Com 360 mil casos de sífilis em 36 meses, SBD suspeita que pandemia de covid-19 pode ter causado subnotificação de novos registros no Brasil




8 de setembro de 2021 0

O Brasil acumulou mais de 360 mil casos de sífilis entre janeiro de 2018 e junho de 2020, revelam os últimos dados disponíveis sobre o assunto. O problema é que este quadro pode não retratar a realidade do País. Especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que fizeram o levantamento a partir de bases do Ministério da Saúde, com a pandemia de covid-19, que tem impactado negativamente na realização de consultas e de exames de prevenção, estima-se que milhares de pacientes não procuraram os serviços de saúde ao manifestarem sinais e sintomas dessa doença.

CONFIRA OS DADOS COMPLETOS DE 2010 A 2020

Para os dermatologistas, são altas as chances de um quadro instalado de subnotificação, o que compromete as estratégias de enfrentamento desse problema de saúde pública. Os últimos números disponibilizados pelo Ministério da Saúde, referentes ao intervalo de janeiro a junho de 2020, dão conta de 49 mil ocorrências de sífilis adquirida. Isso corresponde a uma média de 8,2 mil casos registrados por mês, ou seja, uma queda de 36% em comparação ao que foi informado a cada 30 dias em 2019.

Vigilância – Já entre janeiro e dezembro de 2019, o sistema de vigilância epidemiológica apontou a existência de 152,9 mil casos de sífilis adquirida, o que representa uma média mensal de 12,8 mil registros. Em 2018, o acumulado no ano havia sido de 158,9 mil ocorrências, ou 13,2 mil por mês. Apesar da constatação de uma tendência de queda – de um ano para outro -, essa variação não chegou a 4% no pré-pandemia (2018-2019).

“Mesmo que os números continuassem a cair, que é o desejado por todos, dificilmente isso ocorreria numa proporção em torno de 30%. A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que tem preocupado muito os médicos pela forma endêmica como se instalou no Brasil, muito em função de padrões de comportamento e de lacunas nas políticas de prevenção e tratamento”, afirma Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD. 

O quadro da sífilis se agrava quando se amplia a série histórica. Entre 2010 e 2020, o Brasil alcançou a soma de 783 mil casos de sífilis adquirida, seguindo uma proporção de crescimento exponencial. Há 11 anos (2010), foram registradas 3.925 ocorrências dessa infecção. Uma década depois, esse número foi 39 vezes maior (152,9 mil). A taxa de detecção seguiu o mesmo ritmo. Ela cresceu 34 vezes: foi de 2,1 registros por grupo de 100 mil habitantes, em 2010, para 72,8, em 2019.

Mulheres grávidas – Pelos dados do Ministério da Saúde, essa infecção afeta principalmente a população masculina. Entre 2010 e 2020, dos quase 800 mil casos registrados 59,8% eram homens. As mulheres representavam 40,2%. No entanto, mesmo com um percentual menor, elas agregam um fator a mais de preocupação, pois muitas manifestam sintomas durante a gestação, com alto risco de contaminação dos recém-nascidos, dando origem à sífilis congênita. 

No período de 2010 a 2020, foram 357,1 mil mulheres diagnosticadas com sífilis adquirida durante a gravidez. A maioria delas estava na faixa etária dos 20 aos 29 anos (53% dos casos). Na sequência, apareciam, respectivamente, pacientes de 15 a 19 anos (25%); e de 30 a 39 anos (19%). Outros períodos etários somavam apenas 3%.  Outro indicativo relevante é a baixa escolaridade das infectadas. 

Ensino e poder aquisitivo – Do total de mulheres grávidas com sífilis, 29% tinham o ensino fundamental incompleto, o que sugere a maior prevalência em populações socioeconomicamente mais vulneráveis. Em seguida, estavam os grupos com ensino médio completo (17%); médio incompleto (14%); e fundamental completo (10%). Aquelas com ensino superior representavam apenas 2% e as analfabetas 1%. No entanto, 27% não informaram escolaridade.

Outro dado que reforça o maior risco ao qual a população com menor poder aquisitivo ou grau de instrução está exposta é o de origem étnica das infectadas. Mais da metade (55,9%) das mulheres com sífilis adquirida, entre 2010 e 2020, eram pardas e 9,9% pretas. Por sua vez, as grávidas da cor branca somavam 23,7% dos registros; amarelas e indígenas, juntas, eram apenas 0,4% do total. As que não fizeram declaração de cor/raça chegam a 9,7%.

Segundo os dados oficiais, a sífilis congênita – relacionada diretamente à contaminação de mulheres – também é um problema em crescimento. Nos primeiros seis meses de 2020, o País registrou 8,9 mil diagnósticos da doença em recém-nascidos, ou seja, 1,5 mil pacientes a cada mês. Onze anos antes, em 2010, a média era bem menor e girava em torno de apenas 579 registros mensais. Na comparação do período de 2010 a 2019, os casos saltaram de 6.946 para 24.130 diagnósticos ao ano.

