Eleições da Sociedade Brasileira de Dermatologia gestão 2021/2022




11 de fevereiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) tem reforçado a boa formação em dermatologia em sua comunicação com associados. Formar médicos de maneira inadequada, além de causar riscos para a saúde da população brasileira, pode gerar inúmeros processos éticos criminais. Por meio de um minidocumentário para marcar o Dia do Dermatologista, em 5 de fevereiro, e homenagear seus 10 mil associados, a SBD mostrou os desafios e a importância da formação médica adequada. No vídeo, médicos dermatologistas, entre eles o atual presidente da SBD, Sérgio Palma, e alguns ex-presidentes, como José Antonio Sanches e Bogdana Victoria Kadunc, apresentam suas opiniões sobre a especialidade.

A coluna “Com a palavra” desta edição aborda um tema interessante no dia a dia do consultório. Muitas vezes o médico diz uma coisa, e o paciente entende outra. Como melhorar a comunicação e a satisfação do paciente em tratamentos e procedimentos? Essa questão será tratada de forma didática e objetiva pela dermatologista Débora Ormond, do Departamento de Defesa Profissional da SBD.

Na sociedade contemporânea, é alta a demanda para a realização de procedimentos dermatológicos estéticos, especialmente por mulheres. Em “Outros olhares” convidamos a médica Ivonise Follador para falar sobre esse assunto, porém, enfocando a pele negra. Ela explica os principais tratamentos dermatológicos nessa população, entre outros aspectos, como a beleza e a etnia brasileiras.

A descoberta do vitiligo em sua filha fez Tatiane Santos de Oliveira parar para ver a vida de outra forma. E foi inspirada na literatura que ela conseguiu encontrar outras maneiras para reescrever a história de Maria Luiza, hoje com oito anos de idade – na época do diagnóstico tinha três. Por meio da arte e do tratamento humanizado, tanto a menina quanto a família e pessoas ao redor lidam hoje com a doença de uma forma natural e tranquila. Você poderá acompanhar a entrevista neste número.

Comemoramos com nossos leitores os benefícios do árduo trabalho de conscientização da Campanha Nacional de Hanseníase da SBD. Milhares de dermatologistas participaram de ações em seus estados e cidades. O levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia com base nos dados do Ministério da Saúde (MS) apontou que cerca de 800 mil brasileiros têm hanseníase no país. Esse número é alto e representa os diagnósticos realizados de 1999 a 2018. Segundo a coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da SBD, Sandra Durães, ainda que o Brasil seja considerado uma potência econômica, as desigualdades regionais repercutem na materialização de novos casos da doença. Saiba tudo sobre esse trabalho desenvolvido pela SBD nas próximas páginas.

Os preenchimentos faciais e suas complicações foram comentados pela dermatologista Ada Trindade de Almeida, em texto esclarecedor. Em sua opinião, “várias publicações científicas recentes abordam o tema em consensos, algoritmos e estudos retrospectivos, incluindo um Consenso Brasileiro publicado na Surgical & Cosmetic Dermatology, mas o número real de complicações ainda é desconhecido, porque na maioria dos casos a notificação oficial não é feita”.

Nesta edição você ainda confere novidades de futuros eventos organizados pela Sociedade, como o 13º Simpósio de Cosmiatria, Laser e Tecnologias da SBD e o 6º Simpósio de Cosmiatria e Tecnologias da SBD-Resp, em março, e o Congresso Brasileiro de Dermatologia, em São Paulo, em setembro. A publicação também traz um resumo das campanhas Janeiro Roxo e Verão Laranja, que tiveram aumento em sua visibilidade, com boa resposta da população e médicos na interação com a entidade nas redes sociais.

Finalmente, a atual Diretoria da SBD gostaria de convocar todos os especialistas para exercer seu direito e dever de voto na eleição dos dirigentes para a gestão 2021/2022. As eleições ocorrerão em 18 de abril por correspondência e de forma presencial. Exerça seu direito de votar, participe!

Lembramos a todas e todos que o PDF do jornal pode ser acessado na plataforma de publicações da SBD, na área logada do site. Esperamos que você prestigie essa publicação da SBD e tenha uma boa leitura!

