Dia dos Pais: SBD alerta sobre a saúde dos homens



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7 de agosto de 2024

Com a proximidade do Dia dos Pais, celebrado no próximo domingo (11/08), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta sobre a importância da saúde e do cuidado com a pele dos homens. Muitas pessoas não sabem, mas existem diversas particularidades relacionadas exclusivamente ao atendimento masculino.    

Os homens, por exemplo, têm mais oleosidade na pele devido a fatores como maior quantidade e tamanho das glândulas sebáceas que as mulheres, assim como pela maior influência da testosterona, um hormônio que estimula a produção de óleo e está em níveis mais altos no sexo masculino.    

“Pelas características específicas das suas glândulas sebáceas bem como pela ação da testosterona, o indicado é que a pele masculina seja limpa com sabonetes contendo ácidos ou enxofre, por exemplo. Além, é claro, do protetor solar anti oleosidade com textura leve, fluídos ou gel”, explica Dr. Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.   

Indivíduos do sexo masculino também apresentam maior risco de câncer da pele, apesar da procura por cuidado médico ser maior entre as mulheres. “Precisamos conscientizar os homens sobre a necessidade de cuidar da saúde. Muitos acabam procurando atendimento já no estágio avançado da doença, porém quanto antes começar o tratamento maiores são as chances de cura”, explica Dra. Aparecida Moraes, coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD.   

O indicado é que após os 40 anos os homens se consultem com um dermatologista pelo menos uma vez por ano, para o diagnóstico de lesões consideradas pré-malignas e malignas ou até mesmo em casos de tratamentos estéticos, caso tenham indicação.   

Confira a lista da SBD com outros cuidados dermatológicos que o homem deve ter:   

  •  Lave o rosto com água fria e com sabonete apropriado;   
  • Aplique hidratante na pele do corpo após o banho e na face, especialmente para os que possuem pele seca, de acordo com a orientação do médico dermatologista;   
  • Faça cortes regulares das unhas, prevenindo dor, desconforto, unha encravada e micoses;   
  • Cuide do cabelo, ficando atento para a caspa e a oleosidade dos fios. Vale lembrar que calvície inicia-se no final da adolescência, e tem caráter hereditário. Procure um dermatologista precocemente a fim de tratar mais facilmente a calvície;   
  • Cuide da barba, lavando-a com xampu e condicionador diariamente, para evitar o ressecamento da pele. Depois do banho, quando os fios ainda estão úmidos, desembarace-os com a escova ou pente.  As cerdas da escova não podem ser muito moles e os dentes do pente não devem ser largos nem estreitos demais, para não quebrar os fios. O secador também pode ser usado, desde que em temperatura morna para fria e com o bocal do aparelho direcionado para baixo, para não queimar os lábios ou o rosto e garantir que os pelos fiquem certinhos e com volume na medida;   
  •  Aos que decidirem raspar a barba, o melhor momento é após o banho, pois o vapor dilata os poros, deixando os pelos mais flexíveis. Utilize sempre lâminas novas e pessoais para evitar contaminação e ferimentos. Ao terminar de barbear, não esfregue a toalha; apenas seque o rosto levemente e sempre hidrate a pele após barbear.   
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5 de agosto de 2024

O Dia Nacional da Saúde, data que ressalta os cuidados com o paciente na sua integralidade, é celebrado nesta segunda-feira (05/08). Diante deste contexto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reuniu médicos de diferentes partes do Brasil em um Simpósio de Alergia, que ocorreu de forma online no último final de semana (03/08), para falar sobre as reações medicamentosas como ponto de interface da Dermatologia com outras especialidades médicas.  

“O paciente não está isento de ter um efeito colateral após uma medicação prescrita pelo médico e quando isso acontece temos o dermatologista como um dos principais especialistas que vai gerenciar o problema. As reações medicamentosas possuem possibilidades de ocasionar erupções na pele, que chamamos de farmacodermias, cada vez mais vistas em função do uso muito grande de medicamentos”, explica o médico dermatologista Dr. Renan Bonamigo, coordenador do evento. 

