SBD Live promove debate sobre os cuidados com pacientes de psoríase durante a pandemia Covid-19




3 de junho de 2020 0

Centenas de especialistas acompanharam webinar que debateu o tema Covid-19: conduta e cuidados em pacientes com psoríase, promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Com o intuito de discutir o manejo de pacientes em uso de imunossupressores, fototerapia e imunobiológicos durante a pandemia, o encontro foi transmitido por meio de plataforma virtual exclusiva, na terça-feira (2/5). 

Foram feitas considerações sobre o estado imunológico de pacientes com psoríase, a necessidade do isolamento social e ressalvas à prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina. Esse é o quarto evento consecutivo, nesse formato, organizado pela SBD com foco na qualificação do dermatologista frente à Covid-19, sendo que todos estão disponíveis para o associado. 

O presidente da SBD, Sergio Palma, ao mediar as apresentações, lembrou ainda os expectadores sobre a página especial “SBD Coronavírus", na qual estão reunidas informações relevantes para os dermatologistas quanto ao manejo clínico e à prevenção de contágio no atendimento de pessoas com suspeita ou diagnóstico positivo para a Covid-19.

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 “A SBD Coronavírus é mais uma ação elaborada pela atual Gestão 2019-2020 com foco na educação científica. É um repositório de textos e documentos sobre Covid-19 de interesse da nossa especialidade. Nessa página, já é possível acessar inclusive documento da SBD com recomendações para atendimento de pacientes que utilizam imunossupressores e biológicos, no período de pandemia”, afirmou. 

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Aspectos genéticos – Em seguida, Renata Magalhães, coordenadora dos Ambulatórios de Psoríase e Biológicos do Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), ministrou aula sobre os novos conceitos da psoríase, com ênfase em aspectos genéticos, imunopatogênese e tratamento. Segundo ressaltou, no Brasil, aproximadamente 1,3% da população é acometida pela doença, sendo que cerca de 20% desse total tende a evoluir para as formas graves.

Ela lembrou que alguns fatores ambientais e hábitos do paciente contribuem para o agravamento, principalmente: estresse, consumo de álcool e tabaco e uso de determinados medicamentos. Renata pontuou ainda os imunobiológicos atualmente aprovados para administração no Brasil.

Infecções – Na sequência, o coordenador de Ações para Psoríase na SBD e do Ambulatório de Psoríase do Hospital de Clínicas da USP, Ricardo Romiti, discutiu o risco de infecções em paciente com psoríase. Na sua avaliação, os casos mais graves da doença, como a forma eritrodérmica e pustulosa generalizada, necessitam de atenção especial, uma vez que existe risco aumentado para infecções sistêmicas independentemente do tratamento realizado. A recomendação de isolamento social deve ser reforçada e o tratamento mantido, disse. 

“Se o paciente é grave e está evoluindo bem, sem sinais de infecção, o ideal é continuar com a terapêutica para evitar uma recidiva, com o retorno dos sintomas. Da mesma forma, para aqueles com psoríase em placas. No entanto, se o paciente possui um quadro mais leve e estável da doença e ainda não iniciou o tratamento, na atual situação de pandemia, a indicação é aguardar. Isso porque a introdução de novos tratamentos necessita de exames laboratoriais frequentes e pode estar associada a eventuais efeitos adversos, motivo este de apreensão na atual crise do novo coronavírus”, declarou.  

Pandemia – Na oportunidade, Renata Magalhães detalhou também sugestões de seguimento de pacientes graves e leves com psoríase que adquirem Covid-19. De acordo com a especialista, estudos observacionais de países que já enfrentaram a fase mais aguda da pandemia demonstram que o uso de determinados imunossupressores e imunobiológicos não está associada a formas mais graves de Covid-19. 

“Segundo o International Psoriasis Council (IPC), integrado por Ricardo Romiti e outros especialistas internacionais, os pacientes com diagnóstico de Covid-19 devem suspender o tratamento imunossupressor. A situação daqueles com teste positivo, mas que pertencem ao grupo de risco – como idosos e portadores de comorbidades –, deve ser avaliada com mais cuidado”, ponderou Renata Magalhães.

Estresse – Ricardo Romiti destacou ainda que o alto nível de estresse, que atualmente atinge toda população, constitui um fator de risco para a piora da psoríase. Além disso, o uso de medicamentos antimaláricos, como a cloroquina, também deve ser avaliado caso a caso em função dos efeitos adversos dermatológicos associados ao remédio.

“Classicamente a cloroquina está relacionada a reações gastrointestinais. Mas é importante evidenciar as erupções agudas, pois relatos de urticária, exantemas e farmacodermias graves têm sido cada vez mais frequentes na literatura médica”, disse.

Por fim, o webinar da SBD contou ainda com uma sessão de perguntas e respostas, em que os especialistas esclareceram dúvidas dos espectadores a respeito da utilização de fototerapia; reintrodução de imunobiológicos após a Covid-19; manifestações dermatológicas associadas ao novo coronavírus; e mais.

Nesta edição, o encontro organizado pela SBD conta com o patrocínio da ABBVIE e o apoio da Editora Manole.


