Chocolate na Páscoa: vilão da acne ou mito popular?



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17 de abril de 2025

Com a chegada da Páscoa, o consumo de chocolate se torna quase inevitável e, junto com ele, também surgem velhas dúvidas. Uma das mais comuns é se o chocolate realmente provoca ou piora a acne. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares e alguns derivados de leite está associado ao agravamento da acne — mas isso não significa que o chocolate, por si só, seja um vilão. 

Segundo o coordenador do Departamento de Cosmiatria da SBD, Dr. Daniel Coimbra, a acne é uma condição multifatorial, geralmente relacionada à predisposição genética, alterações hormonais e aumento da produção de sebo pelas glândulas da pele. 

“Não é o chocolate em si que causa acne, mas o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares simples e, em alguns casos, laticínios, pode agravar o quadro em pessoas predispostas. Quem percebe piora na pele após ingerir determinados alimentos deve observá-los com atenção e conversar com seu dermatologista, mas isso não significa que esses itens causarão acne em todas as pessoas”, explica Dr. Coimbra. 

A SBD reforça que a acne é uma condição comum, especialmente na adolescência, fase em que há estímulo hormonal importante sobre as glândulas sebáceas. Esse aumento de oleosidade associado à obstrução dos poros, leva à formação de cravos e, em casos inflamatórios, às espinhas. 

“É possível controlar e até prevenir a acne com medidas simples, como higienização adequada da pele duas a três vezes por dia, e evitando o uso de produtos cosméticos comedogênicos ou muito oleosos”, orienta Dr. Daniel. 

O dermatologista ainda acrescenta: 

“Nesta Páscoa, o chocolate pode — e deve — ser saboreado com prazer e moderação. O verdadeiro inimigo da pele não está no ovo de Páscoa, mas na desinformação. Cuidados diários e informação correta são os melhores aliados da saúde cutânea.” 

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16 de abril de 2025

A Hanseníase foi um dos principais temas discutidos no 47º Dermatrop – Simpósio de Dermatologia Tropical e Doenças Negligenciadas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que reuniu especialistas de todo o país, em São Paulo, no último final de semana (11 e 12/04). A iniciativa viabilizou o compartilhamento dos mais recentes avanços no diagnóstico, tratamento e manejo da doença. Embora essa seja uma condição tratável, o estigma ainda envolve os pacientes, o que torna a disseminação de informações corretas e o enfrentamento do preconceito medidas essenciais.   

“A Hanseníase pode acometer principalmente a pele e os nervos, mas também pode afetar alguns órgãos internos. Os primeiros sinais incluem manchas claras ou avermelhadas na pele, perda de sensibilidade em lesões, ou pele sem lesão; e dor em trajeto de nervos. Identificar esses sintomas precocemente é essencial para evitar complicações”, explicou Dr. Heitor de Sá Gonçalves, que coordenou a mesa sobre o tema e mediou as discussões.  

O diagnóstico da doença é principalmente clínico e pode ser confirmado por exames como a baciloscopia ou biópsia de pele. “Hoje, temos exames mais precisos, como PCR, exames de imagem e eletroneuromiografia para os casos de Hanseníase neural pura, que ajudam a identificar a presença do bacilo e as possíveis complicações neurológicas. Um dado importante é o cuidado com a interpretação dos testes imunológicos (os testes rápidos), os quais não indicam doença, mas, se positivos, podem indicar que o indivíduo entrou em contato com o bacilo e, se negativos, não indicam ausência de doença”, acrescentou Dr. Heitor.  

Em relação ao estigma, de acordo com ele, a principal ferramenta é a educação para mudar a percepção popular. “A Hanseníase tem cura e, com diagnóstico precoce, as sequelas físicas podem ser prevenidas ou minimizadas. É fundamental educar tanto a população quanto os profissionais de saúde sobre o verdadeiro impacto da doença, desfazendo mitos históricos e mostrando, por exemplo que a mesma não é tão transmissível quanto se pensava”, ressaltou o médico dermatologista.  

Já Dra. Carla Andrea Avelar Pires, coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD, enfatizou a importância da atuação dos dermatologistas no cuidado aos pacientes.  

“O dermatologista tem um papel essencial no diagnóstico e acompanhamento da doença, especialmente nos casos mais complexos. Eles são fundamentais para diferenciar a Hanseníase de outras doenças de pele e para guiar o tratamento adequado”, afirmou a médica.  

