Vitiligo: SBD e Turma da Mônica informando para acabar com o preconceito
Em 25 de junho é celebrado o Dia Mundial do Vitiligo: O que sabemos a respeito?
Linda e educada, a modelo canadense Winnie Harlow chama atenção onde vai. Não pela pele que mostra já no rosto o vitiligo, mas pela beleza e elegância.
Apesar da doença não afetar capacidades e talentos, existe muito estigma e preconceito sobre ela. O preconceito, descende da falta de conhecimento. O vitiligo caracterizasse pela perda da coloração da pele em virtude da destruição dos melanócitos, células que formam a melanina, o vitiligo é uma doença genética e autoimune, não contagiosa, muito menos incapacitante, mas que causa sequelas emocionais em virtude da discriminação sofrida por pessoas portadoras. Os impactos desse preconceito variam de pessoa para pessoa, e vão desde impactos psicológicos até restrição no acesso a vagas em concursos públicos.
O Instituto Maurício de Sousa e a Sociedade Brasileira de Dermatologia sabem que hoje é Dia Mundial do Vitiligo. E que essas manchinhas não devem ser motivo de preconceito. Conheça mais sobre. Veja a campanha que entrou nas redes neste domingo.
Há sim fatores desencadeantes como estresse e questões psicológicas, mas não como causa e sim como fator desencadeante. A dermatologista Ivonise Follador, que é a Coordenadora do Departamento de Psicodermatoses (SBD), explica que popularmente se diz muito que a doença “não tem cura”, como se não tivesse tratamento, e isso desestrutura o paciente quando recebe esse diagnóstico. “Precisa haver clareza e acolhimento”, diz. No entanto, existe tratamento após o diagnóstico correto da doença, sua forma clínica, observação do grau de extensão, locais atingidos, se está aumentando ou não), o grau de impacto da mesma no paciente, a presença de outras doenças associadas, entre outros aspectos a serem avaliados.
Depois dessa avaliação, o tratamento é determinado visando primeiro parar o surgimento de novas manchas e, em paralelo, tentar repigmentar o que for possível. Existem várias técnicas, com excelentes e variáveis resultados, a exemplo do uso de corticoide oral, corticosteróides tópicos, inibidores de calcineurina, fototerapia, entre outros. “Medicações novas estão em pesquisa, algumas aprovadas fora do país e breve teremos novidades para o tratamento dessa doença ainda tão órfão de opções e tão estigmatizante. O apoio da família e o acompanhamento psicológico são fundamentais para que o vitiligo não tenha um impacto tão negativo nos pacientes”, enfatiza.
Para compor as ações necessárias para o combate a desinformação,
o presidente da SBD, Heitor Gonçalves, presidente da SBD, explica que “a entidade também tem como alvo o compromisso com a conscientização direta com a sociedade sobre as possibilidades de controle da doença, e na instrução sobre os direitos que os pacientes têm enquanto aos melhores acessos para o tratamento desta doença crônica”.
Ivonise diz que o vitiligo alcança 1% em média da população do mundo. Homens e mulheres. Sendo 25% abaixo dos 5 anos, 50 abaixo dos 10 anos. Mas pode surgir em qualquer idade. Ela tem uma base genética na família, mas não causas muito específicas. Existe uma alta agressão da célula que atinge os melanócitos, não se sabe porquê. O principal é acompanhar, seguir a orientação médica esclarecer que não é contagiosa. Não é puramente genética e nem emocional, pode estar associada à outras doenças como tireoidites, alopecia areata, por exemplo. É comum que haja o estudo da tireoide. Há muita desinformação, vejam que já se provou que não é uma doença incapacitante, mas alguns concursos rejeitam pessoas com vitiligo”.
A grande questão ainda para os portadores de vitiligo é o acesso a esses tratamentos. Segundo Ivonise, as pessoas que mais enfrentam essa dificuldade são os pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) e estão sem contato com um especialista. Nesses casos, a dermatologista aconselha procurar um serviço universitário e um credenciado pela SBD.
“Em relação à fototerapia, quase todos os serviços credenciados têm a câmara e isso é um trabalho das últimas diretorias. Já nos hospitais universitários, essas máquinas também são utilizadas para psoríase e linfoma e não há um espaço significativo para os pacientes de vitiligo. Então a questão de acesso é uma grande dificuldade e precisamos de centros de referência municipais, estaduais e federais para tratamento desta doença tão estigmatizante”, salienta a médica.
O vitiligo não é uma doença contagiosa e nem incapacitante. Se caracteriza pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos, destaca a Organização da Saúde (OMS).