Subnotificação – Para o coordenador do Departamento de IST & Aids da SBD, Márcio Soares Serra, o quadro de subnotificação deve ser observado com bastante atenção, uma vez que pode agravar a situação em longo e médio prazos. "Muita gente não tem conseguido ou tem receio de agendar consultas por causa da covid-19. Há, por exemplo, a diminuição de pré-natal entre as mulheres. Outro ponto é que não temos uma busca ativa de contactantes no Brasil. Além disso, apesar da sífilis ser uma doença de notificação obrigatória, nem sempre isso é feito. Somados, todos esses fatores podem complicar ainda mais nossa situação epidemiológica”, disse. 

Segundo Márcio Serra, o diagnóstico precoce faz com que o paciente tenha mais chances de não desenvolver formas mais graves da doença. "A sífilis primária e a secundária podem evoluir sem tratamento. Caso o paciente permaneça com síndrome latente por muito tempo, vai continuar transmitindo. Acho que esse é um dos piores fatores que pode agravar ainda mais o que temos visto atualmente", enfatizou. Ele também alerta para a falta de campanhas de conscientização de doenças sexualmente transmissíveis. "Antigamente, tínhamos campanhas de ISTs durante o Carnaval e outros períodos. Agora, nem isso", lamentou. 

Tendência – A alta prevalência dessa infecção sexualmente transmissível aparece também em outros países. Nos Estados Unidos, na última década, a sífilis se consolidou como um problema de saúde pública. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), em 2019, foram notificados 129.813 casos naquele país. Desde que atingiu uma baixa histórica em 2000 e 2001, a taxa de sífilis entre os norte-americanos vem aumentando anualmente, com variação de 11% a mais nos números, quando se comparam 2018 e 2019 (último dado disponível).

“Essa é uma tendência internacional e o Brasil faz parte do grupo de nações com números alarmantes. Por ser uma doença com evolução grave, até mesmo fatal se não tratada adequada e precocemente, é fundamental que médicos e autoridades públicas permaneçam em alerta, atuando em ações educativas de prevenção e apoiando as fases de diagnóstico e tratamento”, avalia Heitor de Sá Gonçalves. 

Sinais e sintomas – Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) com diferentes estágios de evolução e variados sintomas clínicos, entre eles, manifestações dermatológicas. Conforme salienta o vice-presidente da SBD, embora ainda seja altamente prevalente, a doença tem tratamento simples e eficaz, por meio do uso de penicilina benzatina, que é administrada de acordo com o estágio clínico do paciente.

A sífilis pode ser classificada como sífilis primária, secundária, latente ou terciária. No estágio primário, ela geralmente se apresenta como uma pequena ferida, no local de entrada da bactéria (pênis, vagina, colo uterino, ânus ou boca), que aparece alguns dias após o contágio. A ferida normalmente é indolor e desaparece sozinha, depois de poucas semanas.

Estágios – Quando a infecção não é tratada, a bactéria permanece no organismo e a doença evolui para os estágios de sífilis secundária (quando podem ocorrer manchas, pápulas e outras lesões no corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas) ou então sífilis latente (fase assintomática, quando não aparece mais nenhum sinal ou sintoma).

Após o período de latência, que pode durar de dois a 40 anos, a doença evolui para a sífilis terciária, condição grave que leva à disfunção de vários órgãos e pode causar a morte do paciente, costumando apresentar lesões ulceradas na pele, além de complicações ósseas, cardiovasculares e neurológicas.

Além da sífilis adquirida, outra forma de manifestação dessa IST é a sífilis congênita, transmitida por via placentária da mãe para o filho. A condição provoca diferentes sintomas no recém-nascido, como: baixo peso ao nascer ou dificuldade de ganhar peso; sequelas neurológicas; inflamação articular; dores nos ossos; perda visual; audição reduzida ou surdez; entre outros. A doença comumente é responsável por abortos espontâneos, prematuridade e óbito neonatal.

Prevenção – O uso do preservativo masculino ou feminino durante a relação sexual é a forma mais segura de prevenção contra a sífilis. Todo paciente que mantem atividades sexuais de risco ou se expõe a relações desprotegidas deve procurar o mais rápido possível uma unidade de saúde para realizar o teste rápido de detecção da sífilis. O exame é de graça na rede pública.

As gestantes também devem testar para a sífilis. Se a grávida receber o diagnóstico e realizar tratamento adequado, é possível prevenir a transmissão para a criança. “Por isso, é de suma importância insistir na testagem de pacientes com vida sexual ativa. Aos dermatologistas, a recomendação da SBD é para que redobrem a atenção, uma vez que as manifestações na pele são sinais relevantes e recorrentes neste tipo de infecção”, concluiu Sá Gonçalves. 
 