As reações podem ser leves, moderadas e graves. Em muitas delas a retirada da medicação já faz o paciente melhorar, mas existem reações que são necessárias medidas como internação, uso de medicamentos apropriados e acompanhamentos laboratoriais de exames. Em todo esse processo o dermatologista é geralmente o responsável pelo cuidado do paciente.  

“Essa área das reações medicamentosas com repercussões na pele traduz muito bem a atividade do dermatologista dentro de um conceito mais amplo de avaliação em saúde e desdobramentos do próprio tratamento médico. Portanto, a dermatologia é uma especialidade que se integra à saúde global do paciente”, diz Dr. Renan. 

Outros temas que visam melhorar a qualidade de vida de pacientes também foram discutidos, como a Dermatite de Contato Ocupacional e as Fitodermatites. 

A Dermatite de Contato Ocupacional é um quadro de alergia relacionada a substâncias/produtos com os quais os trabalhadores entram em contato nas suas profissões. Por exemplo, alergia à luva de borracha em profissionais de saúde e alergia ao cimento em trabalhadores da construção civil. Os sinais e sintomas são coceira, vermelhidão, descamação, pequenas bolhas, secreção e crostas nas áreas de contato com a substância. 

“A abordagem desse assunto no Simpósio ajudou a divulgar as causas de alergia de contato na pele, como fazer o diagnóstico e os principais cuidados com os trabalhadores em diversas profissões diferentes. Saber as principais causas facilita o diagnóstico dos médicos e melhora a qualidade de vida dos pacientes, explica o médico dermatologista Dr. Renato Shintani Hikawa, que palestrou sobre o tema. 

Já as Fitodermatites são os quadros desencadeados diretamente pelas plantas ou seus produtos, o que abrange cosméticos, fragrâncias, madeiras, produtos usados na indústria, entre outros.  

“Apesar de ser um assunto relevante e amplo, não são muitos os artigos publicados anualmente, por isso o diálogo entre dermatologistas de diferentes regiões se torna ainda mais essencial. Há novidades em relação a reações cruzadas entre alérgenos e até vacina que ainda estão sendo testadas em animais”, diz a médica dermatologista Dra. Maria Antonieta Rios Scherrer, que abordou o assunto durante o evento. 

Para o presidente da SBD, Dr. Heitor de Sá Gonçalves, dar luz a esses temas neste mês dedicado à saúde é importante para o aprimoramento de técnicas dos profissionais e conscientização dos pacientes. “A abordagem do evento fez com que os médicos dermatologistas pudessem compreender o paciente de forma integral, colaborando com outras especialidades quando necessário,” conclui Dr. Heitor. 

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30 de julho de 2024

Com pesar, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa o falecimento do médico dermatologista e professor Osmar Rotta, ocorrido nesta segunda-feira (29).

Dr. Osmar se graduou em Medicina em 1973 e cursou residência médica em 1975 na Universidade de São Paulo, aonde se formou.

Ele se tornou especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, além de ser associado a Associação Médica Brasileira e ao Conselho Federal de Medicina desde 1976. Ganhou o título de Mestre em Dermatologia pela Universidade de São Paulo no ano de 1979 e de doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo em 1986.

Dr. Osmar foi ainda Professor Associado da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), atuando como Chefe da Disciplina de Dermatologia Geral (1995-2005) e Chefe do Departamento de Dermatologia. Também participou ativamente das atividades da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional do Estado de São Paulo (SBD-RESP). Além disso, integrou o Conselho Deliberativo da SBD e foi Membro do Conselho Decisório da SBD-RESP, Membro da Comissão de Título de Especialista da SBD e Presidente da Comissão de Título de Especialista.

“Foi exemplo de verdadeiro mestre e professor, por sua didática e ter formado vários mestres e doutores, competentíssimo profissional, além de ter sido um grande amigo e muito apegado e querido por seus familiares e amigos”, diz o médico dermatologista e ex-presidente da SBD, Mauro Y. Enokihara.