18 de maio de 2020 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança nesta segunda-feira (17/5) uma cartilha com foco nos profissionais da saúde que atuam na linha de frente de combate à Covid-19. Trata-se de um conjunto de orientações para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e equipes de apoio reforcem seus cuidados com o manuseio de equipamentos de proteção individual (EPIs) e com o próprio corpo, evitando-se, assim, o risco de contaminação pelo coronavírus e aumentando a percepção de bem-estar individual. 

O documento, que já se encontra disponível para download no site da SBD, será encaminhado para todos os conselhos profissionais e sociedades de especialistas para que façam a distribuição entre seus membros. Por uma questão de agilidade e economia, optou-se pela divulgação do trabalho em formato digital, o que permitirá que mesmo por plataformas de troca de mensagens chegue às equipes que estão nos serviços de saúde. 

Acesse a íntegra da cartilha da SBD

O texto apresenta uma série de recomendações e ações preventivas para médicos e trabalhadores da saúde no que se refere ao uso adequado de máscaras e óculos de proteção, entre outros. Também destaca cuidados que cada profissional deve adotar para evitar a contaminação pelo coronavírus e para preservar a pele, cabelos e unhas de desgastes devidos ao uso recorrente de EPIs e mesmo de produtos de higiene e limpeza.

Números – A iniciativa da SBD tem pertinência no contexto de aumento significativo do número de contaminados pelo novo coronavírus nas equipes. Dados do Ministério da Saúde, anunciados na quinta-feira (14/5), informavam a existência de 31.790 profissionais de saúde infectados. Além deles, 114.301 testes para a doença aguardavam resultados. 

O levantamento tem sido feito por meio de um sistema específico, em que as unidades de saúde, notificam casos de profissionais com quaisquer sintomas de gripe. De acordo com os registros, técnicos e auxiliares de enfermagem lideram a lista das categorias com mais contaminados (68.250). Em seguida, aparecem enfermeiros, 33.733; médicos, 26.546; recepcionistas, 8.610; outros agentes de saúde, 5.013; agentes comunitários, 4.917, entre outras profissões.

São Paulo, epicentro da doença no país, está no topo da lista de estados com mais profissionais com suspeita (65.507) e infectados (14.831). No Rio de Janeiro, há 29.413 casos em investigação e 4.451 confirmados. Além dos times em atuação, o Ministério da Saúde informa que o programa Brasil Conta Comigo, que capacita profissionais para o enfrentamento à pandemia e identifica voluntários para irem a campo, já recebeu cerca de 500 mil inscrições das 14 áreas da saúde. Dentre eles, estão cerca de 30 mil médicos. 

Rotinas – As orientações – elaboradas pelo coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, Paulo Ricardo Criado – são úteis na medida em que ajudam médicos e outros profissionais da saúde a incorporarem em suas rotinas atitudes que estimulam o autocuidado, amplificam a percepção de conforto e evitam o surgimento de sinais e sintomas indesejados, além de reforçar a prevenção contra a Covid-19. Com o documento, a SBD se solidariza com as equipes, oferecendo-lhes informação e compartilhando conhecimento, destaca o autor.

“As sugestões englobam questões relacionadas à higiene pessoal, como o uso de aplicação de álcool em gel (65%-70%) nas mãos. Também são reforçadas recomendações sobre a etiqueta adequada ao espirrar ou tossir (colocar a parte interna do cotovelo ou um tecido na frente das vias aéreas – nariz e boca) e sobre a necessidade de manter distância de pelo menos de um metro de pessoas com sintomas respiratórios”, destacou Cláudia Alcantara, secretária da SBD, que acompanhou a elaboração do documento. 

De modo específico, aos profissionais que trabalham na linha de frente de combate à Covid-19, a SBD recomenda que o uso das máscaras deve ser precedido de cuidados na hora de colocá-las. O artigo adverte ainda que o uso de máscaras do tipo N95 ou FFP2 por períodos maiores que quatro horas pode causar desconforto e deve ser evitado. 

Pesquisas realizadas na China mostram que médicos e profissionais da saúde relatam sintomas como queimação, prurido ou pinicação na pele após o uso prolongado de EPI, no contexto de combate à Covid-19. Os padrões mais relatados de erupções foram ressecamento da pele ou descamação, pápulas e eritema (vermelhidão), além de maceração.

Cuidados específicos – Para reduzir o desgaste decorrente do uso de EPIs e de álcool na desinfecção das mãos, a SBD sugere que os profissionais façam, por exemplo, a aplicação de cremes específicos após cada higienização. Em caso de permanecer com luvas por tempo prolongado, deve-se aplicar emolientes contendo ácido hialurônico, ceramida, vitamina E ou outros ingredientes reparadores. 

Com relação ao uso de máscaras faciais e óculos de proteção por tempo prolongado, sugere-se a aplicação de hidratantes, loções cremosas, cremes em peles secas ou géis em peles acneicas ou oleosas antes de colocar o EPI. “Milhares de médicos e demais profissionais da saúde estarão diretamente envolvidos no atendimento das vítimas de Covid-19. Cuidar para que esse grupo saiba como se proteger e ter maior bem-estar é fundamental. Com esse documento, que faremos chegar aos nossos colegas de todo o país, a SBD reforça seu papel nesta batalha contra o coronavírus”, disse o presidente da SBD, Sérgio Palma.


