Dermatologistas fazem alerta contra os riscos da harmonização facial feita por dentistas




23 de setembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Um alerta para os riscos dos procedimentos de harmonização facial realizados por odontólogos deixou o País chocado nesta sexta-feira (20). Em reportagem, o programa Bom Dia Brasil (TV Globo) mostrou o drama de duas mulheres jovens que, atraídas por promessas de alguns profissionais não-médicos, aceitaram se submeter a tratamentos que deixaram sequelas profundas em seus rostos. Essas histórias emolduraram denúncia feita pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), preocupada com os riscos à saúde da população.

O dermatologista Egon Daxbacher, diretor da SBD, afirmou que esses procedimentos estéticos invasivos devem e só podem ser realizados por médicos, pela Lei do Ato Médico. Segundo relatou, é necessário conhecimento aprofundado sobre pele e tecidos, pois preenchimentos faciais são atos com riscos possíveis.

“Você –  dermatologista – está ultrapassando camadas da pele até a gordura, chegando até próximo do osso, injetando algum tipo de substância que não é própria do organismo”, afirmou Daxbacher, que destacou, ainda, o fato de que se houver alguma intercorrência, é o médico que terá condições de agir em situação de emergência, garantindo a vida do paciente.

Efeitos colaterais – Nos procedimentos apresentados pelo Bom Dia Brasil, as pacientes, que atualmente buscam sua recuperação com a ajuda de dermatologistas, fizeram aplicações com ácido hialurônico, um gel que ameniza a perda de volume da pele. O resultado foram efeitos colaterais graves: uma delas sofreu uma necrose no nariz e a outra ficou com rosto deformado.

“Não é adequado achar que é um procedimento simples e que pode ser feito em qualquer lugar. É importante fazer em ambiente seguro, em um consultório médico, e de preferência com um profissional completamente habilitado para fazer o procedimento”, afirmou o médico André Maranhão, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), também ouvido pela reportagem.

O presidente da SBD, Sergio Palma, espera que o alerta ajude a esclarecer a população sobre os riscos aos quais muitos se submetem. Na sua avaliação, com promessas de resultados e ofertas de valores baixos, alguns profissionais arrebanham interessados em fazer procedimentos estéticos.

“O problema é que essas pessoas não têm conhecimento e nem capacitação para diagnosticar e manejar as complicações graves que estes procedimentos estéticos invasivos podem acarretar, como necroses, cicatrizes, embolia e infecções”, pontua.  Segundo ele, os dermatologistas passam por um treinamento que pode levar até nove anos para ser concluído. “Não é um curso de fim de semana ou de poucos dias que substituirá esse preparo. Além disso, algumas complicações necessitam de atendimento médico de urgência, diagnóstico imediato e tratamento com medicações injetáveis”, ressaltou.

Justiça  Além da denúncia na imprensa, a SBD, juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), também está atuando no campo jurídico contra os abusos cometidos, em especial por parte dos dentistas.

Em fevereiro, as entidades protocolaram na Justiça Federal uma ação civil pública contra o Conselho Federal de Odontologia (CFO) que, contrariando a legislação, editou Resolução para os profissionais de sua área, autorizando-os a realizarem procedimentos de caráter invasivo e estético que são exclusivos dos médicos.

Diante dos excessos administrativos e dos riscos inerentes, as entidades médicas pediram à Justiça Federal a concessão de liminar com a suspensão imediata da Resolução nº 198/2019, do CFO, com informe da decisão à população por meio de publicação no Diário Oficial da União e informes no site do Conselho Federal de Odontologia e junto à imprensa.

Em 29 de janeiro, a Resolução nº 198/2019, do CFO, reconheceu a harmonização orofacial como especialidade odontológica, permitindo aos dentistas o uso da toxina botulínica e de preenchedores faciais na região orofacial e em áreas anexas, bem como a realização de procedimentos com vistas a “harmonizar os terços superior, médio e inferior da face”.

No entendimento da SBD e das outras entidades médicas, essa é mais uma tentativa de ampliar irregularmente o escopo de atuação de dentistas, invadindo a esfera de atuação exclusiva dos médicos, segundo disposições expressas da Lei do Ato Médico (nº 12.842/2013), o que pode causar um prejuízo considerável à saúde da população a longo prazo e aumento de custo no atendimento destas complicações no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Infelizmente, há categorias profissionais da área da saúde que tentam extrapolar suas atribuições e praticar atos exclusivos aos médicos, com o intuito de se beneficiarem da demanda da sociedade por procedimentos estéticos. No entanto, ignoram o potencial risco de causar sérios danos irreversíveis aos pacientes ou até a morte, como já vimos recentemente no Brasil”, afirmou o presidente da SBD, Sérgio Palma.

Abusos – Na ação civil pública, as entidades descrevem o abuso praticado pelo CFO, inclusive ressaltando a impossibilidade de alteração de escopo de atuação profissional por decisão administrativa e sem respaldo da legislação que regula a atividade. A Resolução CFO n. 198/2019 destoa expressamente da Lei nº 5081/66, que estabelece os limites de atuação dos dentistas, com consequente desvirtuamento completo da atuação desses profissionais, trazendo prejuízo à saúde da população como um todo.

