos visto atualmente", enfatizou. Ele também alerta para a falta de campanhas de conscientização de doenças sexualmente transmissíveis. "Antigamente, tínhamos campanhas de ISTs durante o Carnaval e outros períodos. Agora, nem isso", lamentou. 

Tendência – A alta prevalência dessa infecção sexualmente transmissível aparece também em outros países. Nos Estados Unidos, na última década, a sífilis se consolidou como um problema de saúde pública. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), em 2019, foram notificados 129.813 casos naquele país. Desde que atingiu uma baixa histórica em 2000 e 2001, a taxa de sífilis entre os norte-americanos vem aumentando anualmente, com variação de 11% a mais nos números, quando se comparam 2018 e 2019 (último dado disponível).

“Essa é uma tendência internacional e o Brasil faz parte do grupo de nações com números alarmantes. Por ser uma doença com evolução grave, até mesmo fatal se não tratada adequada e precocemente, é fundamental que médicos e autoridades públicas permaneçam em alerta, atuando em ações educativas de prevenção e apoiando as fases de diagnóstico e tratamento”, avalia Heitor de Sá Gonçalves. 

Sinais e sintomas – Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) com diferentes estágios de evolução e variados sintomas clínicos, entre eles, manifestações dermatológicas. Conforme salienta o vice-presidente da SBD, embora ainda seja altamente prevalente, a doença tem tratamento simples e eficaz, por meio do uso de penicilina benzatina, que é administrada de acordo com o estágio clínico do paciente.

A sífilis pode ser classificada como sífilis primária, secundária, latente ou terciária. No estágio primário, ela geralmente se apresenta como uma pequena ferida, no local de entrada da bactéria (pênis, vagina, colo uterino, ânus ou boca), que aparece alguns dias após o contágio. A ferida normalmente é indolor e desaparece sozinha, depois de poucas semanas.

Estágios – Quando a infecção não é tratada, a bactéria permanece no organismo e a doença evolui para os estágios de sífilis secundária (quando podem ocorrer manchas, pápulas e outras lesões no corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas) ou então sífilis latente (fase assintomática, quando não aparece mais nenhum sinal ou sintoma).

Após o período de latência, que pode durar de dois a 40 anos, a doença evolui para a sífilis terciária, condição grave que leva à disfunção de vários órgãos e pode causar a morte do paciente, costumando apresentar lesões ulceradas na pele, além de complicações ósseas, cardiovasculares e neurológicas.

Além da sífilis adquirida, outra forma de manifestação dessa IST é a sífilis congênita, transmitida por via placentária da mãe para o filho. A condição provoca diferentes sintomas no recém-nascido, como: baixo peso ao nascer ou dificuldade de ganhar peso; sequelas neurológicas; inflamação articular; dores nos ossos; perda visual; audição reduzida ou surdez; entre outros. A doença comumente é responsável por abortos espontâneos, prematuridade e óbito neonatal.

Prevenção – O uso do preservativo masculino ou feminino durante a relação sexual é a forma mais segura de prevenção contra a sífilis. Todo paciente que mantem atividades sexuais de risco ou se expõe a relações desprotegidas deve procurar o mais rápido possível uma unidade de saúde para realizar o teste rápido de detecção da sífilis. O exame é de graça na rede pública.

As gestantes também devem testar para a sífilis. Se a grávida receber o diagnóstico e realizar tratamento adequado, é possível prevenir a transmissão para a criança. “Por isso, é de suma importância insistir na testagem de pacientes com vida sexual ativa. Aos dermatologistas, a recomendação da SBD é para que redobrem a atenção, uma vez que as manifestações na pele são sinais relevantes e recorrentes neste tipo de infecção”, concluiu Sá Gonçalves. 
 


8 de setembro de 2021 0

Um total de 1.911 médicos e membros de equipes que atuam em postos de saúde foram capacitados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para fazer a prevenção, diagnóstico e tratamento da hanseníase. As atividades, realizadas entre junho e julho, beneficiaram profissionais de sete estados (Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco e Tocantins), que foram escolhidos com base em critérios epidemiológicos, por conta dos altos índices de incidência e prevalência da doença em seus territórios.

Como desdobramento do projeto contínuo de qualificação da assistência aos pacientes, visando, sobretudo, facilitar o diagnóstico e o tratamento precoces dessa doença, a SBD articula com o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) uma nova rodada de atividades, ampliando o treinamento a todos os estados brasileiros.