6 de maio de 2020 0

JSBDv24n2 – março/abril 2020

Médico dermatologista do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)/Hospital de Base comenta sobre principais recomendações para prevenção de contágio e tratamentos para pacientes que necessitam de atenção especial neste período
 

Durante as últimas semanas e nos próximos meses, hospitais de todo o mundo estarão voltados para o atendimento às pessoas infectadas pela Covid-19. Entretanto, a sociedade e a comunidade médica têm se perguntado como ficarão os tratamentos que já estão em andamento e os que precisam começar devido a doenças específicas, sobretudo as crônicas, seja em unidades hospitalares, clínicas e até mesmo em consultórios. Com participação em importantes pesquisas clínicas nas áreas de psoríase, imunobiológicos e urticária crônica espontânea – esta última no Centro Integrado de Pesquisas (CIP) do Hospital de Base, de São José do Rio Preto –, o dermatologista Carlos Eduardo de Mathias, coordenador dos ambulatórios de oncologia dermatológica, de cosmiatria e de cabelos e unhas do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)/Hospital de Base, disse se encontrar em um dilema, assim como muitos de seus colegas de profissão: como lidar com tratamentos que não podem ser interrompidos durante a pandemia?

Para lidar com a situação de crise epidemiológica de forma segura, Mathias conta que no trabalho sua equipe tem seguido todas as recomendações propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde (MS) e pela própria Funfarme, afastando os docentes do grupo de risco e ampliando as medidas de segurança com relação a residentes, funcionários e pacientes nos atendimentos de casos emergenciais. “Mantivemos os atendimentos de todos os casos oncológicos, das urgências e emergências dermatológicas, assim como as primeiras consultas de pacientes que não se enquadram nos grupos de risco”, disse o médico dermatologista que foi aluno do Professor João Antonio durante sua residência na Famerp.

Para isso, as consultas foram espaçadas física e temporalmente, sendo obrigatório por todos o uso de máscara. As recomendações para prevenção de contágio também estão sendo constantemente reforçadas, como o distanciamento social; a higienização frequente das mãos; o não toque a face e mucosas; e o uso de máscara em ambientes públicos. “Também esclarecemos que é de suma importância que o paciente avise ao seu médico caso teste positivo para Covid-19 ou até mesmo sobre o aparecimento de sintomas associados, como febre e falta de ar, para que a pessoa seja rapidamente conduzida aos tratamentos adequados para todas as comorbidades”, esclarece.
 
Telemedicina: o uso da tecnologia para auxiliar pessoas que precisam de cuidados rotineiros

É possível usar a telemedicina para tratar pacientes, sobretudo os que apresentam maior chance de infecção, sem colocar em risco sua saúde e a do médico, bem como promovendo o distanciamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora esta seja uma importante aliada em situações de atendimento, é necessário se atentar para algumas questões como a transparência, a segurança de dados e a privacidade do paciente, assim como a limitações de conectividade.

“Quando alguma condição não permite o atendimento presencial, o acesso ao médico deve ser facilitado e garantido, mesmo que por telemedicina, mas de maneira bastante criteriosa e conforme as diretrizes do Ministério da Saúde (MS). Precisamos atentar para as limitações da alternativa, já que uma parcela dos nossos pacientes não possui sinal de internet nos seus aparelhos telefônicos, dependendo basicamente da chamada de voz, o que na dermatologia impacta sobremaneira a semiologia básica da visualização das lesões de pele”, pontua. O médico afirma que, ainda no caso dos pacientes que não encontram problemas ao fazer chamadas por áudio ou vídeo, partes importantes do exame físico dermatológico são perdidas, como a palpação e a dermatoscopia. “Mas no futuro, acredito que a telemedicina será mais uma grande ferramenta para a qual devemos estar preparados e integrados, ainda mais com o progresso da inteligência artificial”, completa.
 
Atenção especial a pacientes vulneráveis
Ainda que assegurados todos os cuidados na hora do atendimento, é fundamental lembrar que, especificamente em relação aos pacientes dermatológicos, há quatro grupos que exigem especial atenção durante esta pandemia, com as respectivas recomendações adicionais, baseadas na análise das mais recentes publicações e nas recomendações da SBD e do MS. “Em portadores de hanseníase, o tratamento poliquimioterápico (PQT) preconizado deve ser mantido. Merecem especial atenção aqueles em uso de terapia imunomoduladora (corticosteroides) para o tratamento das reações hansênicas, que não deve ser interrompida abruptamente, mas, na medida do possível, ter diminuição gradativa da dosagem. É importante salientar que não há, até o presente momento, orientação para suspensão da talidomida. Com relação a pacientes em uso de imunobiológicos, não há estudos suficientes que correlacionem o real risco de Covid-19 para eles, que devem manter seu tratamento e procurar imediatamente um serviço de saúde em caso de manifestações compatíveis com a doença viral, em especial falta de ar e febre. Além disso, tais pacientes devem ter um canal de comunicação eficaz e seguro com o Serviço e com os médicos prescritores”, salienta.

