Hiperidrose afeta vida social de quem tem a doença



Hiperidrose afeta vida social de quem tem a doença

20 de outubro de 2010 0

A realização de tarefas corriqueiras como apertar a mão de outras pessoas, segurar uma folha de papel ou pegar um transporte coletivo, pode ser difícil para as pessoas que têm Hiperidrose ou Sudorese, alteração no nervo que produz o suor.

O organismo produz o suor como mecanismo de defesa e controle da temperatura corporal. Mas, a pessoa com a Hiperidrose transpira excessivamente. A doença não é considerada grave. Contudo, pode trazer consequências perigosas para o convívio social dos portadores.

A estudante de jornalismo Marcele Mendes, 23 anos, faz parte de uma pequena parcela da população que tem esse problema. De acordo com o cirurgião de tórax, Sérgio Tadeu Pereira, apenas 1% da população brasileira tem a doença. O simples gesto de apertar a mão de outra pessoa exige um certo cuidado. “Eu até toco, mas tem todo um processo de enxugar mesmo antes de tocar”, explica Mendes.

A Hiperidrose pode ser primária ou secundária, atingindo as pessoas em maiores ou menores proporções. No primeiro caso, pode acometer a área das mãos, pés ou axilas. Já na secundária, a transpiração é generalizada, acorrendo no corpo inteiro. Contudo, a única maneira de se livrar da Hiperidrose primária é a realização da cirurgia conhecida como simpatectomia que pode ser realizada a partir dos dez anos.

Para a felicidade de quem tem o problema, mas tem medo da cirurgia, as opções para atenuar a doença são diversas: fórmulas a base de cloreto de alumínio, cremes e até a toxina botulínica, o botox. A toxina tem duração de até um ano.

A Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia-Bahia, Anete Olivieri, acredita que o uso do botox é uma boa alternativa para quem tem o problema, apesar de cada sessão custar R$ 1.500. “Você usa nas mãos e nas axilas. Tem um resultado bom, apesar de ter um custo bem mais alto”, pondera a dermatologista.

De acordo com Pereira, a realização da simpatectomia torácica vem sendo bem sucedida. “Em 97% dos casos tem efeitos positivos”, garante o cirurgião. Já para quem transpira muito nos pés, o procedimento a ser realizado é a simpatectomia lombar. Todavia, em cerca de 30 a 40% dos casos, os pacientes podem ter sudorese, menos intensa, em outras partes do corpo: pernas, barriga e costas. A operação é coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e dura em média 10 minutos.

O efeito colateral da cirurgia não assusta Mendes, que está decidida a se submeter à operação em novembro. Essa é a sua chance de parar de transpirar tanto pelas mãos e pés. “Eu vou poder realizar minhas atividades com muito mais tranqüilidade. Minhas expectativas são as melhores. Eu acho que vou ficar mais confortável em todos os sentidos”, desabafa a estudante.





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