Serviço de Dermatologia da Universidade Estadual de Londrina




10 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

No dia 10 de outubro foi realizada a 4ª edição do “Xô Coceira”, evento organizado pelos residentes do serviço, com o apoio do Laboratório Libbs. No dia, crianças portadoras de dermatite atópica e outras dermatoses crônicas se reuniram para participar de atividades educativas e brincadeiras, marcando a comemoração da semana da criança e, ao mesmo tempo, proporcionando mais interação entre nossos pequenos pacientes e seus familiares. 

 


10 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Outubro, mês que marca o Dia Mundial de Conscientização da Psoríase (29/10), uma doença de pele inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta diretamente milhares de pessoas no Brasil e pode atingir todas as idades, teve uma boa notícia. Recentemente, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou uma série de medicamentos imunobiológicos ao grupo de medicações oferecidas de forma gratuita pelo sistema para o tratamento da psoríase moderada a grave em adultos e crianças, que não respondem às terapias tradicionais. Uma vitória importante para pacientes de psoríase, profissionais da saúde e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O tratamento da psoríase depende essencialmente da forma da doença e da extensão do quadro. Casos leves são tratados com medicamentos tópicos, como cremes e xampus. Para o tratamento da psoríase moderada a grave são usados a fototerapia (banhos de luz ultravioleta) e medicações orais sistêmicas. Caso o paciente não melhore com as etapas de tratamentos anteriores ou apresentem alguma restrição a seu uso, indicam-se os medicamentos imunobiológicos.

“Os biológicos são uma nova geração de medicamentos para o tratamento da psoríase moderada a grave. São altamente específicos e eficazes no controle da enfermidade, quando o paciente já não responde às medicações tradicionais. O médico dermatologista precisa avaliar com atenção caso a caso para indicar o melhor tratamento”, explica a médica dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia Claudia Maia.

A característica mais marcante da psoríase é o impacto que a doença tem sobre o bem-estar físico e a qualidade de vida do paciente. “A psoríase é cercada de preconceito devido ao aspecto das lesões e o receio infundado de que possa ser contagiosa. Não se trata de uma doença contagiosa e, assim, não há nenhum risco para as pessoas que convivem com o paciente de psoríase”, destaca Palma.

A SBD reforça a luta contra o preconceito e a necessidade constante de esclarecimentos sobre as suas manifestações. “Essa situação delicada que leva a pessoa com psoríase ao isolamento social precisa ser mudada. A Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase da SBD, veiculada nas redes sociais da Sociedade, tem um papel muito importante na luta contra o preconceito”, finaliza Ricardo Romiti.

Sobre a liberação dos imunobiológicos no SUS
Durante a 74ª edição do maior e mais importante evento da dermatologia brasileira, o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em setembro, a SBD recebeu a notícia da liberação dos medicamentos imunobiológicos para tratamento da doença no SUS, uma luta dos pacientes com psoríase e dermatologistas ao longo de uma década. No entanto, a disponibilização dos medicamentos biológicos não ocorre de forma automática, demandando algumas burocracias do Ministério da Saúde para que os imunobiológicos possam finalmente ser prescritos pelo médico.

“Ao que tudo indica a espera não será longa, pois há poucos dias saiu o Sigtap para psoríase, que é o código do Ministério da Saúde, para começar a liberar as medicações. Agora só estamos aguardando a adequação das Secretarias estaduais de saúde para começar o fluxo de fornecimento”, explica Claudia Maia.

A partir de agora, portanto, de forma resumida, com o novo protocolo de tratamento da doença, passam a ser regulados a forma de acesso dos pacientes à medicação gratuita na rede pública, os critérios para fechamento de diagnóstico, a exigência de que gestores do SUS observem as normas e a obrigação de que os médicos informem ao paciente, ou seu responsável legal, sobre os potenciais riscos, benefícios e efeitos adversos relacionados ao uso das medicações citadas. Entenda mais sobre o assunto aqui.