Quanto ao uso da isotretinoína para o tratamento de acne durante a pandemia, até o momento não foram verificados nos estudos sérios de riscos de infecção ou de alteração na evolução do Sars Cov-2. “Nesses casos o tratamento deve ser mantido, acompanhando-se os efeitos colaterais já conhecidos. E em pacientes em tratamento oncológico, o tratamento cirúrgico das neoplasias malignas de pele deve ser assegurado. Caso o paciente faça uso de alguma quimioterapia, radioterapia e/ou imunoterapia, a conduta mais apropriada deve ser decidida junto ao oncologista clínico”.
 
Outro ponto importante é frisar, é que a regulação do sistema imunológico, essencial para o clearance viral e produção de anticorpos específicos eficazes contra o Sars Cov-2, pode sofrer influência de fatores emocionais, assim como ocorre no curso de doenças imunomediadas, como a psoríase. Por isso, o bem-estar psicossocial pode também ser um importante aliado contra essa pandemia. “A sociedade médica está sendo a cada dia munida de mais informações sobre a Covid-19. Sabemos, entretanto, que sua fisiopatologia ainda não é totalmente compreendida, e muito menos há um protocolo fixo de tratamento curativo. O bom senso, portanto, sempre deve prevalecer, acompanhado de assistência multidisciplinar para pacientes com doenças crônicas. E, tão importante quanto, deve haver constante e eficaz comunicação entre os médicos que estão na linha de frente da pandemia com aqueles que já assistem tais indivíduos”, frisou Carlos Eduardo de Mathias, que também atua em consultório privado nas áreas de dermatologia clínica e cirúrgica.


6 de maio de 2020 0

No momento em que o país atravessa uma situação de pandemia e precisa se adaptar em curto prazo a novas realidades, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) oferece aos seus associados um importante benefício para que o exercício da especialidade possa acontecer sem interrupções e com qualidade. A partir de entendimentos com parceiros institucionais, a entidade obteve apoio para que dermatologistas possam usar, a custo reduzido, uma plataforma para realização de teleconsultas, incluindo a emissão de prescrições eletrônicas.

A parceria com o laboratório TheraSkin e a empresa iClinic – permitirá que o associado, com situação em dia com a SBD, possa atender seus pacientes a distância, mediados por uma ferramenta moderna, que atende requisitos de qualidade na transmissão de dados e imagens, assim como garante respeito ao sigilo das informações trocadas entre médicos e pacientes.

Após fazer a adesão, o associado poderá realizar até dez teleconsultas, utilizando essa plataforma, sem custos. A partir da décima primeira, ele paga um valor acordado, por atendimento. Além dessa ferramenta, todos os associados terão o direito de utilizar, gratuitamente e por dois meses, sistema de prontuário eletrônico oferecido por esses parceiros.

Para mais informações acesse aqui

Consultas – Dessa forma, dermatologistas que estão com consultórios fechados ou têm dificuldades em realizar consultas presenciais, poderão usar recursos de telemedicina com segurança. Após esses dois meses, o associado poderá dar continuidade ao uso da ferramenta ou optar por outras soluções, de acordo com o que for mais conveniente. De acordo com as empresas, a plataforma tem como características principais sua segurança na transmissão e manuseio de dados e usabilidade, podendo ser auxiliar estratégico para os consultórios e clínicas. A parceria foi alinhavada pela Gestão 2019-2020 que, desde o início da pandemia, tem buscado alternativas para facilitar a vida de dermatologistas que integram os quadros da SBD. Também foi implementada mudança no calendário de pagamento das anuidades, dando maior fôlego para sua quitação.   

Informações – Outra frente tem sido tornar disponíveis, de modo ágil e didático, informações de interesse da especialidade e da medicina em geral vinculadas ao coronavírus. A SBD criou em seu site uma área específica para agrupar dados, notícias, artigos e protocolos sobre a Covid-19 e temas relacionados. Também tem encaminhado e-mails marketing e boletins focados na atualização dos dermatologistas.

“A Diretoria da SBD, na Gestão 2019-2020, tem como prioridade buscar soluções que atendam os interesses dos associados. Todos nós entendemos as angústias de quem está na ponta. Por isso, o trabalho tem sido voltado em oferecer respostas a problemas concretos. Podem contar conosco”, ressaltou o presidente da entidade, Sérgio Palma.


23 de abril de 2020 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou nessa quinta-feira (23/4) estudo sobre o uso de antimaláricos aminoquinolínicos na prática dermatológica. No momento em que se discute a prescrição da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus, a entidade oferece uma nova contribuição científica esclarecendo aspectos e efeitos do uso dessa substância pela dermatologia, colocando à disposição das autoridades sanitárias o conhecimento acumulado pela especialidade.

O trabalho foi enviado ao Ministério da Saúde no mesmo dia, atendendo solicitação do diretor do Departamento de Atenção Especializada e Temática (DAET/MS), Marcelo Campos Oliveira. Na mensagem de encaminhamento, a SBD ressaltou que sua nota técnica foi preparada após análise de extensa literatura científica e da longa experiência de seus especialistas, os quais têm atuado no intuito de oferecer aos pacientes segurança e eficácia em suas orientações.

