De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície, é uma condição comum que afeta tanto homens quanto mulheres, embora seja mais frequentemente associada ao público masculino. Trata-se de um afinamento capilar geneticamente determinado, que pode acometer pessoas de qualquer idade e é o médico dermatologista que faz o tratamento de pacientes com essa condição.
“Algumas pessoas confundem o trabalho do dermatologista e buscam profissionais que não estão habilitados para cuidar da saúde do couro cabeludo, por isso é fundamental informarmos cada vez mais ao público que o médico dermatologista é responsável pelo cuidado da pele, cabelos e unhas, prezando pela saúde geral do paciente em suas avaliações, considerando história clínica e um exame cuidadoso para orientar e conduzir o melhor tratamento”, explica Dr. Carlos Barcaui, presidente da SBD.
Apesar de seu nome técnico, a alopecia androgenética não está diretamente ligada aos níveis elevados no sangue dos hormônios masculinos, como se poderia imaginar pelo termo “andro”.
“A maioria dos exames são normais, pedimos para descartar doenças ou outras causas. A alopecia androgenética ocorre pela avidez daquele fio ao hormônio, isto é, há uma tendência genética que faz com que o hormônio atue naquele fio e afine ele ao longo dos anos”, explica a coordenadora do Departamento de Cabelos da SBD, Dra. Violeta Tortelly.
Ainda de acordo com ela, a principal queixa é o cabelo mais ralo no topo da cabeça. O cabelo que está caindo mais do que o normal geralmente não é da androgenética e sim de outras causas e não deve ser confundido.
“Na mulher a alopecia androgenética pode estar relacionada a outros sinais também ligados à hormônios como acne, irregularidade menstrual, excesso de pelos e sobrepeso. Acima de 50 anos, em média 50% das mulheres vão ter algum grau de antrogenética pela mudança hormonal pós-menopausa”, ressalta a médica.
Apesar de ser menos visível nas mulheres, pode causar grande desconforto emocional, especialmente por ser mais difícil de identificar no início. O diagnóstico precoce é essencial para evitar a progressão rápida da queda.
“No homem as características mais marcantes são o padrão de entradas e região posterior da cabeça (“coroa”) e na mulher o padrão é mais difuso em toda região superior do couro cabeludo”, conta Dra. Violeta.
Tratamento
Tem como objetivo estagnar o processo de queda de cabelo e, em alguns casos, recuperar parte da massa capilar perdida.
De acordo com a Dra. Violeta, “os tratamentos para a queda de cabelo evoluíram bastante. As medicações orais têm melhorado significativamente, oferecendo opções mais eficazes”.
Ela destaca ainda que, para quem já tentou tratamentos no passado sem sucesso, é importante reconsiderar as alternativas mais recentes: “Nos últimos cinco anos, tivemos grandes avanços nas medicações orais, e vale a pena buscar a orientação de um dermatologista”, afirma a especialista.
A medicação oral continua sendo a primeira linha de tratamento para a alopecia androgenética, sendo considerada mais segura e eficaz a longo prazo. Já os tratamentos injetáveis, que são utilizados em casos muito específicos e em situações mais avançadas, têm uma resposta menor e são mais caros. “Devem ser usados de forma complementar, em situações específicas”, explica a dermatologista.
É importante também que os pacientes busquem o diagnóstico correto, uma vez que nem toda queda de cabelo é causada pela alopecia androgenética. Existem condições autoimunes que podem simular o quadro, sendo necessário realizar exames para um diagnóstico preciso e, assim, um tratamento adequado.
“Os pacientes devem seguir a orientação médica e iniciar o tratamento assim que os primeiros sinais de queda forem percebidos. Em casos mais avançados, quando a queda de cabelo já é extensa e o tratamento não é mais eficaz, e o transplante capilar pode ser uma solução estética, proporcionando a recuperação da densidade capilar e melhorando a aparência do couro cabeludo”, diz Dra. Violeta.
Prevenção
Por ser uma doença de origem genética, a alopecia androgenética não pode ser completamente evitada. No entanto, existem fatores que podem agravar o quadro, como a menopausa nas mulheres e o uso de suplementação de hormônios masculinos, que podem acelerar o processo de queda.
Os cuidados com a saúde capilar, como a escolha de produtos adequados e a adoção de hábitos de vida saudáveis, podem contribuir para minimizar o impacto da condição.
“Percebemos que essa é uma condição comum que pode afetar a autoestima de quem a enfrenta. A boa notícia é que, com o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado, é possível tratar a doença e controlar seus efeitos ao longo do tempo, garantindo uma qualidade de vida melhor para os pacientes”, conclui Dra. Violeta Tortelly.
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