Ela também destacou o tratamento gratuito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que combina antibióticos para eliminar o bacilo causador da doença. “A poliquimioterapia é eficaz, com duração variando entre 6 meses nos casos menos graves e 12 meses para casos mais avançados”, explicou Dra. Carla.  

Além disso, a dermatologista abordou os cuidados diários que os pacientes devem ter para evitar sequelas permanentes, como perda de sensibilidade e enfraquecimento muscular. “Hidratar a pele, inspecionar pés e mãos todos os dias e usar calçados adequados são práticas essenciais. Também é importante procurar atendimento médico imediato ao notar qualquer alteração nos olhos, músculos ou pele, sinais de possível reação hansênica”, orienta ela.  

O presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui enfatiza que a Hanseníase é uma doença curável, mas que exige o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.   

“O evento Dermatrop 2025 foi um espaço essencial para oferecer aos dermatologistas mais ferramentas para um diagnóstico eficaz e sensível, com foco na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Também reforçamos a necessidade de educação contínua, tanto no meio médico quanto na sociedade em geral, para garantir que as pessoas afetadas por doenças tropicais e negligenciadas não sejam mais vítimas de preconceito e, sim, recebedoras de cuidado e respeito”, conclui Dr. Barcaui.  

Sobre o Dermatrop:  

O Dermatrop é um evento anual que reúne especialistas da dermatologia para discutir as mais recentes descobertas, tratamentos e abordagens das doenças tropicais e infecciosas que afetam a pele. A edição de 2025 foi dedicada a promover a atualização científica e a conscientização sobre condições como a hanseníase, que ainda impacta milhares de brasileiros.  

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11 de abril de 2025

Informamos que na próxima reunião do Conselho Deliberativo da SBD, que acontecerá no dia 14 de junho de 2025, haverá eleição para membros das Comissões Permanentes da SBD.

Comissão de Ética e Defesa Profissional  – 1 vaga

Comissão de Título de Especialista – 1 vaga

Comissão de Ensino  – 1 vaga

Comissão Científica – 1 vaga

Para se candidatar a qualquer vagas das Comissões é exigido que o candidato seja associado titular da SBD há mais de 5 (cinco) anos e quite com suas obrigações sociais.

Conforme disposto no art. 7° do Estatuto da SBD, “são associados titulares todos os médicos dermatologistas, residentes ou não no Brasil, inscrito para esse fim, portador de Título de Especialista em Dermatologia (TED) emitido pela Associação Médica Brasileira após aprovação no exame promovido pela SBD e que possui o registro da especialidade Dermatologia (RQE – Registro de Qualificação do Especialista) no Conselho Regional de Medicina competente”. Para o cargo de membro das Comissões de Título de Especialista, Científica e de Ensino é exigido, ainda, que os candidatos sejam professores titulares, livre-docentes ou doutores.

O associado da SBD que preencher os requisitos dos cargos acima mencionados e tiver interesse em se candidatar deverá encaminhar solicitação de inscrição de sua candidatura endereçada à Diretoria da SBD para o e-mail diretoria@sbd.org.br, impreterivelmente, até o dia 14/05/2025, contendo nome completo e o nome da Comissão de interesse. Os candidatos às vagas nas Comissões de Título, Científica e de Ensino deverão enviar, ainda, no mesmo e-mail, a comprovação de que são professores titulares, livre-docentes ou doutores. Não serão aceitas inscrições recebidas após o prazo acima mencionado, o que inclui a não aceitação de inscrições durante a reunião do Conselho Deliberativo.

Além disso, solicitamos que o candidato envie um mini-currículo no formato PDF, de no máximo 1 página, em letra Arial ou Times New Roman, tamanho 12, com informações sobre sua formação profissional e demais tópicos referentes à vaga pretendida.

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11 de abril de 2025

Comemorado em 13 de abril, o Dia do Beijo é uma data que celebra o gesto de afeto que une pessoas ao redor do mundo, porém, além de um símbolo de carinho, pode também representar um risco à saúde, especialmente quando há lesões na boca ou sintomas visíveis de infecções. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) dá orientações sobre os cuidados necessários para evitar complicações. 