8 de setembro de 2021 0

Um total de 1.911 médicos e membros de equipes que atuam em postos de saúde foram capacitados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para fazer a prevenção, diagnóstico e tratamento da hanseníase. As atividades, realizadas entre junho e julho, beneficiaram profissionais de sete estados (Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco e Tocantins), que foram escolhidos com base em critérios epidemiológicos, por conta dos altos índices de incidência e prevalência da doença em seus territórios.

Como desdobramento do projeto contínuo de qualificação da assistência aos pacientes, visando, sobretudo, facilitar o diagnóstico e o tratamento precoces dessa doença, a SBD articula com o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) uma nova rodada de atividades, ampliando o treinamento a todos os estados brasileiros.

Dados do Ministério da Saúde confirmam a importância deste projeto desenvolvido pela SBD. Entre 2010 e 2019, no Brasil, foram diagnosticados 312 mil novos casos de hanseníase, ou seja, uma média de 30 mil registros por ano. Esse quadro deixa o país na segunda posição no ranking mundial desta doença, atrás apenas da Índia.

Treinamento – A etapa que acabou de ser realizada levou formação específica para quase dois mil médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde. No Maranhão, o treinamento atingiu 595 pessoas. Em Pernambuco, foram 276 beneficiados; no Pará, 275; no Mato Grosso, 266; em Tocantins, 199; na Bahia 171; em Goiás, 129.

A capacitação, que ocorreu na modalidade on-line, permitiu acesso a cinco módulos em vídeo, elaborados por alguns dos maiores especialistas em hanseníase no Brasil. Além de acompanhar as exibições, os participantes puderam tirar dúvidas, em tempo real, respondidas por dermatologistas convidados.

Para o vice-presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves, um dos responsáveis pela coordenação deste projeto, a alta frequência demonstra a carência de informações sobre o tema. Deste modo, explica, a iniciativa preenche essa lacuna e fortalece o combate à hanseníase. "O curso foi um sucesso, pois quem participou teve a chance de aumentar seu conhecimento sobre essa doença, ainda tão negligenciada no Brasil. Vale sempre lembrar que quanto mais rápido o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, destacou.

Especialistas – O curso foi coordenado por Heitor de Sá Gonçalves (CE) e pela professora Sandra Durães (RJ), responsável pelo Departamento de Hanseníase da SBD. Os especialistas que participaram das aulas foram: Egon Daxbacher (RJ), coordenador do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da SBD; professora Maria Araci Pontes (CE), assessora do Departamento de Hanseníase da SBD; Maria Eugenia Noviski Gallo (RJ), colaboradora da Secretaria de  Vigilância Epidemiológica do Estado do Rio de Janeiro; professora Maria Katia Gomes (RJ); professora Maria Leide Wand Del Rey de Oliveira (RJ); Maurício Nobre (RN), assessor do Departamento de Hanseníase da SBD; professora Lúcia Martins Diniz (ES), assessora do Departamento de Hanseníase da SBD;  e Sérgio Palma (PE), ex-presidente da SBD e coordenador científico do Jornal da entidade.

Entre os assuntos abordados durante a formação constavam conteúdo sobre agente etiológico, transmissão e situação epidemiológica; manifestações clínicas e diagnóstico; exame neurológico e prevenção de incapacidades; tratamento e manejo de casos; estados reacionais e seu tratamento; e vigilância de contatos e do potencial incapacitante. O trabalho foi organizado pela SBD, com o apoio institucional do Ministério da Saúde, Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e a ONG DAHW Brasil, de origem alemã. 


8 de setembro de 2021 0

O mês de setembro será importante para a discussão sobre avanços na assistência aos pacientes com hanseníase no País. No dia 17 (sexta-feira), pela manhã, ocorrerá um simpósio internacional sobre o tema, organizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Especialistas nacionais e convidados estrangeiros vão, juntos, debater diferentes aspectos relacionados a essa doença. 

Novidades no diagnóstico e tratamento da hanseníase, uso de medicamentos e desenvolvimento de pesquisas, entre outros temas, são destaque na programação. Dentre os palestrantes confirmados, estão o italiano Cesare Massone e a britânica Diana Lockwood, considerados duas das maiores referências da atualidade neste tema.

Acesso – O evento será gratuito, on-line e com tradução simultânea para inglês e português. Não é necessária inscrição prévia, bastando acessar o link de acesso enviado por e-mail a todos os associados e residentes e disponível na página do evento no site da SBD. 

A coordenação está sob responsabilidade de Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD, e de Sandra Maria Barbosa Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase. Entre os apoiadores estão, o Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a ONG DAHWL.

“No Brasil, apesar do tratamento ter início nos postos de saúde, os centros de referência na doença, credenciados pelo Ministério da Saúde, são serviços de dermatologia. Por isso, é fundamental que nossos associados participem deste simpósio e acompanhem as últimas novidades sobre o tema”, disse Gonçalves. 