Leia aqui a íntegra do documento

No contexto da pandemia de Covid-19, esse documento apresentado pela SBD, em sua Gestão 2019 -2020, torna-se uma relevante contribuição para as autoridades sanitárias. Por serem reconhecidamente adotados com frequência em tratamentos dermatológicos, as descrições sobre seus mecanismos de ação, interações medicamentosas, posologia e efeitos adversos serão úteis na medida que se discute o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes diagnosticados com Covid-19.

“A SBD está à disposição para contribuir na construção de soluções com base científica sólidas, que sejam de amplo interesse social e coletivo dentro do esforço para superação dessa grave crise epidemiológica”, diz a entidade no documento entregue ao Ministério da Saúde.

O estudo percorre a origem e a linha do tempo dos antimaláricos aminoquinolínicos, cuja descoberta remonta do século XVII. A SBD esclarece, ainda, aspectos da farmacologia, mecanismos de ação, posologia, interações medicamentosas, uso por gestantes e lactantes, efeitos adversos e outros; trazendo referências técnico-científicas importantes do uso desses medicamentos pela dermatologia. “Esse é apenas um exemplo das contribuições possíveis de nossa especialidade na implementação de políticas públicas de saúde”, disse o presidente da SBD, Sérgio Palma.


23 de abril de 2020 0

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nesta quinta-feira (23/4) o Parecer nº 04/2020 no qual estabelece critérios e condições para a prescrição de cloroquina e de hidroxicloroquina em pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19. O documento foi entregue ao presidente da República, Jair Bolsonaro, pelo presidente do CFM, Mauro Ribeiro, em audiência no Palácio do Planalto. No encontro, também estava o ministro da Saúde, Nelson Teich. 

Confira aqui a íntegra do parecer do CFM n. 04/2020

Após analisar extensa literatura científica, a autarquia reforçou seu entendimento de que não há evidências sólidas de que essas drogas tenham efeito confirmado na prevenção e tratamento dessa doença. Porém, diante da excepcionalidade da situação e durante o período declarado da pandemia de Covid-19, o CFM entende ser possível a prescrição desses medicamentos em três situações específicas.

Hipóteses – Na visão do CFM, a primeira possibilidade em que pode ser considerado o uso cloroquina e da hidroxicloroquina é no caso de paciente com sintomas leves, em início de quadro clínico, em que tenham sido descartadas outras viroses (como influenza, H1N1, dengue) e exista diagnóstico confirmado de Covid-19. A segunda hipótese é em paciente com sintomas importantes, mas ainda sem necessidade de cuidados intensivos, com ou sem recomendação de internação.

O terceiro cenário possível é em paciente crítico recebendo cuidados intensivos, incluindo ventilação mecânica. Porém, ressalta o Parecer, é “difícil imaginar que em pacientes com lesão pulmonar grave estabelecida e, na maioria das vezes, com resposta inflamatória sistêmica e outras insuficiências orgânicas, a hidroxicloroquina ou a cloroquina possam ter um efeito clinicamente importante”.

Em todos os contextos, a prescrição das drogas caberá ao médico assistente, em decisão compartilhada com o paciente. O documento do CFM ressalta que o profissional fica obrigado a explicar ao doente que não existe, até o momento, nenhum trabalho científico, com ensaio clínico adequado, feito por pesquisadores reconhecidos e publicado em revistas científicas de alto nível, que comprove qualquer benefício do uso das drogas para o tratamento da Covid-19. Ele também deverá explicar os efeitos colaterais possíveis, obtendo o Consentimento Livre e Esclarecido do paciente ou dos familiares, quando for o caso.

Infração ética – Observados esses aspectos, não cometerá infração ética o médico que utilizar a cloroquina ou hidroxicloroquina em pacientes portadores da doença. Em seu parecer, o CFM aponta ainda a necessidade de acompanhamento constante dos avanços científicos no enfrentamento da Covid-19.

“Essas considerações que serviram de base para as decisões do CFM basearam-se nos conhecimentos atuais, podendo ser modificadas a qualquer tempo pelo Conselho Federal de Medicina à medida que resultados de novas pesquisas de qualidade forem divulgados na literatura”, ressalta o texto. 

Para chegar a essas conclusões, o CFM promoveu reuniões com representantes de diferentes sociedades de especialidades médicas, além de pesquisadores convidados. O grupo fez uma extensa revisão da literatura científica disponível sobre o tema.  Ao final do trabalho, concluiu-se que “não existem evidências robustas de alta qualidade que possibilitem a indicação de uma terapia farmacológica específica para a Covid-19”. 

Para o CFM, agora, o constante acompanhamento dos resultados dos estudos com medicamentos é de extrema relevância para atualizar, periodicamente, as recomendações sobre o tratamento da Covid-19. Segundo o documento, existe consenso entre os pesquisadores de diferentes países de que ensaios clínicos, com desenho adequado do ponto de vista científico, são urgentes para orientar os médicos sobre qual o melhor tratamento para essa doença. 