“Se estamos falando de um beijo, com letras maiúsculas, demorado e com troca de secreções, várias infecções podem ser transmitidas. Isso inclui doenças como a mononucleose, influenza e outras infecções respiratórias, que são transmitidas pela via respiratória, ou seja, pela saliva”, explica Dr. André Costa Beber, coordenador do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da SBD. 

O especialista também aborda o risco relacionado ao famoso “selinho”, mais comum entre os jovens. “O risco de transmissão é bem menor nesse tipo de beijo, mas ainda assim pode haver transmissão de doenças da pele dos lábios, como o herpes labial, além de verrugas causadas pelo HPV”, diz. 

Dr. Beber alerta ainda sobre os cuidados que devem ser tomados ao beijar alguém quando há lesões visíveis na boca, como feridas, aftas ou herpes labial. “A presença de lesões nos lábios, mesmo que pequenas, favorece tanto a transmissão quanto o contágio de doenças. Essas lesões expõem os micro-organismos, tornando o ato de beijar um caminho para a transmissão”, afirma. 

É preciso de cuidados extras ao beijar crianças, bebês ou pessoas imunodeprimidas. “O herpes labial pode causar doenças graves nesses indivíduos, como a meningite herpética, ou até mesmo transmitir infecções oculares graves, como a ceratoconjuntivite herpética, que pode levar à perda da visão”, diz o médico dermatologista. 

Prevenção de condições dermatológicas  

Além das ISTs, o beijo pode agravar ou até mesmo transmitir outras condições dermatológicas, como o impetigo bacteriano. “O impetigo, que é uma infecção bacteriana comum na região perioral, pode ser facilmente transmitido pelo beijo. Se houver vesículas ou crostas na região, é essencial evitar o contato até que a lesão esteja completamente curada“, explica Dr. Beber. 

Ele também destaca outros cuidados relacionados ao uso de medicamentos, que podem influenciar a saúde da pele e aumentar o risco de complicações.  

“Tratamentos como isotretinoína para acne podem causar ressecamento nos lábios, tornando-os mais suscetíveis ao herpes labial. Além disso, terapias como peelings profundos ou laser podem desencadear surtos de herpes. Nesses casos, é importante seguir as orientações médicas e usar lubrificantes labiais para proteger a pele”, recomenda. 

Portanto, a SBD alerta que no Dia do Beijo é importante lembrar que, embora seja um gesto de carinho e afeto, também exige cuidados para evitar a transmissão de doenças. “Seja por um beijo demorado ou um simples “selinho”, a higiene e a atenção a lesões e sintomas são fundamentais para a prevenção. Afinal, a saúde também faz parte do cuidado com quem se ama”, conclui o médico dermatologista. 

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4 de abril de 2025

No Dia Mundial da Saúde, celebrado anualmente em 7 de abril, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove uma reflexão sobre os diversos aspectos que envolvem a saúde integral do ser humano. A entidade alerta que entre os diferentes campos da medicina, a dermatologia desempenha um papel essencial, não apenas no cuidado da pele, mas também na promoção do bem-estar geral do paciente. 

De acordo com Dr. Carlos Barcaui, presidente da SBD, a data é uma oportunidade para reforçar a importância da saúde da pele, o maior órgão do corpo humano. “A pele desempenha funções essenciais e pode refletir precocemente sinais de doenças sistêmicas. Associar a dermatologia à saúde integral significa reforçar nosso compromisso com a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado das doenças dermatológicas”, afirma o médico dermatologista. 

A especialidade não trata apenas condições como acne, eczema, psoríase e câncer de pele, mas também atua como ferramenta de medicina preventiva, identificando doenças que se manifestam na pele, unhas e cabelos antes que sintomas sistêmicos apareçam. “Do rastreamento do câncer de pele à detecção de sinais cutâneos de doenças metabólicas, infecciosas e autoimunes, o dermatologista é um aliado estratégico na promoção da saúde”, completa Dr. Barcaui. 

A observação atenta da pele é crucial para a detecção precoce de câncer de pele e outras condições. Alterações como manchas que coçam, descamam ou sangram; feridas que não cicatrizam; e mudanças em pintas ou sinais existentes devem ser investigadas. A identificação precoce e tratamento eficaz, aumentam significativamente as chances de cura, especialmente no caso do câncer de pele. 