Dados do Ministério da Saúde confirmam a importância deste projeto desenvolvido pela SBD. Entre 2010 e 2019, no Brasil, foram diagnosticados 312 mil novos casos de hanseníase, ou seja, uma média de 30 mil registros por ano. Esse quadro deixa o país na segunda posição no ranking mundial desta doença, atrás apenas da Índia.

Treinamento – A etapa que acabou de ser realizada levou formação específica para quase dois mil médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde. No Maranhão, o treinamento atingiu 595 pessoas. Em Pernambuco, foram 276 beneficiados; no Pará, 275; no Mato Grosso, 266; em Tocantins, 199; na Bahia 171; em Goiás, 129.

A capacitação, que ocorreu na modalidade on-line, permitiu acesso a cinco módulos em vídeo, elaborados por alguns dos maiores especialistas em hanseníase no Brasil. Além de acompanhar as exibições, os participantes puderam tirar dúvidas, em tempo real, respondidas por dermatologistas convidados.

Para o vice-presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves, um dos responsáveis pela coordenação deste projeto, a alta frequência demonstra a carência de informações sobre o tema. Deste modo, explica, a iniciativa preenche essa lacuna e fortalece o combate à hanseníase. "O curso foi um sucesso, pois quem participou teve a chance de aumentar seu conhecimento sobre essa doença, ainda tão negligenciada no Brasil. Vale sempre lembrar que quanto mais rápido o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, destacou.

Especialistas – O curso foi coordenado por Heitor de Sá Gonçalves (CE) e pela professora Sandra Durães (RJ), responsável pelo Departamento de Hanseníase da SBD. Os especialistas que participaram das aulas foram: Egon Daxbacher (RJ), coordenador do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da SBD; professora Maria Araci Pontes (CE), assessora do Departamento de Hanseníase da SBD; Maria Eugenia Noviski Gallo (RJ), colaboradora da Secretaria de  Vigilância Epidemiológica do Estado do Rio de Janeiro; professora Maria Katia Gomes (RJ); professora Maria Leide Wand Del Rey de Oliveira (RJ); Maurício Nobre (RN), assessor do Departamento de Hanseníase da SBD; professora Lúcia Martins Diniz (ES), assessora do Departamento de Hanseníase da SBD;  e Sérgio Palma (PE), ex-presidente da SBD e coordenador científico do Jornal da entidade.

Entre os assuntos abordados durante a formação constavam conteúdo sobre agente etiológico, transmissão e situação epidemiológica; manifestações clínicas e diagnóstico; exame neurológico e prevenção de incapacidades; tratamento e manejo de casos; estados reacionais e seu tratamento; e vigilância de contatos e do potencial incapacitante. O trabalho foi organizado pela SBD, com o apoio institucional do Ministério da Saúde, Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e a ONG DAHW Brasil, de origem alemã. 


8 de setembro de 2021 0

O mês de setembro será importante para a discussão sobre avanços na assistência aos pacientes com hanseníase no País. No dia 17 (sexta-feira), pela manhã, ocorrerá um simpósio internacional sobre o tema, organizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Especialistas nacionais e convidados estrangeiros vão, juntos, debater diferentes aspectos relacionados a essa doença. 

Novidades no diagnóstico e tratamento da hanseníase, uso de medicamentos e desenvolvimento de pesquisas, entre outros temas, são destaque na programação. Dentre os palestrantes confirmados, estão o italiano Cesare Massone e a britânica Diana Lockwood, considerados duas das maiores referências da atualidade neste tema.

Acesso – O evento será gratuito, on-line e com tradução simultânea para inglês e português. Não é necessária inscrição prévia, bastando acessar o link de acesso enviado por e-mail a todos os associados e residentes e disponível na página do evento no site da SBD. 

A coordenação está sob responsabilidade de Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD, e de Sandra Maria Barbosa Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase. Entre os apoiadores estão, o Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a ONG DAHWL.

“No Brasil, apesar do tratamento ter início nos postos de saúde, os centros de referência na doença, credenciados pelo Ministério da Saúde, são serviços de dermatologia. Por isso, é fundamental que nossos associados participem deste simpósio e acompanhem as últimas novidades sobre o tema”, disse Gonçalves. 