 


10 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Prof. Silvio Marques
Editor dos Anais Brasileiros de Dermatologia

 

1- Um dos problemas capitais ao terminar a residência é vir a ficar distante da rica rotina de casos e da supervisão dos preceptores. O risco, comum, é passar a vivenciar casos repetitivos, pouco desafiadores e ir perdendo paulatinamente o repertório de diagnósticos e o raciocínio clínico mais especializado. Há que lutar contra isso. Como? Sempre que possível ficar vinculado a um Serviço. O de origem ou o que for viável. Vincular-se como voluntário, colaborador ou membro do estafe seria o ideal. Caso não seja possível, ao menos frequentar as reuniões clínicas do Serviço. Ser assíduo às jornadas clínicas, nos Congressos assistir às sessões de casos clínicos, ficar atento aos pôsteres. Participar de grupos de discussão, compartilhar casos. Para atualização teórica, podemos estudar e buscar artigos a qualquer hora, mas rever casos clínicos, se sentir desafiado, é outra demanda e que pode auxiliar a identificar áreas ou subáreas em que é preciso se aprimorar. Importante ficar atento ao vai e vem epidemiológico das enfermidades. Por exemplo: estamos em meio à epidemia de sarampo, mão-pé-boca, incluindo adultos, com o surgimento de efeitos adversos às terapêuticas-alvo; pois bem, como se expressam clinicamente? O que devo procurar saber? Esse tipo de atenção e exercício intelectual deve ser permanente. A manutenção das habilidades e seu upgrade também devem ser preocupações constantes.

2- Quando me refiro a “habilidades”, quero ir além dos procedimentos, pequenos ou grandes. Penso também em outras habilidades fundamentais, nem sempre adequadamente treinadas ou aperfeiçoadas na residência, tais como: empatia, acolhimento, gentileza, educação, e nos cuidados essenciais ao atender alguém do sexo oposto e até mesmo do mesmo sexo (ou gênero). Cada um dos substantivos acima tem seu significado intrínseco, suas semelhanças e completa os demais. Cada um de nós tem seu jeito de ser: mais ou menos formal, mais ou menos informal, mais ou menos alegre… O importante é que o dito acima seja praticado sempre, independentemente de qualquer circunstância: SUS ou consultório, rico ou pobre, do partido X ou Y, enfim… Princípios valem sempre. E, mais, não raro construímos a história clínica, perguntamos isto e aquilo, estamos digitando, e o olho no olho se perde… e a conexão médico/paciente se esgarça. Treinar como quebrar o “gelo” da primeira consulta, escolher perguntas triviais, mas que funcionam, chamar sempre pelo nome, em que bairro mora? Como estava o trânsito? Muito óbvio….? Sim, mas nem todos têm o tom e a maneira autêntica de perguntar e se relacionar… O que é facilmente perceptível… Portanto, atenção e treino.    

3- E quando não sabemos o diagnóstico? O resultado terapêutico esperado não vem? O laudo histopatológico é descritivo, e você não consegue interpretá-lo ou a margem profunda veio comprometida, ou é mesmo um melanoma. Como nos comportar? São hipóteses distintas e com respostas e encaminhamentos distintos, mas é comum a maneira de os enfrentar. Como? Usando de plena franqueza e sinceridade! Os pacientes leem as nossas reações, nossa linguagem corporal e nosso silêncio. Há uma semana, paciente que havia excisado melanoma extensivo superficial no antebraço, Breslow 5mm, com linfonodo axilar aparecendo um ano após a exerese, vem para checar PAFF do linfonodo axilar. Abro o sistema de laudos, fico em silêncio por uns minutos. Quando volto meu olhar para ele, vejo as lágrimas rolando… Por algo que transmiti, ele intuiu que fora positivo para metástase. O que fazer? Levanto, dou volta à cadeira do paciente, pouso minha mão no seu ombro, acaricio, chora a esposa, chora a filha, quase embarco também, permanecemos em silêncio, ofereço o lenço e após uns minutos, retomo: “Senhor, todos nós sentimos muito, mas temos que ser firmes, e a etapa seguinte agora é…” Ou seja, temos que ter alternativas a oferecer, temos que ter a quem consultar, perguntar, mostrar, discutir, encaminhar, com o panorama o mais aberto possível.