Prevenção – No que se refere às estratégias e métodos de prevenção à Covid-19, o documento do CFM ressalta que as únicas reconhecidas, até o momento, para prevenir a infecção, são o reforço à higienização e se evitar a exposição ao vírus. Não há menção a qualquer medicamento ou substância com essa finalidade. 

“As medidas de isolamento social têm sido recomendadas em todo o mundo como a única estratégia eficaz para impedir a disseminação rápida do coronavírus”. Com isso, impede-se a sobrecarga dos sistemas de saúde, permitindo cuidados aos pacientes com Covid-19, em especial os mais graves, que necessitam de internação hospitalar e UTIs. 

A autarquia também afirma que medidas focadas na higienização também são altamente recomendadas, como lavar frequentemente as mãos; não tocar os olhos, o nariz e a boca com as mãos não lavadas; evitar contato próximo com as pessoas; e cobrir a boca e o nariz com o antebraço ao tossir ou espirrar ou com lenços descartáveis. 

Ainda se recomenda a procura de atendimento médico, imediatamente, se a pessoa tiver febre, tosse e dificuldade em respirar. “O reconhecimento precoce de novos casos é primordial para a prevenção da transmissão. Atualmente, sabe-se que os casos não detectados e assintomáticos são os maiores responsáveis pela elevada taxa de transmissão de SARS-CoV2”.

No caso de pacientes com quadros graves, o parecer do CFM aponta que a literatura científica indica que há evidências fortes de que o cuidado efetivo aos pacientes com Covid-19, com diminuição da mortalidade, está relacionado à oferta de infraestrutura adequada. Assim, a presença de médicos e equipes de saúde com preparo adequado e com equipamentos de proteção individual em número suficiente; a existência de leitos de internação e de UTI; a presença de equipamentos de ventilação mecânica de boa qualidade e em número suficiente; assim como o encaminhamento para cuidados intensivos, quando indicado, são listados entre as ações recomendadas

Com informações do CFM.

 


21 de abril de 2020 0

Mapeamento em estudos científicos publicados por especialistas sinaliza que ainda não há evidências de que a Covid-19 produza manifestações dermatológicas nos pacientes infectados pelo novo coronavírus. A análise, atualizada por Paulo Ricardo Criado, coordenador do Departamento de Medicina Interna da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), faz a compilação do conhecimento produzido nos últimos meses, acompanhando a evolução da pandemia mundial. Trata-se de mais nova contribuição da entidade na orientação dos médicos dermatologistas brasileiros.

Leia a íntegra do artigo publicado pela SBD

No artigo “Manifestações na pele devido à Covid-19 causadas pelo vírus SARS-CoV-2: fatos e fotos até 17 de abril de 2020”, Criado acrescenta dados conhecidos após 28 de março, quando publicou a primeira avaliação de estudos científicos. Segundo ele, os trabalhos publicados, até o momento, não permitem à comunidade médica ter fonte de informação relevante e sólida que embase o reconhecimento de manifestação dermatológica específica ou mesmo inespecífica decorrente da doença Covid-19”.

Ausência – Dentre os aspectos citados pelo coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD que comprometem os resultados apresentados está a ausência de imagens ou biopsias que comprovem a interface da Covid-19 com manifestações cutâneas. Paulo Criado reitera que o dermatologista dará grande contribuição fazendo relatos específicos sobre esse tema. |

“O atual momento e os próximos meses necessitam de colaboração, coordenação e resiliência. Recomenda-se aos médicos, em particular os dermatologistas que estão habituados ao reconhecimento de lesões cutâneas elementares, descreverem as tegumentares da maneira mais precisa possível”, afirma o especialista.

Na avaliação do especialista, “deve-se estar atento à oferta de dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais dos pacientes de forma cronológica, exercendo ativamente o atendimento com equipamentos de proteção individual, procurando registrar com fotografias de qualidade as lesões e, se possível, realizarem biópsias para documentação científica e estabelecimento da diagnose correta”.

 


21 de abril de 2020 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) entrega à comunidade médica e de profissionais da saúde, de forma geral, uma relevante contribuição neste período de enfrentamento à pandemia de Covid-19. Trata-se de documento com orientações específicas aos que estão na linha de frente do atendimento às vítimas do coronavírus que, para se protegerem da contaminação, portam equipamentos de proteção individual (EPIs) durante muitas horas ao longo dos dias. 

Acesse aqui a íntegra do artigo

O trabalho foi inclusive tema de reportagem especial na TV Globo, no Rio de Janeiro, em que foram apresentadas situações de médicos e outros profissionais de saúde que desenvolvem marcas e feridas por conta do uso exaustivo de EPIs. “Para remediar esse tipo de situação e apontar caminhos que ofereçam maior conforto às equipes, a SBD elaborou esse documento, que será encaminhado a sociedades médicas e conselhos de outras categorias, como os de Enfermagem e Fisioterapia”, disse o presidente da entidade, Sérgio Palma.

Acesse a reportagem exibida na TV Globo

As orientações – elaboradas pelo coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, Paulo Ricardo Criado – são úteis na medida em que ajudam médicos e outros profissionais da saúde a incorporarem em suas rotinas atitudes que estimulam o autocuidado, amplificam a percepção de conforto e evitam o surgimento de sinais e sintomas indesejados, além de reforçar a prevenção contra a Covid-19.