 


30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

O Instituto de Dermatologia Prof. Rubem David Azulay da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro durante o período do recesso fez uma reforma completa das suas fachadas e, internamente, construiu mais uma sala no Setor de Cosmiatria. Na foto, está a pós-graduanda do terceiro ano, Lara Tusset, atendendo a uma paciente na nova sala.

O chefe do Serviço, o médico dermatologista David Azulay, informa que foi concluído o processo seletivo dos novos alunos que iniciarão o nosso Curso de Pós-Graduação em 2020 que está sob coordenação da Profa. Regina Schechtman. “Uma das grandes características da instituição é ser cosmopolita e isso, mais uma vez, se confirmou. Os alunos selecionados são oriundos das mais diversas localidades como: Rio Grande do Norte, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Brasília, Minas Gerais, Estado do Rio, Colômbia, Chile, Bolívia e Equador”, disse Azulay.

 

 


30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

O Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da UFMG, além de referência no tratamento da dermatite atópica, se destaca pelo projeto de extensão criado em 2004 por intermédio do Grupo de Apoio às Crianças com Dermatite Atópica coordenado pela dermatologista pediátrica, Cláudia Márcia de Resende Silva. O grupo, com suas reuniões mensais, tem-se mostrado extremamente enriquecedor para todos os envolvidos no cuidado do paciente atópico. Além de dermatologistas e residentes, é composto por psicólogos, e dividido em dois grupos, um de crianças de colo e seus acompanhantes, e o outro de crianças já com certo grau de independência. “Por proporcionar a troca de experiências, o grupo mostra que as crianças não passam por esse momento sozinhas. De uma forma didática, elas aprendem a cuidar da pele e percebem que sua participação é importante no controle da doença”, afirma a médica.

Para comemorar os 15 anos de atividades, o projeto criou um jogo, que de forma leve e divertida ensina crianças com dermatite atópica a cuidar da pele para que o tema não seja mais uma fonte de atrito ou preconceito. O jogo é formado por uma trilha onde cada criança é representada por um pino colorido. Durante a caminhada, quem cuida da pele de acordo com as recomendações, pula várias casas para frente. Quem não cuida, tem que voltar algumas casas. Vence o jogo quem chega ao final primeiro. A ideia, que tem sido muito bem sucedida, é reforçar os ensinamentos de uma maneira lúdica, sobre os cuidados necessários e essenciais para as crianças atópicas.


30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

O Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina Nova Esperança participou do Dezembro Laranja em dois momentos de atendimento: um no dia 6 de dezembro, no Centro de Saúde Nova Esperança, em Bayeux (PB), município vizinho a João Pessoa; e o outro no dia 7 de dezembro, como posto de atendimento da Campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), no Centro de Saúde Nova Esperança em João Pessoa (PB). “Dessa forma, conseguimos atingir população de diferentes localidades, levando informação e atendimento adequados”, ponderou a chefe de Serviço, Luciana Trindade.


30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

A Regional segue o seu trabalho na defesa profissional da dermatologia, participando da organização de eventos, palestras, audiências e campanhas de valorização do dermatologista. No dia 24 de agosto a SBD-RS organizou juntamente com o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS) o evento “Riscos do Exercício Ilegal da Medicina e Medidas de Enfrentamento”. Nele, sete presidentes gaúchos de especialidades médicas, entre eles da dermatologia, palestraram para as autoridades sobre os riscos que a população está exposta com a realização de procedimentos invasivos por profissionais não médicos. Estavam presentes autoridades da promotoria de justiça do estado, polícia civil e deputados estaduais e federais, dentre eles o líder da bancada da Medicina e das frentes Parlamentares de Saúde no Congresso, Hiran Gonçalves.
 
Em 2019, tivemos a realização na cidade de Gramado-RS de três eventos associados: o IV Simpósio de Cabelos e Unhas, a 27º Jornada Sul-Brasileira de Dermatologia e a 44º Jornada Gaúcha de Dermatologia. As inscrições foram esgotadas previamente ao evento. A associação destes eventos foi um sucesso, com a participação mais de 1.000 dermatologistas da SBD.