 

 


5 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Luiz Gameiro

Na Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo (Radesp), realizada em outubro passado, o coordenador do Departamento de Dermatologia Geriátrica da SBD, Luiz Gameiro, palestrou sobre os cuidados específicos com a pele do idoso e abordou aspectos interessantes no manejo da queratose actínica (QA). Segundo o médico “é possível melhorar muito a autoestima dos idosos tratando efetivamente as QAs e o campo de cancerização. É comum vermos os pacientes retornarem às consultas com ânimo renovado por se sentirem mais jovens e com a pele mais bonita!”

Maria Carolina Corsi Ferreira

A dermatologista Maria Carolina Corsi Ferreira falou sobre o paciente inoperável. "O câncer de pele atinge principalmente a população geriátrica, e muitas vezes esses pacientes não apresentam condições clínicas para realizar a cirurgia”. Nessa aula, foram discutidas as indicações de tratamento não cirúrgico de câncer de pele, bem como outras opções de tratamento para esses casos, incluindo terapias locais, radioterapia e terapias sistêmicas.

 

Marcelle Nogueira

A dermatologista Marcelle Nogueira, cuja tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP) é sobre envelhecimento cutâneo, dissertou sobre o uso de suplementos na prevenção dessa ocorrência. Destacou doses diárias recomendadas, interações medicamentosas e contraindicações das principais substâncias prescritas para retardar esse processo. Comentou ainda os relevantes estudos científicos mundialmente publicados e fez pertinentes alertas aos colegas dermatologistas acerca dos riscos inerentes ao uso desses suplementos.

 

 


5 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Vanessa Cunha

Nos últimos anos, o número de pessoas vegetarianas – que não consomem nada que derive de animais – aumentou em todo o mundo. Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo do Ibope realizado no início de 2019, em seis anos o número de brasileiros que se dizem vegetarianos praticamente dobrou, representando 14% da população, ou seja, quase 30 milhões de pessoas. O estilo de vida tem feito empresas mundiais repensarem seus valores e modus operandi – não à toa, aliás, grandes marcas começaram a estampar o selo de crueltyfree em seus produtos e embalagens. E mais: pesquisas mostram que a preocupação em consumir produtos que privilegiem o bem-estar animal e não sejam testados não é prerrogativa apenas de quem não consome carne e derivados.
 
A dermatologista Vanessa Cunha explica que, apesar de entender essa nova forma de alimentação que muitos procuram, ter uma dieta completa e saudável sendo vegano é algo complexo. “É difícil alcançar a quantidade de proteínas que precisamos em dietas sem qualquer alimento de origem animal. Assim, é comum termos doenças e, especialmente, manifestações cutâneas pela falta de vitaminas e proteínas”, pontua, acrescentando, ainda, que muitas vezes são necessários suplementos, principalmente de vitamina B12 e proteínas, com exceção da vitamina D, que não tem sua absorção comprometida pelos que não comem carnes e afins.
 
Outro ponto importante a ser levantado sobre o tema diz respeito à prescrição de alguns medicamentos: vegetarianos e veganos, normalmente, também são bastante reticentes quanto ao uso de qualquer produto que seja testado em animais. Sobre isso, a médica diz que, atualmente, vários dermocosméticos não são testados em animais. Isto porque seus ativos já foram testados no passado e se mostraram seguros e eficazes. Entretanto, lembra, “é pouco provável que tenhamos ativos eficazes novos, sem testes de segurança”. “Os produtos não testados têm grande possibilidade de não ser eficazes e, pior ainda, de provocar efeitos colaterais graves”, complementa.