Capacitação – As atividades serão abertas aos dermatologistas associados à SBD e aos médicos e outros membros das equipes de saúde da Atenção Primária que participaram do curso de capacitação em hanseníase, organizado pela Sociedade nos meses de junho e julho. No total, foram capacitados cerca de 1.900 profissionais, distribuídos em sete estados (Bahia, Pernambuco, Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins).

Segundo o presidente da SBD, Mauro Enokihara, a hanseníase ainda é um importante problema de saúde pública. “Sabemos da relevância que nossa Sociedade tem na disseminação de informações sobre o assunto entre os dermatologistas, outros profissionais de saúde e a população em geral. Por isso, é tão preponderante a participação neste evento, ampliando a troca de conhecimento e a qualificação da assistência”, ressaltou. 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

08h00 – 8h10 – Abertura – Mauro Enokihara, Heitor de Sá Gonçalves e Sandra Durães.
08h10 – 08h40 – Quimioprofilaxia na hanseníase – Sinésio Talhari.
08h40 – 09h00 – Discussão.
09h00 – 09h30 – 12 doses de PQT: isto é o bastante? – Diana Lockwood (Inglaterra) | Moderador – Gerson Penna.
09h30 – 09h50 – Discussão.
09h50 – 10h20 – Hanseníase e genética: o que nós podemos aprender com esta doença antiga – Marcelo Távora Mira.
10h20 – 10h50 – Pesquisa básica aplicada à hanseníase – Mariane Stefani.
10h50 – 11h10 – Discussão.
11h10 – 10h40 – Correlação clínico-histopatológica e diagnóstico diferencial em hanseníase – Cesare Massone (Itália).
11h40 – 12h00 – Discussão e encerramento.
 


8 de setembro de 2021 0

Já está no ar o novo site da revista Surgical & Cosmetic Dermatology (S&CD), publicação científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A plataforma entra em funcionamento com um novo layout, mais moderno, e novas funcionalidades, com área de notícias e busca avançada de artigos. Uma inovação importante é que tudo estará em formato responsivo, ou seja, com visualização adaptada automaticamente a celulares, tablets e smartphones. O acesso à ferramenta, em português e inglês, pode ser feito pelo endereço www.surgicalcosmetic.org.br.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O NOVO SITE DA S&CD

Outro ganho que chega com a reestruturação do site é a possibilidade de publicação de um fluxo contínuo de artigos ao longo do ano. Anteriormente, isso ocorria apenas a cada trimestre. “Isso permitirá acesso a textos recentes, sem a necessidade de aguardar três meses por uma nova edição. Esse formato é adotado por diversas revistas reconhecidas internacionalmente, ou seja, estamos em sintonia com as melhores práticas do meio científico”, explica Hamilton Ometto Stolf, editor científico da Surgical.

Audiência – Ele acrescenta ainda que as mudanças implementadas permitirão que os novos artigos sejam localizados por meio da busca do Google pelo nome, o que facilita a localização e aumenta significativamente a audiência do site. “Haverá acesso interativo dos textos, sendo que os mais recentes aparecerão entre os destaques na página inicial do site", ressaltou. 

Os ajustes na interface do site, bem como o incremento das funcionalidades, foram desenvolvidos pela percepção de que a plataforma anterior era pouco atrativa e não contribuía com a meta da revista de ampliar seu alcance. Na avaliação de Stolf, a partir de agora, com esta nova ferramenta, S&CD poderá conquistar novas indexações, aumentar o recebimento de artigos e ganhar maior destaque internacional. 

Resultados – "Produzir uma revista científica de alta qualidade e relevância é o que move a equipe editorial da Surgical há mais de 10 anos. Os desafios são enormes, porém os resultados a cada ano mostram que isso é possível, sobretudo com a participação ativa da SBD. Assim, vamos continuar a estimular o aperfeiçoamento de procedimentos cirúrgicos e cosmiátricos, bem como o estudo da oncologia cutânea", afirmou o editor. O trabalho de reestruturação do site contou com a participação e esforço do editor-científico, da co-editora, Bogdana Victoria Kadunc, de todo o corpo editorial e da equipe técnica da SBD.

O presidente da SBD, Mauro Enokihara, considera que a revista está seguindo o exemplo das melhores práticas editoriais, o que traz vantagens para a especialidade e os associados. “Como apoiadores desta iniciativa, buscamos constantemente oferecer aos pesquisadores e profissionais científicos um veículo de comunicação ágil e de qualidade, atendendo aos interesses de todos, independentemente de onde atual, no Brasil e no exterior”, complementou.
 


8 de setembro de 2021 0

Os Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) comemoram uma grande conquista. O Fator de Impacto (FI) da publicação aumentou 69% em 12 meses. Ele passou de 1,121, relativos a 2019, para 1,896, no ano seguinte, de acordo com o Journal of Citation Reports (JCR). Com esse resultado, ela avançou seis posições no ranking internacional que avalia periódicos dedicados à especialidade. Estava no 57ª lugar e agora está no 51ª. 