O velório ocorre nesta terça-feira (30/07), de 10h às 14h, na Velar Unidade Morumbi, localizada na Av. Giovanni Gronchi, n° 1358, Morumbi (SP).

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29 de julho de 2024

A Associação Médica Brasileira (AMB) reconheceu que a dermatologia pediátrica já faz parte da matriz de competência da formação do dermatologista. O parecer se deu após pedido da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para que a Dermatologia Pediátrica fosse reconhecida como área de atuação da pediatria e dermatologia. Porém, por meio da Comissão de Ensino Médico de Pós-graduação (CEMPG), o pedido foi indeferido.  

“A Sociedade Brasileira de Dermatologia entende que o parecer da CEMPG está correto, já que a Matriz de Competência da Especialidade de Dermatologia prevê 3 anos de Residência Médica, onde são abordadas várias doenças da pele, seus métodos diagnósticos e tratamentos, seja de criança ou de adulto, já sendo, portanto, a Dermatologia Pediátrica contemplada nessa formação”, explica o presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves.  

Para a coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD, Dra. Elisa Fontenelle, a notícia do indeferimento veio com grande satisfação. 

 “Parabenizamos o presidente Heitor de Sá Gonçalves por essa conquista. A dermatologia é uma especialidade complexa, diversa e rica em detalhes. É o dermatologista de formação o profissional capaz e habilitado a avaliar e conduzir todo e qualquer caso dermatológico. Não há vantagens na criação de área de atuação em dermatologia pediátrica sem a formação completa e necessária que os dermatologistas têm”, conclui ela. 

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22 de julho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) estará presente no 2º Congresso de Medicina Geral promovido pela Associação Médica Brasileira (AMB), de 25 a 27 de julho, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP). A programação do evento conta com palestras de 8 especialistas da SBD. 

“A participação da SBD no Congresso traduz a grande importância que a nossa Sociedade Brasileira dá à atenção básica, ao papel do clínico, do pediatra, como aquele médico que primeiro vê a doença dermatológica. Assim, passando o conhecimento das doenças mais comuns do ponto de vista da pele, estaremos capacitando o clínico, atualizando o pediatra, o médico da atenção básica, da família e comunidade, para que eles aumentem a sua resolutividade e consigam resolver boa parte dos problemas dermatológicos”, explica Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD. 

Na quinta-feira (25), Dra. Rosana Lazzarini, membro da diretoria da SBD, irá coordenar a mesa redonda que abordará as afecções prevalentes em dermatologia. Os médicos dermatologistas Dr. Lucas Campos Garcia e Dra. Roberta Buense Bedrikow também participarão da discussão. 

“Vamos falar de erupções medicamentosas, ou farmacodermias mais comuns, das piodermites e de urticária. É extremamente importante podermos cooperar com o aprimoramento de médicos do atendimento básico de uma maneira geral, mostrando alguns pontos essenciais da dermatologia”, diz Lazzarini. 

Na sexta-feira (26), é a vez do Dr. Heitor coordenar a mesa redonda de dermatologia. Também participam o vice-presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui, e a coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, Dra. Aparecida Moraes.  

Entre os assuntos, vamos abordar as reações a medicamentos, infecções bacterianas, urticárias agudas, hanseníase e câncer de pele, seja ele melanoma ou não melanoma. Essas são realmente as grandes demandas da dermatologia no Brasil”, diz Heitor de Sá. 

No sábado (27), o presidente da SBD também modera a apresentação de casos clínicos de complicações da hanseníase, que terá como debatedores os médicos dermatologistas Dr. Walter Belda Junior e Dr. Marcos Cesar Florian, concluindo assim o último dia do evento.  

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19 de julho de 2024

Após receber denúncias de que um biomédico, atuante no Distrito Federal, publicou um vídeo em rede social simulando a realização de preenchimento labial com médicas dermatologistas, resultando, supostamente, em necrose nos seus lábios, o Departamento Jurídico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ajuizou, nesta quinta-feira (18), uma ação civil pública sob o nº 0715087-83.2024.8.07.0020, em trâmite na 2ª Vara Cível de Águas Claras, exigindo do biomédico o pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), além de realizar a devida retratação. Também foi exigido que ele seja impedido de continuar com a prática de procedimentos privativos dos profissionais médicos.