De acordo com a Lei dos Dentistas, em nenhum momento (salvo autópsia/necrópsia) se permite a realização de atos na face, pescoço e cabeça, tampouco se outorga ao cirurgião dentista a prática de atos invasivos em tais partes do corpo, já que tais atos são praticados exclusivamente por médicos, na forma da Lei n. 12.842/2013, pois demandam perícia profissional e possuem potencial de complicações clínicas.


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Entre os meses de janeiro e maio de 2019, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) foi citada por mais de 3.110 reportagens publicadas em todo o país. As menções, em sua quase totalidade positivas, aconteceram em sites, blogs, jornais, revistas e programas de rádio e de TV. O resultado alcançado graças ao trabalho das equipes de comunicação da SBD reforça a importância estratégica dessas ferramentas para defender os interesses da especialidade.  Esse é mais um marco dos primeiros seis meses de atividade da nova gestão da entidade. 

Como essas inserções aconteceram em conteúdo editorial espontâneo, ou seja, sem custo para a SBD, esse trabalho gerou economia para a instituição. Calcula-se que se esses espaços tivessem sido cobrados, representariam uma despesa de mais de R$ 20 milhões. “A questão não reside apenas nos valores monetários, mas no valor simbólico. Ao ver a posição da Sociedade numa reportagem ou editorial, o leitor tende a dar mais credibilidade à informação. Isso é importante no momento em que os médicos enfrentam as tentativas de invasão de competências promovidas por outras categorias”, disse o presidente Sergio Palma. 

Estética – Só na área de Defesa Profissional foram mais de 50 reportagens veiculadas e destacando as atividades da diretoria da SBD no Congresso Nacional. Foram abordados temas como a mudança no Projeto de Lei (PL) que permite a prática da estética por outras categorias; a apresentação das sugestões dos médicos para modernizar a tabela SUS; as denúncias feitas ao Ministério Público sobre a ação dos não-médicos na área de estética; entre outros. 

Além do trabalho com a grande imprensa (nacional e regional), a comunicação com os associados e a sociedade civil por meio de canais alternativos é um pilar defendido e promovido pela atual gestão da SBD. As redes sociais (Facebook e Instagram) são os meios utilizados pela instituição para levar informações confiáveis e de qualidade aos especialistas e à população. 

“Em primeiro lugar, a atual gestão da SBD tem acompanhado de perto o que se faz e se fala nas redes sociais. Essa preocupação ajuda a entender o universo do dermatologista e as preocupações dos pacientes. Assim, fica mais fácil fazer um diagnóstico das ações necessárias para atingir ambos os públicos. Em segundo lugar, a entidade conta com empresas e colaboradores experientes e motivados para definir boas estratégias focadas nos profissionais e na população em geral”, declara Cláudia Alcantara Gomes, secretária-geral da SBD.

Redes sociais – Atualmente, a SBD conta com perfis no Facebook e Instagram e com a inserção diária de pelo menos um post nessas plataformas em suas diferentes páginas. Entre janeiro e maio deste ano foram publicados mais de 180 posts, que conquistaram mais de 170 mil interações nas redes, seja por meio de cliques, curtidas, comentários, compartilhamentos e reações. Neste período, também foram capturadas mais de 19 mil menções sobre a entidade, sendo a maior parte positiva.

Além disso, foi possível observar ainda um aumento dos números de fãs/seguidores das redes sociais da instituição. O Instagram foi a rede que mais apresentou crescimento, com um aumento de 4,7% de seguidores nos últimos meses, passando de 78.337, em janeiro, para 82.063 seguidores em abril. 

Outra ação promovida pela SBD nas redes é a manutenção de um grupo voltado aos dermatologistas. Na comunidade são compartilhadas ações, campanhas, eventos e entrevistas dos especialistas da entidade. Entre janeiro e maio foram feitas por volta de 150 publicações, que estimularam a participação dos membros e permitiram que os especialistas estivessem atualizados sobre os acontecimentos mais recentes da área. 

“Esse universo das mídias digitais está em evolução constante, e a Sociedade ainda está procurando compreender e se adequar, mas cujos limites precisam ser muito bem estabelecidos para não comprometer questões éticas fundamentais que regem a relação médico-paciente”, explica Cláudia. 

Outro caráter importante do trabalho da SBD nas redes sociais é seu teor educativo, de promoção da saúde e de prevenção de doenças. Segundo Claudia, com o apoio dos colaboradores, temos conseguido ocupar espaço relevante para esclarecer a população sobre diversos temas. 

“Dessa forma, consolidamos o respeito junto aos leitores, que nos identificam como profissionais realmente preparados para lhes oferecer cuidados. Outra frente de ação tem sido ampliar a divulgação de temas com foco na defesa da categoria, abordando questões como a realização de procedimentos estéticos invasivos por profissionais não qualificados e a necessidade de melhor remuneração dos valores pagos pelo SUS e pelas operadoras de saúde”, conclui. 





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