 
O futuro

Estudos sobre o impacto do vegetarianismo na sociedade são cada vez mais comuns em todos os segmentos. A população mundial vem-se moldando sob um novo estilo de alimentação, e a medicina também tem-se atualizado e acompanhado. Por isso, é importante conhecer o que os mercados farmacêutico e cosmético dispõem para que possam, de alguma maneira, tentar alinhar o tratamento a ser prescrito à expectativa do paciente. Isso não quer dizer que médicos tenham que abrir mão de seus diagnósticos e recomendações, mas, sim, que podem tentar se adequar a essa demanda – ao indicar um xampu, por exemplo, é possível escolher entre opções sem testes em animais. Em situações de gravidade, porém, o médico deve pontuar a importância do tratamento indicado.

“É difícil lidar, mas quando se trata de uma doença grave, dificilmente eles negam o tratamento convencional. Em situações de gravidade, nunca tive pacientes que se recusaram a usar algo da medicina tradicional”, diz Vanessa.
 
A médica dermatologista diz ainda que hoje não há na literatura científica séria algo que relacione o vegetarianismo/veganismo com o aumento da expectativa de vida. É importante lembrar, porém, que existem pesquisas demonstrando o resultado da adoção desse estilo de vida na saúde. Em uma análise da Universidade de Florença na Itália, por exemplo, chegou-se à conclusão de que uma alimentação de base vegetal ajuda a diminuir a incidência de câncer e problemas no coração. Em outra pesquisa sobre o assunto, realizada pela Universidade de Loma Linda, da Califórnia, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica The Journal of Nutrition, foram analisados biomarcadores no sangue, na urina e no tecido adiposo de 840 adultos, de ambos os sexos, agrupados pelo tipo de alimentação, e chegou-se a conclusão de que a dieta vegana se mostra a mais saudável sob o ponto de vista da saúde.
 
Ainda não é possível prever o futuro. As evidências, contudo, mostram que, ao contrário do que muitos acreditavam há alguns anos, o estilo de vida vegetariano/vegano veio para ficar. E a comunidade médica tem-se, aos poucos, adequado a essa nova realidade.
 


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

O Departamento de Lasers e Tecnologias, em conjunto com o Departamento de Cosmiatria e a Diretoria da SBD, realizou o 12o Simpósio de Cosmiatria & Laser da SBD, nos dias 28 a 30 de março. Neste ano, esse simpósio foi associado ao 2o Simpósio de Envelhecimento da SBD.

A programação científica do Departamento de Lasers e Tecnologias foi composta por blocos, divididos em lasers e tecnologias para o tratamento de doenças dermatológicas; rejuvenescimento facial, melasma e cicatrizes de acne; tratamentos corporais; controvérsias e novidades. Também contou com palestras de experientes dermatologistas, que apresentaram vídeos com demonstração prática dos equipamentos, suas aplicações e seus resultados.

“O evento foi um sucesso e teve muitas inovações. No primeiro dia, foi realizado o curso básico de lasers e tecnologias Da física para a clínica, que abordou desde as noções básicas dos equipamentos até os últimos avanços e tendências na dermatologia”, explica a coordenadora Taciana Dal’Forno Dini.

O próximo Simpósio de Cosmiatria & Laser da SBD já tem data definida: será realizado em São Paulo, nos dias 6 e 7 de março de 2020. A programação já está sendo pensada para apresentar muitas novidades e conta novamente com a participação expressiva dos associados da SBD”, informou.

Em sua opinião, os integrantes do Departamento de Lasers e Tecnologias têm participado ativamente de entrevistas realizadas em todo o Brasil e também colaborado na elaboração de posts sobre lasers e tecnologias para as mídias socais da SBD. “Além disso, o Departamento tem auxiliado a SBD na defesa da especialidade, produzindo material científico para a informação das autoridades sobre os riscos do exercício ilegal da medicina, principalmente relacionado à utilização de lasers e equipamentos de uso dermatológico por não médicos”, considerou.