Além disso, o uso de alguns medicamentos pode provocar reações alérgicas na pele, causando desde manchas vermelhas até bolhas e feridas graves, que podem necessitar de internação hospitalar. “O dermatologista diagnostica e trata essas reações, muitas vezes provocadas por medicamentos prescritos por outras especialidades, mostrando a importância de uma atuação integrada,” explica Dra. Juliana Kida, membro da diretoria da SBD. 

A área também contribui para o envelhecimento saudável. Dra. Juliana destaca a importância da hidratação da pele, fotoproteção e tratamentos antienvelhecimento para minimizar os efeitos do tempo. “Hoje, com as tecnologias disponíveis, o dermatologista pode melhorar rugas, manchas senis e estimular a produção de colágeno, retardando os efeitos do envelhecimento e promovendo a autoestima e o bem-estar do paciente”, afirma. 

Saúde mental e a dermatologia 

Doenças dermatológicas podem afetar a autoestima e causar transtornos emocionais. Dra. Regina Carneiro, secretária-geral da SBD, aponta que condições como acne, rosácea e psoríase muitas vezes levam a ansiedade e depressão devido ao impacto na aparência. “Isso pode fazer com que pacientes com doenças dermatológicas enfrentem desafios emocionais significativos”, destaca ela. 

O tratamento dermatológico, ao aliviar esses sintomas tem um impacto direto na saúde psicológica. “Quando o paciente melhora fisicamente, há um reflexo positivo em sua saúde mental. O cuidado com a pele também está ligado à autoestima e ao autocuidado, fatores essenciais para o bem-estar emocional”, explica Dra. Regina. 

Pele como indicativo de doenças sistêmicas 

A pele, além de sua função de proteção, pode refletir o estado geral de saúde do corpo. Segundo Dr. Sérgio Palma, membro da diretoria da SBD, problemas dermatológicos podem ser sinais de doenças internas, como distúrbios hormonais, autoimunes e metabólicos. 

“A pele é a maior barreira física e imunológica do organismo. Sua camada mais externa impede a entrada de microrganismos e a perda de água. O pH da pele é levemente ácido (4,6 a 5,8), o que é importante para adequadas atividades antibacteriana, fungicida, constituição da função de barreira, bem como estruturação e maturação do estrato córneo. Células imunológicas na pele, como os linfócitos T e os mastócitos, atuam na defesa do corpo, enquanto a melanina protege contra a radiação UV”, explica. 

Doenças autoimunes, como lúpus, esclerodermia e dermatomiosite, podem se manifestar na pele com erupções cutâneas e alterações visíveis. Distúrbios hormonais, como hipotireoidismo e diabetes, também geram sinais cutâneos que demandam atenção. A detecção precoce desses sinais é fundamental para um diagnóstico rápido e tratamento adequado. 

“O acompanhamento dermatológico adequado previne complicações, melhora a qualidade de vida e contribui para o bem-estar físico e emocional. No Dia Mundial da Saúde, é fundamental refletir sobre a importância dessa especialidade para a promoção da saúde global”, diz Dr. Sérgio. 

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3 de abril de 2025

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) manifesta seu apoio à Anvisa que decidiu proibir o armazenamento, comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda e uso de lâmpadas fluorescentes de alta potência utilizadas em equipamentos de bronzeamento artificial. 

A SBD já havia manifestado repúdio aos projetos de lei criados em alguns municípios brasileiros, que autoriza o uso de câmaras de bronzeamento para fins estéticos, e acredita que a proibição pela Anvisa pode ser uma forma eficaz de coibir a prática, considerada extremamente preocupante e que vai na contramão das políticas de saúde pública. 

A entidade alerta que diversos estudos científicos demonstraram que a utilização das câmaras de bronzeamento artificial aumenta o risco de câncer de pele – que é o campeão em ocorrências no Brasil, incluindo o melanoma, que é o que oferece risco maior de metástases e morte; pois esses equipamentos funcionam por meio de luzes artificiais que emitem radiação ultravioleta.  

A radiação ultravioleta danifica o DNA das células da pele, e a exposição excessiva durante o bronzeamento artificial leva ao envelhecimento precoce, pode causar câncer de pele dos tipos Melanoma, Carcinoma Basocelular e Carcinoma Epidermoide, além de imunossupressão; e danos oculares, incluindo catarata e Melanoma ocular. 