A SBD entende que houve um ataque direto a toda a classe, uma vez que o biomédico encenou situações como se fossem realizadas por dermatologistas durante procedimentos estéticos, entre elas deixar a seringa cair e continuar o processo, espirrar sobre o paciente e insinuar que os médicos não prestariam o devido suporte após o procedimento.

“O canal de denúncia da SBD está tendo grande importância no nosso trabalho de valorização e defesa profissional do médico dermatologista. Contamos cada vez mais com a participação de nossos associados para que possamos, além de fazer valer a Lei do Ato Médico, zelar pela saúde da população. Devido à desinformação, muitos pacientes acabam se submetendo a procedimentos invasivos com profissionais que não possuem formação em medicina, colocando em risco a própria vida”, diz Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

Clique aqui e entenda o passo a passo que deve ser seguido para que a SBD receba sua denúncia e tome as medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis a cada caso.

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8 de julho de 2024

A 16ª edição do Teraderm, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), contou com a participação de aproximadamente dois mil médicos dermatologistas que se reuniram em São Paulo, no último final de semana, aonde abordaram temas voltados para a dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica.

“O evento, tradição anual, reuniu médicos dermatologistas de todo o Brasil que buscam por capacitação no tratamento de seus pacientes, além de aprimoramento das técnicas voltadas para a estética”, explica dr. John Verrinder Veasey, um dos coordenadores do Teraderm.

Mais de 130 especialistas, entre coordenadores e palestrantes, deram em torno de 30 aulas, entre elas, a “Dermatologia do paciente com tatuagem”. Para a coordenadora da sessão, Rosana Lazzarini, muitos pacientes nem imaginam a profunda relação entre os temas. “Os pacientes que possuem vitiligo e psoríase, por exemplo, ao se tatuarem, podem desencadear as doenças ou piorá-las. Indivíduos que possuem muitas pintas também precisam de uma avaliação prévia com um dermatologista. As pintas precisam de acompanhamento e a tatuagem pode dificultar a análise, especificamente quando a tinta ou o traço é aplicado sobre elas”, explica Rosana Lazzarini.

O bloco também abordou as reações precoces que podem ocorrer na região tatuada. Caso os cuidados não sejam adequados no momento do procedimento, o paciente pode ter infecção por bactéria, além das reações tardias, como, por exemplo, formação de queloides e até mesmo processos inflamatórios. “As reações agudas como a inflamação inicial pela tinta podem ser tratadas com medicamentos tópicos e as infecções com o uso de antibióticos. Já reações crônicas podem exigir condutas mais complexas, como biópsias da lesão para definir a origem do problema”, completa Lazarini.

Outro bloco do evento foi o “Skincare e a maquiagem na infância: o que pode e o que não pode?”, coordenado pela dra. Carolina Gonçalves Contin Proença. Ela destaca que as mídias sociais mostram rotinas exageradas de skincare para crianças, com produtos não indicados, além de tutoriais de maquiagens. “O uso de maquiagem deve ser feito apenas com produtos infantis para o momento de brincadeira e festas a fantasia, mas não como apelo de beleza. Os produtos podem ser prejudiciais tanto para a pele, causando dermatite de contato, como também alteração no eixo hormonal”, diz.

Segundo a especialista, as recomendações de skincare para crianças devem contemplar apenas orientações de banho – breve, com água morna e sabonetes adequados. “Pode ser feito o uso de creme hidratante para pele ressecada ou sensível, além de fotoproteção com roupas e filtros solares indicados. Também há orientações de como prevenir de picadas de inseto, além de bons hábitos alimentares”, explica Carolina.