Capacitação – As atividades serão abertas aos dermatologistas associados à SBD e aos médicos e outros membros das equipes de saúde da Atenção Primária que participaram do curso de capacitação em hanseníase, organizado pela Sociedade nos meses de junho e julho. No total, foram capacitados cerca de 1.900 profissionais, distribuídos em sete estados (Bahia, Pernambuco, Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins).

Segundo o presidente da SBD, Mauro Enokihara, a hanseníase ainda é um importante problema de saúde pública. “Sabemos da relevância que nossa Sociedade tem na disseminação de informações sobre o assunto entre os dermatologistas, outros profissionais de saúde e a população em geral. Por isso, é tão preponderante a participação neste evento, ampliando a troca de conhecimento e a qualificação da assistência”, ressaltou. 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

08h00 – 8h10 – Abertura – Mauro Enokihara, Heitor de Sá Gonçalves e Sandra Durães.
08h10 – 08h40 – Quimioprofilaxia na hanseníase – Sinésio Talhari.
08h40 – 09h00 – Discussão.
09h00 – 09h30 – 12 doses de PQT: isto é o bastante? – Diana Lockwood (Inglaterra) | Moderador – Gerson Penna.
09h30 – 09h50 – Discussão.
09h50 – 10h20 – Hanseníase e genética: o que nós podemos aprender com esta doença antiga – Marcelo Távora Mira.
10h20 – 10h50 – Pesquisa básica aplicada à hanseníase – Mariane Stefani.
10h50 – 11h10 – Discussão.
11h10 – 10h40 – Correlação clínico-histopatológica e diagnóstico diferencial em hanseníase – Cesare Massone (Itália).
11h40 – 12h00 – Discussão e encerramento.
 


8 de setembro de 2021 0

Os Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) comemoram uma grande conquista. O Fator de Impacto (FI) da publicação aumentou 69% em 12 meses. Ele passou de 1,121, relativos a 2019, para 1,896, no ano seguinte, de acordo com o Journal of Citation Reports (JCR). Com esse resultado, ela avançou seis posições no ranking internacional que avalia periódicos dedicados à especialidade. Estava no 57ª lugar e agora está no 51ª. 

O FI é considerado como método bibliométrico de avaliação de periódicos científicos. Ele é calculado com base numa fórmula que leva em consideração o número de citações, no exemplo, recebidas em 2020 e número de artigos (citáveis) publicados em 2018 e 2019. Na avaliação do editor científico dos Anais, Silvio Alencar Marques, a performance registrada decorre de inúmeros fatores, principalmente sua maior visibilidade. "Fazer parte do portfólio de uma editora internacional, como a Elsevier, faz diferença", destacou. 

Mudanças – Marques ressalta que a conquista atual tem base no esforço de gestões anteriores, com realce na gestão a partir de 2016, quando os ABD estavam sob a coordenação do professor Sinésio Talhari, período de mudanças na publicação para ampliar o reconhecimento da dermatologia brasileira e ibero-latino-americana. Nesta fase, que foi até 2020, o foco dos Anais recaiu sobre a busca de maior qualidade nos textos e na documentação, com ênfase na dermatologia infecciosa/parasitária, bem como no incremento da exposição dos artigos de todas as seções.

O êxito do trabalho realizado serviu de parâmetro para o grupo que assumiu a coordenação dos ABD em 2021 e que ficará na função até 2026. "Mantivemos a ênfase na qualidade acadêmica, originalidade e conteúdo dos textos, que agregam conhecimento. Um ponto prioritário é melhor documentação fotográfica, clínica e histopatológica, com ênfase na dermatologia tropical e infectoparasitária, pois é o diferencial da dermatologia brasileira em relação ao que é praticado nos Estados Unidos ou na Europa”, explica Marques, que ressaltou a incorporação de duas novas práticas: agilidade nas avaliações dos trabalhos e busca de submissões de artigos produzidos por colaboradores estrangeiros. 

Conteúdo – O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mauro Enokihara, também comemorou os números alcançados pela publicação que tem o apoio da atual Gestão. “A dermatologia é uma especialidade riquíssima em conteúdo, que deve ser divulgado. Estimular e subsidiar a produção científica, publicizando-a junto aos seus associados e à comunidade acadêmica e pesquisadores, é uma das tarefas essenciais da nossa entidade. Nesse sentido, a SBD e os ABD vêm cumprindo seu papel de forma exemplar”, enfatizou. 

