Após novas denúncias, SBD alerta que procedimentos estéticos invasivos só podem ser realizados por médicos habilitados



Após novas denúncias, SBD alerta que procedimentos estéticos invasivos só podem ser realizados por médicos habilitados

14 de janeiro de 2025
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Nos consultórios de dermatologia, é cada vez mais comum o atendimento de pacientes que passaram por procedimentos estéticos mal executados, resultando em complicações, deformidades e resultados insatisfatórios que exigem tratamentos longos e complexos. Diante dos riscos à saúde da população, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reforça que médicos dermatologistas ou cirurgiões plásticos são os especialistas habilitados a realizar procedimentos estéticos invasivos, para evitar consequências graves e muitas vezes irreversíveis. Um caso recente, destacado na reportagem do Fantástico, revelou a denúncia de 63 pessoas contra uma clínica de estética em Goiás, após elas sofrerem sequelas sérias. 

“Embora uma clínica aparente ter boa estrutura e seja popular nas redes sociais, é crucial que a população compreenda que procedimentos invasivos devem ser realizados apenas por médicos, profissionais capacitados para lidar com possíveis complicações. Sem esses cuidados, casos graves como o noticiado pela imprensa continuarão causando sérios danos à saúde. Essa situação está se tornando ou já é um problema de saúde pública”, explica o presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui. 

Entre os procedimentos estéticos invasivos, estão a aplicação de toxina botulínica (Botox), preenchedores faciais (como ácido hialurônico), bioestimuladores de colágeno, laser e tecnologias invasivas, além de peelings químicos (como o de fenol, indicado para rugas e flacidez), entre outros.   

“Um dermatologista passa por um longo processo de formação, que pode levar mais de nove anos, sendo seis anos de graduação em medicina e pelo menos três anos de especialização. Durante esse período, ele adquire as competências necessárias para realizar procedimentos clínicos, estéticos e cirúrgicos, sempre com base em uma consulta detalhada, análise da condição da pele e avaliação de indicações e contraindicações”, explica Dr. Sérgio Palma, membro da diretoria da SBD. 

A SBD recomenda que, antes de se submeter a qualquer procedimento estético, o paciente consulte um dermatologista. Esse profissional é capacitado para avaliar a saúde da pele e recomendar o tratamento mais adequado, além de orientar sobre os cuidados necessários para evitar sequelas. 

“Muitas pessoas se deixam seduzir por preços baixos oferecidos por profissionais não médicos, mas é importante lembrar que o barato pode sair caro. Fique atento a valores muito abaixo da média de mercado e, acima de tudo, priorize sua saúde e segurança”, alerta Dra. Juliana Ikino, também integrante da diretoria da SBD. 

Um estudo realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) revelou que entre 2012 e 2023, cerca de 10 mil boletins de ocorrência e processos judiciais foram registrados no Brasil, motivados pelo exercício ilegal da medicina. Esses dados, obtidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelas Polícias Civis de 22 estados, indicam que muitos desses casos envolveram prejuízos financeiros, danos morais, sequelas e até mortes de pacientes atendidos por profissionais sem a formação médica necessária. Esses indivíduos, ao agirem com negligência e falta de qualificação, ultrapassaram os limites definidos pela Lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/2013), que reserva aos médicos a realização de procedimentos invasivos e outras práticas. 

O crime de exercício ilegal da medicina envolve, entre outras atividades, a realização de procedimentos invasivos, que exigem conhecimento técnico especializado, obtido apenas pelos médicos, o que reduz os riscos de danos à saúde do paciente. 

A SBD reitera seu compromisso com a saúde e segurança da população. Para encontrar um dermatologista perto da sua região, acesse aqui.   

 





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