Simpósio de Hanseníase reúne mais de 800 participantes ao vivo em evento online da SBD



Simpósio de Hanseníase reúne mais de 800 participantes ao vivo em evento online da SBD

31 de janeiro de 2025
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O 3º Simpósio de Hanseníase, realizado de forma online, foi um grande sucesso, teve mais de 1600 inscritos e contou com a participação de mais de 800 pessoas ao vivo. O evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), apresentou seis palestras sobre temas fundamentais relacionados à hanseníase. Durante as apresentações, o público teve a oportunidade de interagir em tempo real com os palestrantes.  

“Dada a relevância do tema, esse é um evento gratuito promovido pela SBD, aberto aos associados, mas também para acadêmicos de medicina, residentes e médicos não associados. É fundamental contribuirmos para a disseminação de informações sobre uma doença que é tão negligenciada”, disse o presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui, durante a abertura do evento.    

A primeira palestra abordou o tema “Diagnóstico Precoce da Hanseníase: Desafios e Estratégias”, ministrada pela Dra. Sandra Maria Barbosa Durães. A dermatologista ressaltou a importância de identificar as pessoas que estão em contato regular com os pacientes sem tratamento, pois elas têm maior risco de contrair a doença. Além disso, ela apontou os desafios enfrentados na realização de exames, especialmente nas fases iniciais da doença.  

“O estigma, a percepção dos pacientes e seus familiares sobre a importância do exame clínico, as dificuldades sociais para que os pacientes compareçam às consultas, especialmente se não apresentam sintomas, a descentralização da assistência e a falta de testes diagnósticos nos estágios iniciais são alguns dos obstáculos”, explicou Dra. Sandra.  

Ela também sugeriu estratégias para superar essas dificuldades, como: educação em saúde para a população, educação médica continuada, estruturação da rede de assistência, e medidas como visitas domiciliares e campanhas de conscientização.  

“A busca por ferramentas inovadoras, como uso de aplicativos de reconhecimento de lesões, testes preditores de adoecimento e Georreferenciamento podem ser decisivos para o diagnóstico precoce”, acrescentou.   

Outro tema abordado foi o “Manejo dos Estados Reacionais na Hanseníase”, apresentado pela Dra. Maria Araci Pontes, assessora do Departamento de Hanseníase da SBD. Ela explicou que os estados reacionais podem afetar entre 30% e 50% dos pacientes e que pequenas alterações no sistema imunológico podem desencadear esses episódios.  

“As reações podem surgir antes, durante ou após o tratamento. Mesmo quando ocorrem após o término do tratamento, é importante entender que essas reações não têm correlação com o processo infeccioso, mas exigem atenção especial no diagnóstico e tratamento precoce, pois são as principais causas de incapacidade na hanseníase”, destacou a especialista.  

Dr. Egon Luiz Rodrigues Daxbacher, assessor do Departamento de Hanseníase da SBD, trouxe o tema “Hanseníase e Doença Sistêmica”. Ele destacou que a hanseníase pode afetar outros órgãos além de pele e nervos periféricos. “Mesmo quando a doença atinge órgãos internos, como os suprarrenais, a carga bacilar será sempre menor do que na pele ou nos linfonodos”, explicou o médico.  

Já o Dr. Ciro Martins Gomes, coordenador-Geral de vigilância da Hanseníase e Doenças em eliminação – MS, apresentou dados sobre “Panorama da Resistência Medicamentosa em Hanseníase no Brasil: Desafios e Perspectivas”, com destaque para a Região Centro-Oeste, que apresentou a maior proporção de casos de resistência medicamentosa primária e secundária.  

O simpósio também contou com a apresentação de casos clínicos por Dr. Heitor de Sá Gonçalves e Dra. Carolina Thalari. A secretária-geral da SBD, Dra. Regina Carneiro, falou sobre “Diagnósticos Diferenciais na Hanseníase: Reconhecendo Semelhanças e Diferenças Clínicas”.  

“É importante que médicos que não são dermatologistas saibam identificar as lesões de hanseníase e diferenciá-las de outras condições dermatológicas, principalmente na atenção básica”, afirmou Dra. Regina.  

Por fim, a aula do neurologista Marcus Cunha, sobre “Neuropatia Hansênica e Diagnósticos Diferenciais”, será gravada e disponibilizada para os inscritos posteriormente.  

A coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD, Dra. Carla Andréa Avelar Pires, expressou sua gratidão aos participantes: “Agradeço imensamente a todos que dedicaram seu tempo para estar aqui neste sábado pela manhã. O evento foi, sem dúvida, enriquecedor”.  

“Com a excelente participação de mais de 800 pessoas em um sábado de manhã, o simpósio marca um excelente início para a gestão da SBD, que já prepara novos eventos de atualização e troca de conhecimentos”, conclui Dra. Regina Carneiro. 

As aulas, que foram gravadas, serão disponibilizadas de 10 a 28/02.  Quem não participou do evento ainda pode se inscrever e ter acesso ao conteúdo. Clique aqui. 





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