O FI é considerado como método bibliométrico de avaliação de periódicos científicos. Ele é calculado com base numa fórmula que leva em consideração o número de citações, no exemplo, recebidas em 2020 e número de artigos (citáveis) publicados em 2018 e 2019. Na avaliação do editor científico dos Anais, Silvio Alencar Marques, a performance registrada decorre de inúmeros fatores, principalmente sua maior visibilidade. "Fazer parte do portfólio de uma editora internacional, como a Elsevier, faz diferença", destacou. 

Mudanças – Marques ressalta que a conquista atual tem base no esforço de gestões anteriores, com realce na gestão a partir de 2016, quando os ABD estavam sob a coordenação do professor Sinésio Talhari, período de mudanças na publicação para ampliar o reconhecimento da dermatologia brasileira e ibero-latino-americana. Nesta fase, que foi até 2020, o foco dos Anais recaiu sobre a busca de maior qualidade nos textos e na documentação, com ênfase na dermatologia infecciosa/parasitária, bem como no incremento da exposição dos artigos de todas as seções.

O êxito do trabalho realizado serviu de parâmetro para o grupo que assumiu a coordenação dos ABD em 2021 e que ficará na função até 2026. "Mantivemos a ênfase na qualidade acadêmica, originalidade e conteúdo dos textos, que agregam conhecimento. Um ponto prioritário é melhor documentação fotográfica, clínica e histopatológica, com ênfase na dermatologia tropical e infectoparasitária, pois é o diferencial da dermatologia brasileira em relação ao que é praticado nos Estados Unidos ou na Europa”, explica Marques, que ressaltou a incorporação de duas novas práticas: agilidade nas avaliações dos trabalhos e busca de submissões de artigos produzidos por colaboradores estrangeiros. 

Conteúdo – O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mauro Enokihara, também comemorou os números alcançados pela publicação que tem o apoio da atual Gestão. “A dermatologia é uma especialidade riquíssima em conteúdo, que deve ser divulgado. Estimular e subsidiar a produção científica, publicizando-a junto aos seus associados e à comunidade acadêmica e pesquisadores, é uma das tarefas essenciais da nossa entidade. Nesse sentido, a SBD e os ABD vêm cumprindo seu papel de forma exemplar”, enfatizou. 

O periódico Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) é a publicação científica oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com veiculação ininterrupta desde 1925. Com uma edição lançada a cada dois meses, esta revista divulga estudos, evidências e relatos técnico-científicos originais e inéditos, resultantes de pesquisas, revisões e comunicações na área da dermatologia e especialidades afins. 
 


2 de agosto de 2021 0

Investimento contínuo para oferecer ainda mais conhecimento aos dermatologistas tem sido o grande pilar da Sociedade de Dermatologia (SBD). Um especialista atualizado nos temas mais relevantes da área trará um atendimento de excelência para seu consultório e isso é primordial para a saúde dos pacientes. Por isso, a matéria de capa dessa edição do Jornal da SBD traz o balanço de uma das mais recentes ações da entidade, cujo objetivo é trazer experts nos mais diversos temas da dermatologia e apresentá-los de forma didática: o SBDCast. O podcast completou seis meses e é um sucesso de audiência.

Outro importante tópico desta edição é o informe sobre a mudança no esquema de tratamento para pacientes de hanseníase paucibacilar em acordo com as recomendações do Ministério da Saúde (MS), que teve início no começo de julho. Essa alteração busca trazer benefícios no combate à doença no País, uma vez que com a prescrição desse esquema terapêutico se fortalece este processo.

Na editoria “Política e saúde” é abordada a temática da defesa da segurança dos pacientes. Recentemente, a SBD junto à Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) anunciaram a união inédita para agir contra situações que têm causado grande prejuízo, com inúmeros relatos de intercorrências graves, mutilações e sequelas em diferentes cantos do País. O foco do manifesto é o combate à atuação de não médicos, sobretudo nos campos da estética e da cosmiatria.

Além disso, a SBD também está sempre atenta às pautas que vão alertar à sociedade e aos dermatologistas sobre questões que nem sempre são muito faladas. Na seção “Outros olhares” há um texto especial sobre o estímulo à formação dos especialistas para atendimento específico para a população transgênero; já na seção “Campanha”, foi abordada a importância de melhorar o acesso dos pacientes com vitiligo à assistência em saúde.

Há ainda debates importantes e que valem a leitura sobre eczema nas mãos; as ações do projeto Choosing Wisely na dermatologia; a parceria da SBD com a Cielo; e um balanço de tudo o que aconteceu no 13º Teraderm.

Esperamos que a leitura desta edição do JSBD seja bem aproveitada por todos.

Nos vemos na próxima.