O presidente do CREMERS, Eduardo Trindade; o presidente da Sociedade de Cirurgia Plástica (SBCP), Niveo Stephen; A presidente da SBD-RS, Taciana Dal’Forno Dini,  e o deputado Federal líder da bancada da medicina no Congresso Nacional, Hiran Gonçalves

 


29 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

A SBD-PB se mobilizou para proporcionar um Natal mais solidário. Com a contribuição dos nossos associados, os idosos do Lar Vila Vicentina receberam kits com sabonetes e perfumes. A entrega foi uma alegria, com muito carinho e boas conversas. A presidente Carla Gayoso e a secretária da Regional, Alessandra Vasconcelos, puderam registrar esse lindo momento.


27 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Irritação, queimadura, descamação, queda de cabelo e até câncer. Esses são alguns dos inúmeros problemas ocasionados pelo uso do formol e de substâncias que podem liberá-lo em procedimentos estéticos capilares. O alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) preocupada com a exposição indevida de milhares de pessoas ao produto. Atraídos por falsas promessas e ludibriados pela ocultação de dados importantes sobre os procedimentos, não são incomuns casos de efeitos adversos decorrentes de um alisamento, por exemplo. Há situações em que os desdobramentos podem ser graves. 

Para melhor orientar a população sobre o assunto, a SBD lançou uma cartilha onde detalha riscos da exposição ao formol, como identificar produtos que o contenham em sua composição e como denunciar irregularidades. “Nesse período de festas, mulheres de todas as idades e homens recorrem aos salões de beleza ou clínicas de estética em busca de uma imagem idealizada. Nesse momento, adentram uma zona cinzenta, onde são convidados a testar na pele e no couro cabeludo técnicas e produtos de origem desconhecida ou formalmente proibidos”, ressaltou o presidente da SBD, Sergio Palma.

Acesse aqui a cartilha elaborada pela SBD sobre os riscos do formol

Apesar dos riscos, o formol continua sendo utilizado de forma irregular em salões de beleza. Já foram encontrados traços da substância em vários procedimentos, como as chamadas escovas inteligente, marroquina, egípcia, de chocolate, selagem, botox capilar etc. Outro aspecto importante citado pela SBD e a inadequação de uso de alisantes com formol por gestantes e mulheres que amamentam. Também não se recomenda sua aplicação em crianças. 

Proibição – Desde junho de 2009, a Resolução RDC nº 36, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proibiu a venda do formol em drogarias, farmácias, supermercados e lojas de conveniência. Essa Resolução visa restringir o acesso da população ao produto, coibindo o desvio do seu uso, como alisante capilar, com o intuito de proteger a saúde tanto de profissionais cabeleireiros quanto dos consumidores. A legislação atual permite 0,2% do formol na composição de cosméticos, incluindo os alisantes. Segundo a Anvisa, neste percentual, o formol somente conserva, não tendo potencial para alisar os cabelos. A Agência diz ainda que o produto também é permitido para endurecedores de unhas na concentração de 5%. 

A Anvisa salienta que qualquer adição de formol em produtos já prontos é crime – previsto na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 – e que tal prática acarreta graves riscos à saúde da população. A aplicação do formol somente é permitida durante a fabricação do produto, na devida proporção, com a função de conservante, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 162. Já a de nº 58/2009 elenca as substâncias de ação conservante permitidas para produtos de limpeza, mantendo o formol fora da listagem.

Cancerígeno – Em 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relacionou o formol ao aparecimento de tumores no nariz, na boca, na faringe, na laringe e na traqueia. No mesmo ano, mediante o alerta da OMS e de outras instituições internacionais de pesquisa, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) classificou o formol como um agente cancerígeno.

“Se o formol for inalado, pode provocar efeitos colaterais agudos como, falta de ar, tosse, dor de cabeça, além de provocar ardência nas vias respiratórias. Em longo prazo, outras complicações podem aparecer, como o câncer de nariz, boca, laringe e também hematológicos, como a leucemia, sendo que os profissionais que trabalham diariamente com o produto estão mais propícios a esses problemas”, alerta o coordenador do Departamento de Cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Regional Rio de Janeiro, Rodrigo Pirmez.

Novos alisantes – Os ativos para alisantes permitidos no Brasil estão descritos nas Resoluções RDC nº 3/2012 e 15/2013 (veja a tabela I). Em 2018, a Anvisa incorporou novas substâncias. Contudo, durante a avaliação de segurança dos ativos “Ácido Glioxílico” e “Glioxiloil de Proteína de Trigo Hidrolisada e Sericina” foi observada a necessidade de encaminhamento de mais dados para comprovar a inexistência de riscos à saúde. 