O Departamento tem como assessores os doutores Renato Soriani Paschoal, Beni Grinblat e Geraldo Magela Magalhães.

 


18 de junho de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.02 – MARÇO-ABRIL

 

Catarinense de Balneário Camboriú, o jovem Gerson Dellatorre já pensava na medicina ainda na fase escolar. Filho de cardiologista, a predileção pelas matérias biologia e química já davam indícios do caminho que seguiria. Hoje, com 34 anos, enveredou pelo campo da produção científica, após concluir residência médica em dermatologia no Hospital Santa Casa de Curitiba, onde é preceptor há mais de cinco anos. Suas descobertas, até agora, que ele classifica como feitas por acaso, na verdade causaram bastante empolgação no meio acadêmico. Não à toa três artigos seus foram aceitos no JAAD e um no British Journal.

Com publicações em várias áreas de dermatologia, Gerson ultimamente tem veiculado casos inéditos na temática do transplante de melanócitos, como o primeiro caso da aplicação da técnica em paciente com lúpus eritematoso cutâneo subagudo (Journal of Cosmetical Dermatology) e também em paciente transplantado de órgão sólido com vitiligo (Anais Brasileiros de Dermatologia).

“Meu interesse dentro da dermatologia é amplo, mas, em especial, em cirurgia dermatológica (câncer da pele, transplante de melanócitos, vitiligo etc.).  Gosto muito de pérolas, sejam clínicas ou cirúrgicas; são de fácil reprodução e provocam grande impacto prático na vida do leitor, pois mudam sua rotina na prática”, comenta Delatorre. Quatro de suas publicações recentes, aliás, foram nesse formato: “Reliable head bandage”; “Syringe pen: an alternative skin-marking tool in dermatologic surgery”; “Wide area digital dermoscopy” e “Stamped adhesive ruler”, todas no Blue Journal.

Gerson começou a publicar ainda na graduação, mas por acaso. Quando acadêmico, sofreu um acidente por um tipo específico de água-viva, a Linuche unguiculata. Ao consultar seu professor e incentivador na dermatologia André Luiz Rossetto, este o informou que estava registrando casos para um estudo clínico-epidemiológico. “No final das contas, acabei entrando para a casuística do estudo e fui convidado para ser co-autor desse artigo, que foi publicado na Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (“Seabather's eruption: a clinical and epidemiological study of 38 cases in Santa Catarina State, Brazil”)”, comenta. Mais tarde, já na época da residência, um conselho fundamental foi dado pelo amigo Caio Castro: a importância do ineditismo antes de pensar em fazer qualquer estudo.

Para seus papers, além do ineditismo já citado, a inspiração parte da vontade incessante de responder a dúvidas e tentar arranjar soluções para problemas da prática dermatológica. “Já tive ideias até dormindo. Acho que uns dos pontos que favorecem esse surgimento é a curiosidade interminável. Isso acaba fazendo com que sempre estejamos com a cabeça em funcionamento. Acredito muito também em serendipidade (descobertas feitas por acaso). Duas de nossas últimas publicações internacionais sobre uma nova técnica de dermatoscopia vieram de uma ideia que tive enquanto estava buscando uma solução para uma questão de edição de imagens num software de computador. E dali saiu o conceito de dermatoscopia digital de campo amplo (wide area digital dermoscopy)”, explica. E esse modus operandi tem dado certo. Prova disso é que, nos últimos 12 meses, foram publicados sete trabalhos, sendo quatro deles em seis meses. “Não considero um número expressivo, mas no Brasil, infelizmente, acabamos publicando por paixão e não por profissão. Ou seja, para nos debruçar sobre um paper, temos que acabar sacrificando tempo da vida pessoal ou de consultório para conseguir produzir artigos de qualidade”, complementa.

Para o futuro, mestrado e doutorado estão em seus planos. Mas com um porém: que o tema central seja empolgante e traga impacto para a sociedade científica. “Estou aguardando surgir uma boa ideia”, pontua. Ninguém duvida de que ela logo aparecerá.





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