Equipe JSBD
 


2 de agosto de 2021 0

Com mais de 40 mil acessos ao longo de seis meses de existência do projeto, o SBDcast – o canal de conhecimento, ciência e informação que a Sociedade Brasileira de Dermatologia criou no formato de podcast – se consolida como um sucesso entre os associados. Os 24 episódios divulgados até julho de 2021 despertaram o interesse dos associados que encontraram no formato uma maneira inédita de atualizarem seus conhecimentos. 

ACESSE AQUI O SBDCAST

“Muitos colegas escutam o SBDcast no trajeto entre casa e trabalho ou durante uma caminhada na esteira na academia. A dinâmica descontraída nos episódios, onde um membro da diretoria recebe um convidado especial, caiu no agrado que aprende e nem percebe a passagem do tempo. Isso também porque os conteúdos, apesar de densos, são tratados com leveza e a partir de aplicações práticas”, ressaltou Beni Griblat, 2º secretário da SBD.

Êxito – Os dados da plataforma que hospeda o SBDcast demonstram o êxito da iniciativa. Considerando o número de associados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é como se cada um dos 10 mil membros da entidade tivesse escutado pelo menos quatro programas nestes seis meses. 

“Esse índice prova que desenvolvemos um produto que atende às necessidades dos especialistas. Até porque reconhecemos que todos os profissionais são impactados todos os dias por diferentes conteúdos. Se os dermatologistas mantêm esse nível de acessos é porque enxergam na plataforma qualidade”, afirmou o presidente da SBD, Mauro Enokihara. 
 
Desde 10 de fevereiro, quando o primeiro programa foi ar, até 21 de julho, data do último lançamento, juntos, os episódios do SBDcast foram ouvidos 41.737 vezes. Do total de 24 episódios, os cinco que se destacaram em volume de acessos foram: “Vacinas em dermatologia”, “Cuidados com a pele da criança”, “Uso do minoxidil oral nas alopecias”, “Hidradenite: atualização terapêutica” e “Dieta e acne”. 

Convidados – A cada episódio, é convidado um médico dermatologista para falar sobre tema que domina na perspectiva de responder dúvidas frequentes na especialidade e trazer informações atualizadas sobre o tema. “Tentamos criar um leque amplo de conhecimento. A ideia foi produzir programas diversificados e completos, facilitando-se o aperfeiçoamento do ouvinte”, apontou Mauro Enokihara.

“Importante agradecer ao desprendimento dos convidados que aceitaram o convite para participar desse programa sem pestanejar. As gravações, que aconteceram em finais de semana e até a noite, sempre contaram com um clima de parceria que contaminou o projeto como um todo. Estamos felizes com a repercussão positiva e com o fato levar conhecimento para os associados de forma tão acessível e dinâmica. Pretendemos dar continuidade a essa aventura de conhecimento”, disse a secretária-Geral da SBD, Claudia Alcantara. 

Criado pela Gestão 2021-2022, o SBDcast é um serviço de educação continuada, exclusivo para associados. Toda quarta-feira, é exibido um episódio inédito sobre tema de interesse para a rotina do dermatologista. Para conferir este programa e as edições anteriores, basta acessar o aplicativo ou a área do associado aqui no portal da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Abaixo, estão listados todos os programas exibidos até o momento. 

PODCASTS DISPONÍVEIS:

10/fev    #T1E1 – Dieta e acne
17/fev    #T1E2 – Cuidados com a pele da criança
24/fev    #T1E3 – Vacinas em dermatologia
03/mar#T1E4 – Infiltração com corticoide: dicas práticas
10/mar#T1E5 – Hidradenite: atualização terapêutica
17/mar#T1E6 – Uso do minoxidil oral nas alopecias
24/mar#T1E7 – Suplementação oral de colágeno
31/mar#T1E8 – Defesa profissional na dermatologia
07/abr    #T1E9 – Tratamento do campo de cancerização
14/abr    #T1E10 – Tratamento da dermatite atópica
21/abr    #T1E11 – Consenso Brasileiro de Psoríase 2020
28/abr    #T1E12 – Contraceptivos e Pele
05/mai    #T1E13 – Atualização no tratamento do melasma
12/mai    #T1E14 – Síndrome pós-finasterida
19/mai    #T1E15 – Eczema das mãos
26/mai    #T1E16 – Quimioprevenção para câncer de pele não melanoma
02/jun    #T1E17 – Rosácea
09/jun    #T1E18 – Dermatite atópica no adulto
16/jun    #T1E19 – Fios e agulhas de sutura na cirurgia dermatológica
23/jun #T1E20 – Psoríase: manejo de áreas especiais
30/jun #T1E21 – Fan: como interpretar e quando pedir
07/jul #T1E22 – Antioxidantes orais
14/jul #T1E23 – Anestésicos locais
21/jul #T1E24 – Hialuronidase na dermatologia


2 de agosto de 2021 0

Medidas de prevenção à covid-19 podem ser a causa de problemas dermatológicos que incomodam muitas pessoas. Isto ocorre porque a higienização com sabão e álcool em gel contribui para o aumento dos casos de eczemas nas mãos. Essa é a percepção de especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que trazem recomendações para reduzir as chances de aparecimento desses quadros. 