Ao longo dos blocos os médicos dermatologistas participantes puderam contribuir com as suas experiências, o que foi um grande diferencial. “Sempre buscamos promover a maior participação e interação possível dos médicos participantes. Essa é a essência da nossa Sociedade, afinal, acreditamos que só dessa forma é possível encontrar melhores perspectivas de tratamentos que gere qualidade de vida ao paciente”, diz Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

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4 de julho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lamenta o óbito ocorrido no Distrito Federal após a injeção de Polimetilmetacrilato (PMMA) para correção estética de glúteos com profissional não habilitada.

A SBD alerta que antes de realizar qualquer procedimento estético invasivo, é preciso certificar-se se o profissional escolhido é médico, habilitado e com situação regular no Conselho Regional de Medicina (CRM), evitando situações de risco decorrentes de possível atendimento por pessoas sem a devida qualificação e sem competência legal para tanto. Vale ressaltar que biomedicina e medicina são profissões distintas, ambas regulamentadas e com suas competências estabelecidas por lei.

Procedimentos que necessitam da utilização da substância PMMA devem ser indicados e realizados por médicos, pois podem produzir resultados imprevisíveis e indesejáveis, incluindo reações incuráveis e persistentes. O uso da substância pode causar reações imediatas ou em curto prazo, como: edemas locais, processos inflamatórios, reações alérgicas e formação de granuloma; e tardias, muitos anos após a realização da injeção.

É essencial ressaltar que o PMMA não é recomendado para fins estéticos generalizados por diversas entidades médicas. A Sociedade Brasileira de Dermatologia reconhece que, apesar dos efeitos adversos, o PMMA continua a ser uma ferramenta valiosa para o tratamento de lipoatrofias severas, como por exemplo em alguns pacientes que convivem com HIV/AIDS, desde que administrado por profissionais qualificados. A importância de procedimentos estéticos invasivos realizados por médicos capacitados é enfatizada como medida crucial na prevenção e manejo de complicações potenciais.

Ressalta-se ainda que os procedimentos estéticos invasivos envolvem avaliação prévia do paciente e não podem estar separados de um atendimento médico responsável. Do ponto de vista da saúde pública, vale destacar que a prática da medicina e realização de tratamentos devem ser feitos em estabelecimentos de saúde, como consultórios médicos, clínicas e hospitais, locais onde é possível observar os quesitos de biossegurança dos procedimentos.

Quanto à regulamentação, todos os produtos utilizados em procedimentos médicos e estéticos no Brasil devem possuir registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), garantindo segurança, eficácia e qualidade. A aplicação do PMMA é restrita a profissionais médicos habilitados, seguindo rigorosas orientações de dosagem e técnicas de aplicação estabelecidas pela Agência.

Por fim, este parecer destaca a responsabilidade dos médicos na avaliação criteriosa dos pacientes, na indicação, aplicação e seguimento adequado da injeção de PMMA, visando sempre a segurança e o bem-estar dos indivíduos submetidos a esses procedimentos estéticos.

Um parecer técnico conjunto a partir do entendimento entre SBD e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica está em andamento e será apresentado ao Conselho Federal de Medicina para definir os rumos desse procedimento estético, sempre visando a segurança dos pacientes.

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2 de julho de 2024

Neste Dia do Hospital, celebrado em 2 de julho, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) destaca o papel do médico dermatologista no ambiente hospitalar e alerta para a importância do diagnóstico, manejo e condução adequada desses pacientes.

“A atuação do dermatologista no hospital envolve o diagnóstico e condução de doenças cutâneas em formas graves, tais como hanseníase e pênfigo(“fogo selvagem “); o diagnóstico e conduta de interconsultas a outros serviços do hospital e o diagnóstico precoce e conduta de reações medicamentosas graves ocorridas dentro ou fora do hospital”, explica Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

Uma das complicações e manifestações mais associadas a infecções no paciente que está internado é a candidíase cutânea, que provoca sintomas como vermelhidão e coceira, principalmente nas áreas de dobras do corpo.

“Surge em pacientes que estão acamados, pacientes que são diabéticos, obesos, que estão utilizando antibióticos de largo espectro por via oral ou por via intravenosa. O tratamento deve ser feito não somente no local afetado como também através do uso sistêmico de antifúngicos”, explica o médico dermatologista Paulo Roberto Lima Machado, coordenador do departamento de doenças infecciosas e parasitárias da SBD.