“Nessa perspectiva, a SBD se solidariza com as equipes espalhadas pelo país e cumprimenta aos que estão na linha de frente, oferecendo-lhes informação e compartilhando conhecimento, como tem feito ao longo de sua história centenária e continuará a fazer após a superação de crise epidemiológica”, destaca o autor.

Recomendações – O texto apresenta uma série de recomendações e ações preventivas para médicos e trabalhadores da saúde no que se refere ao uso adequado de máscaras e óculos de proteção, entre outros. Também destaca cuidados que cada profissional deve dotar para evitar a contaminação pelo coronavirus e para preservar a pele, cabelos e unhas de desgastes devidos ao uso recorrente de EPIs e mesmo de produtos de higiene e limpeza. 

“As sugestões englobam questões relacionadas à higiene pessoal, como o uso de aplicação de álcool em gel (65%-70%) nas mãos. Também são reforçadas recomendações sobre a etiqueta adequada ao espirrar ou tossir (colocar a parte interna do cotovelo ou um tecido na frente das vias aéreas – nariz e boca) e sobre a necessidade de manter distância de pelo menos de um metro de pessoas com sintomas respiratórios”, destacou Claudia Alcântara, secretaria da SBD, que acompanhou a elaboração do documento. 

Máscaras – De modo específico, aos profissionais que trabalham na linha de frente de combate ao Covid-19, a SBD recomenda que o uso das máscaras deve ser precedido de cuidados na hora de colocá-las. O artigo adverte ainda que o uso de máscaras do tipo N95 ou FFP2 por períodos maiores que quatro horas pode causar desconforto e deve ser evitado. 

De acordo com o trabalho, pesquisas realizadas na China mostram que médicos e profissionais da saúde relatam sintomas como queimação, prurido ou pinicação na pele após o uso prolongado de EPI, no contexto de combate à Covid-19. Os padrões mais relatados de erupções foram ressecamento da pele ou descamação, pápulas e eritema (vermelhidão), além de maceração.

Cuidados específicos – Para reduzir o desgaste decorrente do uso de EPIs e de álcool na desinfecção das mãos, a SBD sugere que os profissionais façam, por exemplo, a aplicação de cremes específicos após cada higienização. Em caso de permanecer com luvas por tempo prolongado, deve-se aplicar emolientes contendo ácido hialurônico, ceramida, vitamina E ou outros ingredientes reparadores. Com relação ao uso de máscaras faciais e óculos de proteção por tempo prolongado, sugere-se a aplicação de hidratantes, loções cremosas, cremes em peles secas ou géis em peles acneicas ou oleosas antes de colocar o EPI.

“Milhares de médicos e demais profissionais da saúde estarão diretamente envolvidos no atendimento das vítimas de Covid-19. Cuidar para que esse grupo saiba como se proteger e ter maior bem-estar é fundamental. Com esse documento, que faremos chegar aos nossos colegas de todo o país, a SBD ocupa seu espaço nesta batalha contra o coronavírus”, ressaltou o presidente Sergio Palma. 
 

 

 


12 de abril de 2020 0

A população deve adotar, em sua rotina, alimentação balanceada, atividade física regular e exposição solar leve e habitual (estender roupa no varal, levar o lixo na rua, caminhar com o cachorro), o que pode estimular a produção de vitamina D no organismo ou sua absorção, contudo deve estar consciente de que, até o momento, não há qualquer evidência científica relevante  de que isso será um fator de proteção contra a Covid-19 ou ao seu agente causador, o coronavírus. Essas são as principais conclusões de documento divulgado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O texto, disponibilizado no domingo (12/4), afirma que as indicações nesse sentido ainda carecem de mais estudos e pesquisas, sendo, portanto, inconclusivas.
 
Acesse a íntegra do documento da SBD
 
“Ficamos preocupados com a divulgação, por meio da imprensa e nas redes sociais, de soluções mirabolantes, que apontam o aumento da carga de vitamina D como um fator de aumento de proteção contra a Covid-19. Os poucos indícios nesse sentido ainda precisam ser mais bem-avaliados. Qualquer menção dando conta de que ao tomar comprimidos de vitamina D a pessoa ficará mais protegida contra o coronavírus é prematura e irresponsável”, disse o presidente da SBD, Sérgio Palma.

Segundo ele, a divulgação de recomendações nesse sentido vem na esteira da necessidade que alguns grupos têm de encontrar uma resposta para os problemas apresentados “a qualquer custo”, o que, como cita o documento, “abre espaço para que propostas carentes de embasamento técnico e científico tenham visibilidade”.

Faltam estudos – No trabalho produzido pela SBD, suspeita-se que além de os segmentos da população considerados como de risco, como idosos, imunocomprometidos e portadores de doenças crônicas, as pessoas com deficiências nutricionais (ferro, zinco, vitamina D, vitamina C, dentre outros) tenham sua resposta imunológica prejudicada e, por isso, se tornem mais susceptíveis às complicações da doença.

