Aspectos práticos do uso de lasers e tecnologias na dermatologia são debatidos em novo SBD Live
“Lasers e tecnologias na dermatologia – discussão de casos clínicos”. Esse foi o tema do mais recente encontro virtual, promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com apoio da Manole Educação, no intuito de atualizar o conhecimento científico dos dermatologistas, em meio à pandemia de Covid-19. A live, transmitida por meio de plataforma gratuita e exclusiva para associados, na terça-feira (14), contou com a moderação do presidente da SBD, Sérgio Palma.
Clique aqui para acessar a plataforma SBD Live
Essa foi a décima edição do SBD Live, que tem ofertado aos associados da SBD acesso a debates com informações atualizadas sobre práticas clínicas e sobre o impacto da Covid-19 na assistência dermatológica. Todas as atividades, que semanalmente têm reunido um grande número de participantes, estão disponíveis na área do associado.
Audiência – No último SBD Live, Sergio Palma aproveitou a elevada audiência para divulgar a campanha institucional, iniciada nesta semana pela entidade, em prol da valorização do dermatologista na assistência à população, tanto no diagnóstico e tratamento de doenças, quanto na realização de procedimentos cosmiátricos. A iniciativa é composta por uma série de vídeos institucionais, em que especialistas falam sobre capacitação profissional, além de aspectos de responsabilidade e compromisso ético da relação entre médico e paciente.
“Nos últimos anos, temos observado uma invasão da dermatologia e suas competências por outras profissões, um cenário grave que coloca em risco sobretudo a saúde e integridade física dos nossos pacientes. Essa nova campanha vem justamente conscientizar a população sobre a importância do atendimento em saúde da pele, unhas e cabelos ser realizado sempre por um dermatologista”, afirmou.
Debate técnico – A coordenadora do Departamento de Lasers da SBD, Taciana Dal’Forno Dini, deu início às apresentações científicas abordando as condutas mais atuais em tratamentos corporais, com ênfase na melhora do aspecto das celulites, estrias, flacidez e cicatrizes. Conforme ressaltou, uma das etapas fundamentais para a adequada condução terapêutica das celulites é a avaliação da sua escala de gravidade, com base em metodologias reconhecidas pela comunidade médica.
“As revisões recentes preveem a possibilidade de associação da técnica cirúrgica às tecnologias e aos bioestimuladores. Entretanto, o dermatologista deve analisar o paciente individualmente para definir sua recomendação. Entre as ferramentas atualmente disponíveis para correção da celulite, além da subcisão, constam o infravermelho, radiofrequência, lasers, luzes, ondas acústicas, ultrassom microfocado e macrofocado e outras”, pontuou.
Segundo relatou, para os casos de cicatrizes e estrias, nenhum tratamento é capaz de melhorar completamente essas manifestações. No entanto, os melhores resultados com evidências verificadas estão relacionados ao uso de lasers fracionados e radiofrequência microagulhada fracionada.
Rosto – Na sequência, o assessor do Departamento de Lasers da SBD, Renato Soriani, falou sobre a utilização de aparelhos tecnológicos para rejuvenescimento facial e métodos para otimização dos resultados. As dicas para a prática clínica apresentadas pelo especialista foram direcionadas ao manejo de lasers fracionados e luz pulsada.
Na avaliação do dermatologista, além da perícia técnica no manejo dessas ferramentas, que devem ter suas configurações de intensidade verificadas caso a caso, é imprescindível investir nos procedimentos de preparo do paciente, por meio da fotoproteção e de métodos tópicos e sistêmicos. Do mesmo modo, o médico orientou a utilização do Drug Delivery para potencializar a penetração de ativos no rosto, reduzindo assim o número de sessões e o tempo necessário para atingir o resultado final.
Queratoses actínicas – Já o assessor do Departamento de Lasers da SBD, Beni Grinblat, discorreu sobre a eficácia da terapia fotodinâmica no tratamento dos campos de cancerização, caracterizados pelo acometimento de uma mesma região da pele por múltiplas lesões de queratoses actínicas, mesmo que subclínicas.
“Essas manifestações são um risco potencial para o desenvolvimento de carcinomas. Todo o campo da pele acometido pelas queratoses actínicas precisa ser tratado e o paciente acompanhado em longo prazo, em função do perigo de recidiva. A terapia fotodinâmica convencional é amplamente reconhecida como método de tratamento eficaz, inclusive como fator preventivo para indivíduos com predisposição à doença, como os transplantados”, afirmou Beni Grinblat.
Finalizando as explanações, o dermatologista e também assessor do Departamento de Lasers da SBD, Geraldo Magela, ponderou a respeito da aplicação de tecnologias modernas na terapêutica do melasma, rosácea e cicatrizes de acne. Na sua avaliação, o uso de luz intensa pulsada é contraindicado para casos de melasma e mesmo com os demais tratamentos sempre há a possibilidade de recidiva das machas.
“Essas tecnologias podem ser úteis como adjuvantes para melhorar a aparência do melasma, mas não como opção principal. Já para pacientes com rosáceas e cicatrizes na face, há vários tratamentos disponíveis, uma vez que os lasers e demais aparelhos tecnológicos têm se mostrado seguros e bastante eficazes”, concluiu.
Após as apresentações, os quatro especialistas da SBD responderam ainda perguntas enviadas pelos espectadores. Entre as dúvidas esclarecidas pelos dermatologistas, questões relacionadas à anestesia tópica antes da aplicação do laser, tratamento de melasma associado a componente vascular, segurança do uso de ácido retinóico e microagulhamento, manipulação de medicamentos tópicos, entre outros.