Devido a esses riscos, o Brasil, seguindo o exemplo de países como a Austrália e o Irã, foi pioneiro ao proibir o uso de câmeras de bronzeamento artificial em todo o território nacional em 2009, por meio da Resolução nº 56 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 

A SBD continuará empenhada na luta pela proibição das câmeras de bronzeamento artificial e na promoção de ações de saúde pública que priorizem o bem-estar da população. 

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2 de abril de 2025

O uso de medicamentos como Ozempic, destinados ao emagrecimento e controle do diabetes, tem sido amplamente discutido por seus efeitos sobre a saúde geral e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) traz uma atenção especial para o impacto desses medicamentos na saúde da pele. 

De acordo com Dr. João Renato Gontijo, coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, os medicamentos à base de semaglutida, como Ozempic, podem causar efeitos colaterais como náuseas, vômitos, diarreia, constipação e dor abdominal.  

“Embora os efeitos adversos mais comuns sejam gastrointestinais, em relação à pele, estudos recentes identificaram efeitos menos comuns, mas relevantes. Entre eles estão queda de cabelo (alopecia), alterações na sensibilidade da pele (como formigamento, dor ou queimação) e reações no local da aplicação subcutânea. Eventos raros foram relatados de maneira isolada como penfigoide bolhoso, vasculite leucocitoclástica e angioedema”, explica o médico dermatologista. 

Outro aspecto relevante abordado pelo Dr. Gontijo é o impacto da rápida perda de peso, uma das principais consequências do uso desses medicamentos. “A rápida redução de gordura corporal, inclusive na face, leva à diminuição do volume subcutâneo, podendo resultar em flacidez, rugas e aparência envelhecida”, diz ele.

Ainda segundo o especialista, a perda de peso rápida e acentuada pode comprometer os níveis de nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas e ácidos graxos, fundamentais para a manutenção da hidratação, elasticidade e barreira cutânea da pele. 

Sobre pacientes com doenças dermatológicas preexistentes, o médico destaca que embora não existam contraindicações formais, é recomendado que pacientes com histórico de doenças autoimunes cutâneas, como lúpus ou penfigoide bolhoso, sejam acompanhados pelo dermatologista, porque já foram relatados casos de reativação ou surgimento destas condições durante o uso da semaglutida.

“O maior cuidado deve ser sempre em relatar qualquer alteração para o médico que prescreveu o medicamento e sempre garantir uma ingestão alimentar balanceada para suprir as necessidades básicas do nosso corpo”, relata Dr. Gontijo. 

Em relação aos cuidados dermatológicos, Dr. Daniel Coimbra, coordenador do Departamento de Cosmiatria da SBD, alerta que o uso desses medicamentos também inibe a proliferação de células-tronco adiposas. “Com isso, muitos pacientes percebem um envelhecimento acelerado, que pode ser de 5 a 10 anos, dependendo da quantidade de peso perdido e de fatores individuais, como genética e exposição a fatores ambientais”, explica. 

Dra. Priscilla Sarlos, médica dermatologista da SBD destaca a importância de intervenções para minimizar os efeitos adversos cutâneos causados pela perda de peso rápida. Ela aponta que tratamentos como o uso de bioestimuladores de colágeno, como o ácido poli-L-láctico (PLLA), podem ser eficazes para restaurar a qualidade da pele.  

“O PLLA estimula a produção de colágeno tipo I, elastina e proteoglicanos, além de melhorar a função dos fibroblastos senescentes. O uso desses tratamentos deve ser avaliado a cada 4 kg de perda de peso”, explica ela. 

Além disso, a médica sugere o uso de técnicas de ajuste volumétrico com ácido hialurônico, desde que feitas de forma cautelosa, para evitar um aumento excessivo da volumetria facial, que poderia gerar um resultado esteticamente indesejável. 

Os médicos ainda destacam que os cuidados cosméticos básicos, como hidratação e fotoproteção, são essenciais para reduzir os sinais da perda de peso rápida no envelhecimento cutâneo. Eles recomendam o uso de ácidos retinóicos, que ajudam a renovar as células da pele e melhorar a textura.  

“Para pacientes com perda de peso significativa procedimentos minimamente invasivos para promover a bioestimulação de colágeno são fundamentais”, diz Dr. Daniel. 