Para Rosana Lazzarini, assessora do Departamento de Alergia Dermatológica e Dermatoses Ocupacionais da SBD, a exposição a esses produtos e o uso constante de luvas, como no caso dos profissionais de saúde, podem aumentar as chances de surgirem lesões vermelhas, descamação e/ou crostas, pequenas bolhas (vesículas), acompanhadas de coceira nas mãos.

Dermatite – Estes sinais podem ser causados pela dermatite atópica, dermatite de contato irritativa ou dermatite alérgica. Elas provocam erupções que coçam, com formação de quadros característicos de eczema. Com a pandemia, cada vez mais pessoas apresentam esse tipo de complicação, analisa a especialista. 

“A necessidade de reforçar a higienização fez com que fossem incorporados à rotina hábitos, como o emprego de sabão e álcool em gel, que induzem à irritação, sobretudo se o paciente já é portador de dermatite atópica. Neste momento, há o agravamento dos sinais pela piora das condições da barreira cutânea”, disse. 

Para diminuir as chances de desconforto, Rosana Lazzarini recomenda a aplicação de cremes hidratantes nas extremidades, o que ajuda ainda a prevenir o ressecamento da pele, comum nesta época do ano. No entanto, se já há um quadro de eczema instalado, ela avisa que é necessária a orientação de um médico dermatologista para indicar o melhor tratamento.

Sabonete – Além desse cuidado, a especialista da SBD sugere o emprego de sabonetes com pH mais próximo da pele, como forma de reduzir o ressecamento que contribui para surgimento do eczema. Segundo ela, independentemente de a pele ser oleosa, mista ou seca, é importante utilizar produtos com hidratante na fórmula ou do tipo syndet, que reduzem a irritação. 

Com respeito ao álcool em gel, Rosana Lazzarini orienta sua adoção sem excessos, evitando-se, inclusive, que seja aplicado em mãos que já apresentam fissuras. Em situações deste tipo, com presença de lesões, a limpeza deve ser mantida, porém com sabonete suave explica a especialista, que ressalta a necessidade da intensificação do emprego de cremes para a pele. 

“A hidratação precisa ser constante. Então, é lavar e hidratar em seguida, até em situações corriqueiras. Se forem utilizadas luvas, depois de retirá-las, não esqueça de redobrar o cuidado, hidratando novamente”, assinalou. 
 


23 de julho de 2021 0

Luna Azulay-Abulafia é a nova Professora Titular de Dermatologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em sessão realizada na manhã de 7 de junho, no anfiteatro de Dermatologia do  Hospital Universitário Pedro Ernesto, a docente defendeu seu memorial acadêmico para uma plateia composta por professores, amigos e familiares.  A banca examinadora foi presidida pelo reumatologista e coordenador-adjunto do curso de Pós-graduação em Ciências Médicas da UERJ, Prof. Geraldo Castelar.

O grupo contou ainda com a participação de Jane Neffá, professora titular de Dermatologia da Universidade Federal Fluminense (UFF); Francisca Regina Carneiro, professora titular de Dermatologia da Universidade do Estado do Pará (UFPA); Márcia Ramos-e-Silva, professora titular e chefe do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e José Messias, Professor titular de Clínica Médica da UERJ. Como suplentes, estavam Sueli Carneiro e Neide Kalil, professoras titulares de Dermatologia da UERJ e da UFF, respectivamente.

Histórico – A obtenção do título de professor titular da universidade ocorre mediante a análise das atividades realizadas pelo docente nos últimos 15 anos, de sua contribuição científica e do seu histórico de vida. Em sua exposição, Luna destacou momentos importantes de sua trajetória na UERJ, iniciada em 1973, como aluna de graduação.

Ela também elencou suas produções científica e acadêmica, bem como as principais ações sociais das quais participou como membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da SBD Regional Rio de Janeiro. Ao longo de 15 anos, atuou em 45 campanhas. A última, antes da pandemia, foi a Roda-Hans, uma ação promovida em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado, com o objetivo de conscientizar a população sobre a hanseníase.

Seguindo os passos do pai na profissão, o professor David Rubem Azulay – ex-presidente da SBD e que somou 60 anos de atividade no magistério – a vida de Luna foi marcada por intensa atividade intelectual no Brasil e no exterior. Por seu trabalho na dermatologia, recebeu inúmeros prêmios e homenagens, como a Medalha Maria Duran pela International Society of Dermatology (2002). Entre suas áreas de atuação estão a psoríase (pioneira no uso de biológicos), dermatite atópica, melasma, vitiligo, fototerapia, hanseníase, dermatologia pediátrica, aspectos dermatológicos das doenças reumatológicas e sistêmicas.