Por isso, outros ativos inicialmente liberados – como “Cisteamina HCL”, “Cisteína HCL” e “Glioxiloil de Aminoácidos da Queratina e Carbocisteína” – novamente entraram em suspeição e não estão sendo mais aprovados registros de alisantes com essas substâncias.

Em nota, a Agência informou à SBD que a documentação faltante já foi solicitada às empresas e, após o fim da análise, será decidido se os novos ativos vão continuar sendo permitidos. A Anvisa disse ainda que o até então permitido “Pirogalol” também está sendo reavaliado para verificar sua segurança.

Conforme destaca Leonardo Spagnol Abraham, coordenador do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, a entidade observa com preocupação e atenção esses novos alisantes. “Material divulgado pelo Inca e testes amplamente noticiados na mídia sugerem que estas novas substâncias podem liberar formol quando aquecidas, no momento em que é feita a escova ou chapinha. A Anvisa registrou e liberou em um primeiro momento, porém agora solicitou novos estudos. Neste período de incerteza, sabendo que nenhuma outra agência reguladora no mundo libera estes produtos, é importante cautela no uso. Aguardamos novas evidências científicas, principalmente sobre o efeito em gestantes, crianças e mulheres que estão amamentando”, disse.

Ferramenta – Para ajudar na identificação dos itens de risco, a SBD elaborou um quadro para facilitar esse trabalho. Na tabela (ver a seguir), formulada com informações de dezembro de 2019, estão os nomes das substâncias utilizadas em produtos alisantes, conforme descritos nos rótulos de forma padronizada. Ao lado, dos nomes científicos dos principais ativos – proibidos e permitidos no Brasil – aparecem as formas como são citados nas embalagens de alisantes, shampoos e outros cosméticos com a função de “domar as madeixas”. Além disso, está a situação de cada uma junto à Anvisa.

Fiscalização – A dermatologista Bruna Duque-Estrada, assessora do Departamento, frisa ainda que há uma grande quantidade de produtos com substâncias alisantes sendo indevidamente registrados na Anvisa, como shampoos, condicionadores ou outros.

“Há empresas que para burlar a fiscalização lançam shampoos com efeito alisante. Porém, na verdade são alisantes disfarçados e geralmente contém ativos proibidos. Essas substâncias podem causar danos à córnea, queimaduras graves no couro cabeludo, quebra dos fios e queda dos cabelos. Além disso, a aplicação de produtos com adição de formol acima do permitido torna o fio de cabelo rígido, podendo estar mais suscetível à quebra ao pentear e prender os cabelos”, destaca ela.

Sempre que o consumidor identificar shampoo, creme de pentear ou outro produto indevidamente identificado que contenha algum ativo alisante, deve fazer uma denúncia por meio da ouvidoria da Agência: http://portal.anvisa.gov.br/contato.

Orientações – O dermatologista Leonardo Abraham adverte também que alguns salões de beleza inventam os mais diversos nomes ou destacam o termo “sem formol” para os alisamentos, mesmo quando os produtos contêm a substância ou seus derivados escondidos em sua fórmula. “É importante que os clientes verifiquem se o produto usado pelo cabeleireiro tem ou não registro na Anvisa”, alerta.

A Agência listou algumas recomendações que os profissionais e consumidores devem ter antes de comprar ou usar um alisante, dentre as quais estão a conferência no rótulo do produto do modo de uso; prazo de validade, advertências e restrições. Sugere verificar ainda se o produto é indicado para uso profissional, sendo indicado seguir as orientações do fabricante.

Para saber se um alisante de cabelo é registrado na Anvisa, basta clicar aqui. Essa consulta também pode ser realizada aqui. Nesses espaços de consulta online desenvolvidos pela Agência, é preciso ter em mãos uma das seguintes informações: número do processo ou número de registro, nome do produto, nome da empresa detentora do registro ou CNPJ para ter acesso às informações. 