A SBD reforça ainda que pacientes que utilizam Ozempic precisam ter acompanhamento dermatológico contínuo, especialmente para monitorar e tratar os efeitos adversos na pele. “O tratamento da pele deve ser personalizado conforme as necessidades e as respostas individuais de cada paciente”, reforça Dra.Priscilla. 

Portanto, fica claro que o uso de medicamentos como Ozempic pode proporcionar benefícios para o controle do diabetes e emagrecimento, mas também exige cuidados especiais com a saúde da pele. “O acompanhamento médico interdisciplinar é o ideal, incluindo o dermatológico, para garantir que a perda de peso não comprometa a aparência e a saúde da pele a longo prazo”, conclui Dr. Daniel. 

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20 de março de 2025

O evento online, promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), acontece no dia 27 de março, às 18h, trazendo relatos sobre a luta de Guilherme Gandra, um menino de 10 anos, que tem  Epidermólise Bolhosa (EB) desde o nascimento. Gui ficou conhecido depois que um vídeo compartilhado por sua mãe, Tayane Gandra, viralizou nas redes sociais, em junho de 2023. Ela registrou o encontro com o filho depois dele ter ficado 16 dias em coma induzido. 

Considerada uma doença rara, a condição provoca a formação de bolhas na pele por conta de mínimos atritos ou traumas. “Essa doença carrega um fardo social que afeta pacientes, cuidadores e profissionais de saúde, por isso falarmos sobre o assunto é extremamente necessário para reduzir o preconceito e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Será uma alegria participar dessa live”, diz o médico dermatologista da SBD Dr. Samuel Henrique Mandelbaum, especialista no assunto. 

A mãe de Gui, também estará presente para compartilhar sua experiência e a rotina desafiadora de cuidados com o filho. 

“Ele foi diagnosticado logo ao nascer, pois já veio ao mundo com lesões devido ao atrito no útero. No primeiro momento, fiquei desesperada recebendo o diagnóstico de uma doença que nunca ouvimos falar antes. E de fato, a Epidermólise Bolhosa é muito cruel, mas o amor e a nossa união fizeram com que passássemos por cima de tudo e cá estamos até hoje cuidando com todo carinho de nossa borboleta”, diz ela. 

As crianças acometidas pela EB são conhecidas como “Crianças Borboletas”, porque a pele se assemelha às asas de uma borboleta devido à fragilidade provocada pela alteração nas proteínas responsáveis pela união das camadas da pele. Tayane conta ainda que a rotina de cuidados é intensa, uma vez que precisam prevenir a todo instante traumas na pele de Gui. 

“Tentamos proporcionar uma infância o mais próximo do normal possível e, Graças a Deus, ele sempre foi muito cauteloso e adepto às mudanças e desafios.  Ele vai à escola, viaja, passeia, vai a jogos, sempre cuidando para que nada de errado aconteça com ele”, conta a mãe do menino. 

A live será uma oportunidade para saber mais sobre essa doença rara, seus desafios e a importância do apoio familiar. Não perca! 

Serviço: 

Evento: Live sobre Epidermólise Bolhosa no perfil @dermatologiasbd 

Dia/Horário: 27/03 (quinta-feira) / Às 18h. 

Local: @dermatologiasbd 

Para saber mais sobre essa e outras doenças, além de uma rotina adequada de cuidados com a pele, cabelos e unhas acesse as redes sociais @dermatologiasbd. Clique aqui e encontre o dermatologista mais perto da sua região.

Contatos Approach:        

Natália Trotte - Natalia.trotte@approach.com.br / (21) 994871494     

Jeane Moraes – Jeane.moraes@approach.com.br / (21) 97187-1053    

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14 de março de 2025

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) manifesta seu repúdio e solicita ao Poder Executivo que vete os projetos de lei criados em alguns municípios brasileiros, que autoriza o uso de câmaras de bronzeamento para fins estéticos, o que é extremamente preocupante e vai na contramão das políticas de saúde pública.