Porém, alerta o documento resultante da análise de vários trabalhos científicos já publicados, faltam estudos controlados que estabeleçam a hipovitaminose D como um fator de risco “independente”, ou um simples confundidor na complexidade do processo saúde-doença. Mais distante ainda, afirma o relatório da SBD, é a evidência de benefício de suplementação irrestrita de vitamina D como agente profilático do coronavírus.

“Esse contexto de resultados inconclusivos quanto à intervenções preventivas, leva a SBD a manter sua recomendação de que os brasileiros, acima de tudo, façam adesão à restrição de contato social, ao reforço aos hábitos de higiene e sejam submetidos à testagem sistemática nos sintomáticos e seus contatos como forma de prevenir o aparecimento de novos casos e o avanço da Covid-19. Todos aqueles com sabida deficiência de vitamina D, devem fazer suplementação oral sob supervisão médica”, conclui o texto da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

 


11 de abril de 2020 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) denunciou ao Ministério Público Federal ação da Associação Brasileira de Harmonização Facial (Abrahof) que, por meio de recomendação amplamente divulgada pela imprensa, sugere que o consumo de altas dosagens de vitamina D como forma de prevenção à Covid-19 e para reforçar o sistema imunológico dos indivíduos ante a exposição ao coronavírus. Contra essa postura, a SBD divulgou nota à população e aos profissionais da saúde pedindo que a orientação da Abrahof seja ignorada.

Leia a íntegra da nota da SBD 

“Essa entidade não mede a repercussão de seus atos. Nesse momento em que todos estão unidos na luta contra a Covid-19, ela reforça a desinformação ao divulgar uma orientação que carece de lastro científico. Até o momento, não há qualquer evidência sólida de que o consumo de vitamina D seja eficaz e seguro contra essa doença”, disse o presidente da SBD, Sergio Palma. 

Competências – Porém, alerta ele, há estudos que relatam que o consumo de suplementos aparentemente inofensivos, como as vitaminas, pode causar efeitos adversos na saúde. Na avaliação da SBD, essa entidade, que conta em sua diretoria apenas com cirurgiões-dentistas, extrapola suas competências legais, pois está assegurado pela legislação brasileira que apenas os médicos podem fazer o diagnóstico e a prescrição de tratamentos para doenças. 

“Diante desses fatos, a SBD repudia a postura da Abrahof e roga a todos que ignorem sua recomendação, aguardando que estudos e pesquisas sejam realizados para indicar quais medicamentos e dosagens são cientificamente recomendados para prevenir e tratar os efeitos da Covid-19 na população. O caso será levado ao conhecimento do Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências contra essa série de abusos”, sinaliza o documento da SBD. 

Para Sergio Palma, a postura da Abrahof não surpreende. “Há tempos, os dermatologistas têm tido que lutar contra abusos cometidos por essa Associação que estimula a realização de procedimentos estéticos invasivos por pessoas sem formação médica. Não são raros os relatos de efeitos adversos que resultam em sequelas e mortes. No momento em que mundo luta contra uma pandemia, esse tipo de recomendação apenas materializa a irresponsabilidade desse grupo que só confirma que não tem compromisso com a vida e com a saúde”, disse. 

Nota à imprensa e população

SBD repudia recomendações da Abrahof sobre prevenção à Covid-19

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), preocupada com o impacto negativo causado pela desinformação, vem a público alertar à população e aos profissionais da saúde sobre os riscos contidos em recomendação da Associação Brasileira de Harmonização Facial (Abrahof).
Em nota, amplamente divulgada pela imprensa, essa entidade, que conta em sua diretoria apenas com cirurgiões-dentistas, sugere que o consumo de doses de Vitamina D3 (colecalciferol) ajuda na prevenção contra a Covid-19, além de reforçar o sistema imunológico de pacientes expostos aos coronavírus e à doença. 

Primeiramente, deve ser ressaltado que a legislação brasileira garante apenas aos médicos a possibilidade de fazer o diagnóstico e a prescrição de tratamentos para doenças. Ou seja, o ato praticado pela Abrahof, que não constitui uma entidade médica, afronta as leis em vigor no país. 

Além disso, os diretores da Abrahof, ao extrapolarem sua competência, influenciam negativamente o comportamento da população num momento crítico de luta contra a pandemia causada pelo coronavírus ao fazerem uma recomendação que carece de base científica sólida, portanto, sem elementos que atestem sua segurança e eficácia. 

Diante desses fatos, a SBD repudia a postura da Abrahof e roga a todos que ignorem sua recomendação, aguardando que estudos e pesquisas sejam realizados para indicar quais medicamentos e dosagens são cientificamente recomendados para prevenir e tratar os efeitos da Covid-19 na população. O caso será levado ao conhecimento do Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências contra essa série de abusos. 

Finalmente, a SBD lamenta o ocorrido, mas não está surpresa por ter ciência de que a postura da Abrahof dialoga com seu histórico igualmente reprovável de estimular que procedimentos estéticos invasivos sejam realizados por pessoas sem formação médica adequada, o que expõe pessoas ao risco de complicações graves, inclusive com sequelas e mortes. 

Rio de Janeiro (RJ), 11 de abril de 2020.

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