O periódico Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) é a publicação científica oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com veiculação ininterrupta desde 1925. Com uma edição lançada a cada dois meses, esta revista divulga estudos, evidências e relatos técnico-científicos originais e inéditos, resultantes de pesquisas, revisões e comunicações na área da dermatologia e especialidades afins. 
 


2 de agosto de 2021 0

Com mais de 40 mil acessos ao longo de seis meses de existência do projeto, o SBDcast – o canal de conhecimento, ciência e informação que a Sociedade Brasileira de Dermatologia criou no formato de podcast – se consolida como um sucesso entre os associados. Os 24 episódios divulgados até julho de 2021 despertaram o interesse dos associados que encontraram no formato uma maneira inédita de atualizarem seus conhecimentos. 

ACESSE AQUI O SBDCAST

“Muitos colegas escutam o SBDcast no trajeto entre casa e trabalho ou durante uma caminhada na esteira na academia. A dinâmica descontraída nos episódios, onde um membro da diretoria recebe um convidado especial, caiu no agrado que aprende e nem percebe a passagem do tempo. Isso também porque os conteúdos, apesar de densos, são tratados com leveza e a partir de aplicações práticas”, ressaltou Beni Griblat, 2º secretário da SBD.

Êxito – Os dados da plataforma que hospeda o SBDcast demonstram o êxito da iniciativa. Considerando o número de associados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é como se cada um dos 10 mil membros da entidade tivesse escutado pelo menos quatro programas nestes seis meses. 

“Esse índice prova que desenvolvemos um produto que atende às necessidades dos especialistas. Até porque reconhecemos que todos os profissionais são impactados todos os dias por diferentes conteúdos. Se os dermatologistas mantêm esse nível de acessos é porque enxergam na plataforma qualidade”, afirmou o presidente da SBD, Mauro Enokihara. 
 
Desde 10 de fevereiro, quando o primeiro programa foi ar, até 21 de julho, data do último lançamento, juntos, os episódios do SBDcast foram ouvidos 41.737 vezes. Do total de 24 episódios, os cinco que se destacaram em volume de acessos foram: “Vacinas em dermatologia”, “Cuidados com a pele da criança”, “Uso do minoxidil oral nas alopecias”, “Hidradenite: atualização terapêutica” e “Dieta e acne”. 

Convidados – A cada episódio, é convidado um médico dermatologista para falar sobre tema que domina na perspectiva de responder dúvidas frequentes na especialidade e trazer informações atualizadas sobre o tema. “Tentamos criar um leque amplo de conhecimento. A ideia foi produzir programas diversificados e completos, facilitando-se o aperfeiçoamento do ouvinte”, apontou Mauro Enokihara.

“Importante agradecer ao desprendimento dos convidados que aceitaram o convite para participar desse programa sem pestanejar. As gravações, que aconteceram em finais de semana e até a noite, sempre contaram com um clima de parceria que contaminou o projeto como um todo. Estamos felizes com a repercussão positiva e com o fato levar conhecimento para os associados de forma tão acessível e dinâmica. Pretendemos dar continuidade a essa aventura de conhecimento”, disse a secretária-Geral da SBD, Claudia Alcantara. 

Criado pela Gestão 2021-2022, o SBDcast é um serviço de educação continuada, exclusivo para associados. Toda quarta-feira, é exibido um episódio inédito sobre tema de interesse para a rotina do dermatologista. Para conferir este programa e as edições anteriores, basta acessar o aplicativo ou a área do associado aqui no portal da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Abaixo, estão listados todos os programas exibidos até o momento. 

PODCASTS DISPONÍVEIS:

10/fev    #T1E1 – Dieta e acne
17/fev    #T1E2 – Cuidados com a pele da criança
24/fev    #T1E3 – Vacinas em dermatologia
03/mar#T1E4 – Infiltração com corticoide: dicas práticas
10/mar#T1E5 – Hidradenite: atualização terapêutica
17/mar#T1E6 – Uso do minoxidil oral nas alopecias
24/mar#T1E7 – Suplementação oral de colágeno
31/mar#T1E8 – Defesa profissional na dermatologia
07/abr    #T1E9 – Tratamento do campo de cancerização
14/abr    #T1E10 – Tratamento da dermatite atópica
21/abr    #T1E11 – Consenso Brasileiro de Psoríase 2020
28/abr    #T1E12 – Contraceptivos e Pele
05/mai    #T1E13 – Atualização no tratamento do melasma
12/mai    #T1E14 – Síndrome pós-finasterida
19/mai    #T1E15 – Eczema das mãos
26/mai    #T1E16 – Quimioprevenção para câncer de pele não melanoma
02/jun    #T1E17 – Rosácea
09/jun    #T1E18 – Dermatite atópica no adulto
16/jun    #T1E19 – Fios e agulhas de sutura na cirurgia dermatológica
23/jun #T1E20 – Psoríase: manejo de áreas especiais
30/jun #T1E21 – Fan: como interpretar e quando pedir
07/jul #T1E22 – Antioxidantes orais
14/jul #T1E23 – Anestésicos locais
21/jul #T1E24 – Hialuronidase na dermatologia