A SBD alerta que o câncer de pele é o tipo mais comum no mundo, com destaque para o carcinoma basocelular, carcinoma de células escamosas e melanoma. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que anualmente surgem 220.490 novos casos de câncer de pele não melanoma e 8.980 de melanoma cutâneo.
O principal fator de risco para todas as formas de câncer de pele é a radiação ultravioleta (UV), que provoca danos cumulativos no DNA, especialmente em casos de exposição intensa e intermitente durante a infância e adolescência. A radiação UV é reconhecida como um agente cancerígeno, assim como o tabaco é associado a cânceres como o de pulmão. Devido a esses riscos, o Brasil, seguindo o exemplo de países como a Austrália e o Irã, foi pioneiro ao proibir o uso de câmeras de bronzeamento artificial em todo o território nacional em 2009, por meio da Resolução nº 56 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

É fundamental destacar que, embora o câncer de pele seja detectável precocemente, a pele, por ser o maior órgão do corpo e estar diretamente visível, facilita o autoexame e a identificação de sinais de alerta, como feridas que não cicatrizam ou pintas que mudam de aparência. Com isso, a SBD tem promovido há 25 anos a campanha Dezembro Laranja, que visa o combate ao câncer de pele e a conscientização sobre a importância da prevenção. A campanha, realizada anualmente no primeiro sábado de dezembro, conta com mais de 100 serviços médicos credenciados no Brasil e já realizou cerca de 19 mil atendimentos em 2023.

A SBD continuará empenhada na luta pela proibição das câmeras de bronzeamento artificial e na promoção de ações de saúde pública que priorizem o bem-estar da população. “Que sigamos sendo reconhecidos pelo protagonismo em banir câmaras de bronzeamento e por promover campanhas de saúde pública dignas de um Guinness, e não por retrocessos que, em prol de interesses estéticos e financeiros, comprometem a saúde da população”, diz o presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui.
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13 de março de 2025

No Dia do Consumidor, celebrado em 15 de março, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que nem sempre o que parece um bom negócio é seguro para a saúde. É preciso ter cuidado com preços atrativos e promessas de resultados milagrosos, já que substâncias adulteradas ou de origem duvidosa podem causar irritações, infecções severas e até deformidades permanentes.  

“O uso de cosméticos falsificados ou adulterados pode levar a dermatites alérgicas, queimaduras químicas e infecções graves. Além disso, a ausência de controle microbiológico nesses produtos aumenta o risco de contaminação por fungos e bactérias”, explica Dra. Alessandra Romiti, assessora do Departamento de Cosmiatria da SBD.  

O problema não se restringe a cremes e maquiagens. A falsificação de preenchedores faciais e toxinas botulínicas é ainda mais perigosa. “O uso de injetáveis falsificados pode causar necrose da pele, inflamações crônicas, formação de nódulos e até paralisia muscular indesejada”, explica Dra. Romiti.   

A médica dermatologista destaca ainda que algumas falsificações grosseiras podem ser identificadas por erros na impressão do rótulo ou na textura do produto, mas muitas vezes o consumidor não consegue perceber a diferença. Por isso, o ideal é sempre comprar de fornecedores confiáveis e exigir nota fiscal.  

No caso dos produtos injetáveis, o paciente tem direito de saber exatamente o que está sendo aplicado. “É possível, e recomendável, pedir para ver o rótulo antes da aplicação. Clínicas sérias fazem isso como prática padrão e também registram o lote e o fabricante no prontuário do paciente para garantir a rastreabilidade”, afirma Dra. Alessandra.  

Confira as principais recomendações para adquirir cosméticos e se submeter a tratamentos estéticos:  

  • Compre apenas de fontes confiáveis: escolha farmácias, perfumarias e sites oficiais das marcas;  
  • Verifique o registro na Anvisa: todo produto regularizado deve ter esse número na embalagem;  
  • Desconfie de preços muito baixos: valores reduzidos em relação ao praticado no mercado podem indicar falsificação;  
  • Exija nota fiscal: isso garante que o produto tem procedência certificada;  
  • Realize procedimentos apenas com profissionais qualificados: dermatologistas e cirurgiões plásticos são os médicos especialistas habilitados para aplicar preenchedores, bioestimuladores de colágeno e toxinas botulínicas com segurança.    

No Dia do Consumidor, a melhor escolha é investir na própria saúde. “A busca por preços menores não pode colocar em risco o bem-estar. Produtos e procedimentos estéticos devem sempre ser seguros, eficazes e realizados por profissionais capacitados”, conclui Dra. Alessandra.  

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