Ensino – Outra característica de Luna Azulay é sua forte ligação com a defesa do ensino público. Muito disto vem de sua própria trajetória, que relata estudos de graduação da UERJ, onde também fez residência médica, na década de 1980. A seguir, concluiu mestrado (1992) e doutorado (2004) em dermatologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em seu pronunciamento, a dermatologista disse que sua motivação sempre foi ser professora. “Vivo um momento de grande emoção. Recebo este título como um reconhecimento à dedicação de mais de 39 anos à frente da docência de dermatologia da UERJ. É a coroação da minha caminhada como docente nesta universidade que faz parte da minha vida. Durante todo esse tempo, creio que pude contribuir para a formação de profissionais, mas também para o desenvolvimento da ciência e do ensino da especialidade”, disse Luna Azulay. 

Luna ainda é professora do curso de pós-graduação do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e chefe do Setor de Dermatopediatria da mesma instituição. É responsável também pela dermatologia pediátrica e por um dos ambulatórios de imunossupressores e imunobiológicos do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Em sua trajetória acadêmica foi professora titular de Dermatologia da Universidade Gama Filho e professora e coordenadora da mesma disciplina na Universidade Estácio de Sá, ambas no Rio de Janeiro.

Atualmente atua como chefe de Serviço da Dermatologia do HUPE, empreendendo várias mudanças – tanto físicas como estruturais – no espaço.


15 de julho de 2021 0

Evitar a exposição do paciente a procedimentos desnecessários ou que podem causar danos à saúde e dar suporte aos médicos na escolha das opções terapêuticas para diferentes problemas de saúde que afetam a pele. Esses são os objetivos de uma série de dez recomendações que estão sendo divulgadas pelo projeto Choosing Wiley Brasil, que conta com o apoio e participação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

ACESSE AQUI O CONJUNTO DE RECOMENDAÇÕES

A campanha é uma iniciativa da American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation), dos Estados Unidos, que, desde 2012, já rendeu parcerias com entidades médicas de 25 países. Em 2020, a SBD foi convidada a analisar uma série de procedimentos e abordagens clínicas para identificar aquelas que podem representar risco nos tratamentos ou possuem baixo valor terapêutico.

O presidente da SBD, Mauro Enokihara, considera este projeto relevante ao divulgar de forma ampla critérios que ampliam a segurança e a eficácia nos cuidados oferecidos aos pacientes. “Além disso, fica fortalecido o papel de uma sociedade médica – como a de dermatologia – como fonte confiável de informação. Trata-se de uma contribuição para qualificar a assistência em saúde para a população”, ressaltou.

Benefícios – Nesta primeira participação da SBD, o foco recaiu sobre tratamentos e condutas referentes à dermatologia clínica. Entre as recomendações estão: não prescrever antibióticos tópicos como monoterapia para o tratamento de acne e não usar antibiótico sistêmico para eritema e edema bilateral de membros inferiores sem evidência de infecção.

Além disso, há outras sugestões úteis à clínica dermatológica. Por exemplo, no caso da condução da acne, se necessário, o uso de antibiótico tópico deve ser associado a agentes como retinoides e peróxido de benzoíla, por curto período. Psoríase vulgar, hipovitaminose D, tínea do couro cabeludo, herpes zoster, rosácea e úlceras crônicas são outras doenças abordadas pelas recomendações da campanha.

Riscos – Para chegar à lista de dez recomendações, 13 especialistas convidados pela SBD se dedicaram nos últimos meses a avaliar os temas que compõem o relatório final a partir das percepções de médicos e pacientes sobre as práticas analisadas. O processo foi rigorosamente documentado, com prioridade a testes, procedimentos ou tratamentos utilizados com bastante frequência.

Na primeira fase do trabalho, o grupo de especialistas – que contou com dermatologistas de todo o país, bem como residentes dos Serviços de Dermatologia da Santa Casa de Curitiba e do Rio Grande do Sul – elaborou uma lista com 50 recomendações. Posteriormente, essa relação foi submetida à avaliação dos associados da SBD por meio de votação aberta, restando as dez que estão sendo divulgadas.

O grupo teve a coordenação do médico dermatologista Hélio Miot e participação dos seguintes especialistas: Andrea Ramos (Minas Gerais), Clívia Carneiro (Pará), Paulo Criado e Luciana Abbade (São Paulo), Caio de Castro (Paraná), Magda Weber e Renan Bonamigo (Rio Grande do Sul), Mayra Ianhez (Goiás) e Pedro Dantas (Sergipe).

Também participaram os residentes Camila Saraiva Almeida, do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Paula Hitomi Sakiyama e Thiago Augusto Ferrari, ambos do Serviço de Dermatologia do Hospital Santa Casa de Curitiba.

“O trabalho foi feito com muito critério. Todos devem colaborar com este trabalho, divulgando as orientações entre médicos e pacientes. Desta forma, teremos uma melhor assistência para toda a população”, concluiu Mauro Enokihara.





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