Além dos problemas dermatológicos que podem surgir durante a hospitalização de um paciente, existem aquelas dermatoses que necessitam de internação para serem tratadas, como as doenças bolhosas, que se manifestam com o aparecimento de vesículas e/ou bolhas, podendo afetar a pele e as mucosas.

“Há algumas indicações para a internação hospitalar no caso das doenças bolhosas: os pacientes com área extensa de acometimento da pele que necessitam de uma resposta terapêutica mais rápida, aqueles que possuem dificuldade importante para se alimentar ou desnutrição e aqueles com infecção bacteriana com maior risco de evoluírem para quadros graves, como infecção generalizada. Outros fatores devem ser levados em consideração, como idade, sinais vitais (temperatura corporal, pulso, pressão arterial e frequência respiratória), estado geral, contexto social e presença de outras doenças”, explica Oscar Cardoso Dimatos, coordenador do departamento de doenças bolhosas da SBD.

Outras doenças dermatológicas podem apresentar indicação para a realização de tratamento com o paciente internado em ambiente hospitalar. São indicações de internação: o herpes-zóster em pacientes que apresentam complicações ocular e/ou neurológica, os casos de erisipela com progressão rápida da vermelhidão, ausência de melhora após 48 horas de antibioticoterapia via oral, com acometimento na face e em pacientes imunocomprometidos. As reações graves a medicamentos, os casos de eritrodermias (vermelhidão e descamação generalizados) graves e alguns pacientes com psoríase podem necessitar de cuidados intensivos em algum momento do tratamento.

“Em relação a todas essas doenças, ressalto que os dermatologistas são médicos preparados e capacitados para diagnosticá-las e tratá-las. Frequentemente, são necessárias avaliações de outras especialidades médicas e de outras profissões da saúde, que são os acompanhamentos multidisciplinar e multiprofissional”, explica Oscar.

Alguns procedimentos estéticos também devem ser feitos em ambiente hospitalar, como é o caso do peeling de fenol, indicado para tratar casos de envelhecimento facial severo, caracterizados por rugas profundas e textura da pele comprometida. Por ser considerado um procedimento estético invasivo demanda extrema cautela, sendo essencial que seja conduzido, preferencialmente em ambiente hospitalar, com o paciente anestesiado e sob monitoramento cardíaco.

“O peeling de fenol faz uma necrose, ou seja, uma destruição tanto da epiderme, a camada mais superficial da pele, quanto da derme, a mais profunda. Por existir uma troca completa de todas as estruturas da pele esse é considerado um peeling profundo. Apesar de consagrado desde a década de 50, com muita literatura científica, ele traz alguns riscos, já que o fenol é tóxico para o coração, para os rins e para o fígado. Então, o paciente, antes do procedimento, precisa fazer uma série de exames e durante o procedimento é necessário que tenha monitoramento cardíaco, já que com a substância fenol em contato com a pele do indivíduo ele pode fazer algumas alterações no eletrocardiograma, podendo ter arritmias. Também é indicado uma indução venosa com soro para reduzir os impactos da substância no organismo”, explica a coordenadora do departamento de cosmiatria dermatológica da SBD, Elisete Crocco.

 

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26 de junho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), considera um grande equívoco a Resolução RE n° 2384/2024, publicada nesta terça-feira (25), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em que proíbe a comercialização, importação e uso de produtos contendo fenol para todos os procedimentos de saúde, dando a entender que está proibida a utilização do fenol para procedimentos invasivos pelos médicos.  

Há diversas evidências de eficácia e de segurança do fenol, quando indicado corretamente e realizado com os cuidados imprescindíveis, como monitoramento cardíaco, hepático, renal, conhecimento da técnica, controle do pós, da possibilidade de infecção cutânea ou até de infecção grave.  

 A SBD reitera que é veementemente contra a proibição para uso de fenol pelos médicos habilitados e capacitados, de preferência dermatologista ou cirurgião plástico. 

 





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