O consumidor que encontrar irregularidades não deve utilizar o produto e poderá entrar em contato com a Vigilância Sanitária Municipal, Estadual ou com a própria Anvisa através do e-mail cosmeticos@anvisa.gov.br. Em caso de suspeita de reações adversas causadas pelo uso de cosméticos, envie o relato para o e-mail cosmetovigilancia@anvisa.gov.br. A Agência também possui um FAQ (Perguntas Frequentes) sobre o uso do formol, cujas respostas podem ser acessadas aqui.


27 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Ada Trindade de Almeida
Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia |
Conselho Editorial da Revista Surgical & Cosmetic Dermatology

Os preenchedores faciais são usados há mais de 20 anos. Recentemente, com o aumento na expectativa de vida e a busca por melhora na aparência e no bem-estar, houve uma explosão de sua utilização, principalmente daqueles à base de ácido hialurônico, porque são passíveis de reversão clínica pela hialuronidase. Esse aumento, porém, veio associado ao controle insuficiente dos produtos e dos profissionais injetores, fazendo crescer também o número de complicações, bem como a preocupação com os efeitos adversos, que podem variar de reações alérgicas ao risco de necrose cutânea.

Várias publicações científicas recentes abordam o tema em consensos, algoritmos e estudos retrospectivos, incluindo um Consenso Brasileiro publicado na Surgical & Cosmetic Dermatology, mas o número real de complicações ainda é desconhecido, porque na maioria dos casos a notificação oficial não é feita.

De forma objetiva, Heydenrych e colaboradores (2018) tentaram agrupar medidas preventivas e abordagens de complicações em um plano de dez pontos; Snozzi P. e Van Loghem (2018) limitam-se às complicações, e o Consenso Brasileiro inclui a noção do tempo de ocorrência do evento em seu algoritmo de tratamento.

Os fatores predisponentes das complicações devem ser classificados naqueles relacionados ao paciente, ao produto ou ao procedimento. Entre os relacionados ao paciente estão doenças, medicamentos e procedimentos (médicos, dentários, estéticos) preexistentes. Já os relacionados ao produto injetado incluem pureza, concentração, associações com outras substâncias, técnica de manufatura (nível e tipo de cross link, características reológicas) e reversibilidade (alguns produtos são mais fáceis de serem dissolvidos pela hialuronidase que outros).

E, por fim, existem os fatores relacionados ao procedimento em si. Para um boa execução, é preciso ter conhecimento das características estéticas faciais, das variáveis étnicas, de gênero, do melhor produto para cada plano anatômico, das áreas de risco e saber evitar, reconhecer e tratar as complicações vasculares (oclusões, isquemias, risco de necrose cutânea e até cegueira), inflamatórias (edemas, nódulos, efeito tyndal), infecciosas (abscessos e biofilmes) e discrômicas (hipo e hiperpigmentações, teleangectasias, eritemas persistentes) pós-procedimentos.

Parece fácil? Não é. O grande problema é o aumento de casos de complicações por procedimento realizados por não médicos, que acabam chegando aos nossos consultórios. Para salvaguardar nosso campo de atuação cosmético, o dermatologista precisa aprofundar e atualizar os conhecimentos estéticos e assegurar que a prática diária seja a mais segura possível, começando com a seleção correta de pacientes e produtos, seguida de planejamento cuidadoso do procedimento, observando técnicas assépticas e boas práticas clínicas.

Referências

Urdiales Galves F. Delgado N, Figueiredo V, Lajo-Plaza J et al. Preventing the Complications Associated with the Use of Dermal Fillers in Facial Aesthetic Procedures: An Expert Group Consensus Report. Aesth Plast Surg (2017) 41:667-677.

Trindade de Almeida A, Banegas R; Boggio R; Bravo B; Braz, A; Casabona G; Coimbra D; Espinosa S; Martinez C. Diagnóstico e tratamento dos eventos adversos do ácido hialurônico: recomendações de consenso do painel de especialistas da América Latina. Surgical & Cosmetic Dermatology, 2017; 9(3): 204-213.

Heydenrych I, Kapoor K, De Boulle K, Goodman G, Swift A, Narendra, Rahman E..Clinical, Cosmetic and Investigational Dermatology, 2018:11 603-611.

Philippe Snozzi P, Van Loghem J, Complication Management following Rejuvenation Procedures with Hyaluronic Acid Fillers − an Algorithm-based Approach. Plast Reconstr Surg Glob Open, 2018; 6:2061.