23 de julho de 2021 0

Luna Azulay-Abulafia é a nova Professora Titular de Dermatologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em sessão realizada na manhã de 7 de junho, no anfiteatro de Dermatologia do  Hospital Universitário Pedro Ernesto, a docente defendeu seu memorial acadêmico para uma plateia composta por professores, amigos e familiares.  A banca examinadora foi presidida pelo reumatologista e coordenador-adjunto do curso de Pós-graduação em Ciências Médicas da UERJ, Prof. Geraldo Castelar.

O grupo contou ainda com a participação de Jane Neffá, professora titular de Dermatologia da Universidade Federal Fluminense (UFF); Francisca Regina Carneiro, professora titular de Dermatologia da Universidade do Estado do Pará (UFPA); Márcia Ramos-e-Silva, professora titular e chefe do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e José Messias, Professor titular de Clínica Médica da UERJ. Como suplentes, estavam Sueli Carneiro e Neide Kalil, professoras titulares de Dermatologia da UERJ e da UFF, respectivamente.

Histórico – A obtenção do título de professor titular da universidade ocorre mediante a análise das atividades realizadas pelo docente nos últimos 15 anos, de sua contribuição científica e do seu histórico de vida. Em sua exposição, Luna destacou momentos importantes de sua trajetória na UERJ, iniciada em 1973, como aluna de graduação.

Ela também elencou suas produções científica e acadêmica, bem como as principais ações sociais das quais participou como membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da SBD Regional Rio de Janeiro. Ao longo de 15 anos, atuou em 45 campanhas. A última, antes da pandemia, foi a Roda-Hans, uma ação promovida em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado, com o objetivo de conscientizar a população sobre a hanseníase.

Seguindo os passos do pai na profissão, o professor David Rubem Azulay – ex-presidente da SBD e que somou 60 anos de atividade no magistério – a vida de Luna foi marcada por intensa atividade intelectual no Brasil e no exterior. Por seu trabalho na dermatologia, recebeu inúmeros prêmios e homenagens, como a Medalha Maria Duran pela International Society of Dermatology (2002). Entre suas áreas de atuação estão a psoríase (pioneira no uso de biológicos), dermatite atópica, melasma, vitiligo, fototerapia, hanseníase, dermatologia pediátrica, aspectos dermatológicos das doenças reumatológicas e sistêmicas.

Ensino – Outra característica de Luna Azulay é sua forte ligação com a defesa do ensino público. Muito disto vem de sua própria trajetória, que relata estudos de graduação da UERJ, onde também fez residência médica, na década de 1980. A seguir, concluiu mestrado (1992) e doutorado (2004) em dermatologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em seu pronunciamento, a dermatologista disse que sua motivação sempre foi ser professora. “Vivo um momento de grande emoção. Recebo este título como um reconhecimento à dedicação de mais de 39 anos à frente da docência de dermatologia da UERJ. É a coroação da minha caminhada como docente nesta universidade que faz parte da minha vida. Durante todo esse tempo, creio que pude contribuir para a formação de profissionais, mas também para o desenvolvimento da ciência e do ensino da especialidade”, disse Luna Azulay. 

Luna ainda é professora do curso de pós-graduação do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e chefe do Setor de Dermatopediatria da mesma instituição. É responsável também pela dermatologia pediátrica e por um dos ambulatórios de imunossupressores e imunobiológicos do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Em sua trajetória acadêmica foi professora titular de Dermatologia da Universidade Gama Filho e professora e coordenadora da mesma disciplina na Universidade Estácio de Sá, ambas no Rio de Janeiro.

Atualmente atua como chefe de Serviço da Dermatologia do HUPE, empreendendo várias mudanças – tanto físicas como estruturais – no espaço.





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