Chatrath V, Banerjee P, Goodman G, MD, Rahman E. Soft-tissue Filler–associated Blindness: A Systematic Review of Case Reports and Case Series. Plast Reconstr Surg Glob Open, 2019;7:e2173.

 

 

 


17 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Dezembro é o mês de conscientização do câncer da pele e também o período em que a SBD Nacional organiza a maior campanha de educação em saúde da pele voltada para a população, o Dezembro Laranja. No dia 7, a sociedade médica realizou o Exame Preventivo Gratuito, iniciativa que reuniu 4 mil médicos dermatologistas e voluntários para o atendimento dermatológico e aconselhamento visando à detecção precoce em 123 postos de saúde do país. Na ocasião, mais de 22 mil pessoas foram atendidas e mais de 4 mil casos de câncer da pele diagnosticados. A ação deste ano contou com uma inovação: o uso de um aplicativo para otimizar o número de consultas realizadas e informações obtidas dos pacientes. São muitos os benefícios trazidos por essa mudança. Por exemplo, a maior precisão na compilação dos dados poderá auxiliar na implementação de políticas públicas para o desenvolvimento de projetos e ações que melhorem os números de casos de câncer da pele encontrados na população brasileira.

Na coluna “Com a palavra”, o tema abordado foi a saúde da pele das pessoas veganas e vegetarianas. Como prescrever medicamentos para esses pacientes? A dermatologista Vanessa Cunha fala a respeito dos dermocosméticos e da alimentação. O editor dos Anais Brasileiros de Dermatologia Silvio Marques dá conselhos para os estudantes que estão prestes a concluir a residência/especialização em dermatologia na seção “Jovem Dermatologista”. As dicas são valiosas para quem já irá iniciar a carreira médica.

Ainda nesta edição você vai conferir um resumo das ações sociais e institucionais desenvolvidas pela SBD, como o mutirão dermatológico na comunidade de Araras para mais um atendimento aos pacientes com xeroderma pigmentoso; o novo curso on-line sobre micologia, disponível para associados da SBD; e alguns dos encontros científicos promovidos no segundo semestre, como o IV Simpósio Internacional de Cabelos e Unhas, realizado em conjunto com a 27ª Jornada Sul-brasileira de Dermatologia e da 44ª Jornada Gaúcha de Dermatologia. A publicação também traz ainda uma série de assuntos sobre ética médica e política em saúde, temas prioritários da atual gestão da SBD.

Essas e outras notícias estão na edição 5 do JSBD, que também pode ser acessada em formato PDF na plataforma de publicações da SBD, na área logada do site. É possível baixar e ler o jornal, inclusive do seu smartphone.

Boa leitura!


10 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Em 9 de novembro de 2019 a Santa Casa de São José dos Campos realizou a primeira Jornada Dermatológica do Serviço de Dermatologia. O mais novo Serviço Credenciado paulista ofereceu aos médicos dermatologistas do estado de São Paulo a oportunidade de examinar e discutir casos dermatológicos com pacientes ao vivo. Casos raros de histiocitose cefálica benigna e de síndrome de Noonan foram diagnosticados.

Participaram do curso os professores Helena Muller, Ival Peres Rosa, além do vice-presidente da SBD, Mauro Enokihara, que ministrou aula sobre o melanoma subungueal, e do dermatologista Sílvio Alencar, que deu o Curso de Micologia Médica aos residentes da Santa Casa de São José dos Campos e da Universidade de Taubaté.

“Nossos agradecimentos a todos; parabéns aos colegas assistentes Adriane Volkmann, Juliana Emi Ujihara, Larissa de Oliveira Souza Beltrão, Mairam Steffen, Rodrigo Ieiri e às médicas residentes Daniele Satomi Araujo Tamashiro, Graziela Marcolino Mazzi, Jéssica Machado Mota Fernandes, Camila Melo Borges Crosara, Cândice Mariah Mazzarolo Marques e Mariana Queiroz Batista Fachin pela seleção e apresentação dos pacientes”, congratula o chefe do Serviço, Samuel Mandelbaum.

Legenda foto: Os dermatologistas Helena Muller e Silvio Marques recebem lembrança da cidade, a miniatura em vidro da árvore projetada atrás, a maior Samanea saman do Brasil, com 40 metros de diâmetro

 

 





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